A Dor Física
Por: vasco paluch • 23/10/2017 • Trabalho acadêmico • 754 Palavras (4 Páginas) • 510 Visualizações
Dor física (óssea)
A dor é um processo fisiopatológico que envolve várias estruturas nervosas, bem como mecanismos excitatórios-inibitórios. Este processo é resultado de 2 processos de sensibilização (nociceptores e central). Enquanto que a sensibilidade nociceptiva é medida pela atividade do sistema simpático a sensibilidade central é um processo complexo que envolve ativação de diversos recetores.
Existem 2 tipos de dor: nociceptiva, que pode ser somática ou visceral, e neuropática, que se divide em nevralgia ou disestésica. A somática pode ser causada pela invasão neoplásica do osso, articulações e outros componentes do sistema locomotor, é resultante da estimulação dos nociceptores, sendo esta dor bem localizada, constante ou intermitente e torturante. Enquanto que a visceral resulta da intensidade e da maior frequência dos potenciais de ação em vez da qualidade do estímulo. É uma dor mais profunda, mas não tão localizada como a somática, pode ser constante ou inconstante, construtiva ou esmagadora. A dor neuropática é resultante de uma lesão ou inflamação do sistema nervoso quer seja periférico quer seja central. No caso destes utentes este tipo de dor é relacionando com o sistema nervoso periférico resultante de uma infiltração directa neoplásica, pois o tumor vai comprimir os nervos ou devido a lesões derivadas dos tratamentos. Os sintomas incluem uma dor tipo queimadura espontânea e constante, com períodos de dor penetrante ou lancinante, que ocasionalmente irradia.
A dor óssea, quando derivada da mestatização é um dos problemas mais difíceis de tratar em cuidados paliativos e é a causa mais comum de dor na doença neoplásica avançada, apesar de ainda não estar bem explicada a nível fisiopatológico, pois nem todas as metástases ósseas causem dor, mas quando dão dor é o primeiro sinal de metástases.
Este tipo de dor pode ser causada por invasão direta da matriz óssea, com microfacturas, aumento de pressão do endósteo ou distorção do periósteo, ou ainda por compressão nervosa, habitualmente associada com colapso vertebral ou por sua vez relacionado a espasmos musculares na região anatómica das lesões. Pensa-se que a dor óssea resulta da estimulação dos receptores nociceptivos do periósteo e endósteo, em que uma das principais causas pode ser a distorção do primeiro, causado pelo aumento da massa tumoral ou por edema inflamatório peri-metástase.
Se a distensão do periósteo for lenta e gradual a dor causada é mínima, pois irá haver uma adaptação por parte da estrutura óssea, esta adaptação pode justificar a ausência de dor em algumas zonas metastizadas, mas não é sempre o caso, em alguns casos em que existe uma diminuição neoplásica a intensidade da dor não acompanhada. Na origem da dor óssea por metástases, há também a libertação de mediadores químicos que vão estimular a transmissão dos impulsos através das bainhas nervosas até ao SNC, para além de fomentarem o edema e por consequência a distensão do periósteo e a manutenção do estímulo nociceptivo. As citocinas que são libertadas pelas células neoplásicas intervêm na manutenção do processo inflamatório e na criação do mecanismo neuropático da dor óssea. Surge uma hipertrofia ao nível dos cornos dorsais da medula o que facilita a transmissão do estímulo nociceptivo.
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