A Enfermagem

CARVALHO, E. C.; OLIVEIRA-KUMAKURA, A. R. S.; MORAIS, S. C. E. V. Raciocínio clínico em enfermagem: estratégias de ensino e instrumentos de avaliação. Revista Brasileira de Enfermagem [Internet], 2017; 70 (3): 662-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-20160509 

No artigo de reflexão intitulado “Raciocínio clínico em enfermagem: estratégias de ensino e instrumentos de avaliação”, as autoras, Emília Carvalho, Ana Oliveira-Kumakura e Sheila Morais abordam a importância do raciocínio clínico, dando foco ao seu desenvolvimento e as estratégias que podem ser adotadas para seu ensino, assim como , os meios de avaliação para que o aluno/profissional da saúde desenvolva e aprimore  uma prática com zelo, cuidado e atenção ao paciente. Tratando-se de uma reflexão teórica fundamentada em estudos científicos.

As autoras iniciam a discussão falando sobre como o raciocínio clínico em enfermagem é essencial para um cuidado seguro e eficiente, e apontando que,  no entanto, defontra-se com o desafio de utilizar extratégias e experiências de ensino que promovam ao estudante o desenvolvimento dessa habilidade para a tomada de decisões que contribuam para a otimização da assistência e gestão do cuidado ao paciente.

Dessa maneira, o raciocício clínico em enfermagem tem como base conceitos, teorias e modelos da área de enfermagem e relaciona-se as habilidades cognitivas: ato ou efeito de raciocinar, buscando o entendimento de atos e fatos para se formular ideias e elaborar juízos para que se consiga deduzir algo a partir de um ou mais antecedentes, utilizando coleta de informações do paciente, analisando os dados, gerando hipóteses sobre a natureza do problema, incluindo a sua história  além de um exame físico, considerando os interesses, os valores, as necessidades e a cultura dos pacientes, de modo que seja válido para a tomada de decisão, assim como, para o alcance de resultados favoráveis à saúde pelos quais a enfermagem é responsável, como aponta as autoras na página 691.

Em teoria, o raciocínio clínico pode ser desenvolvido por diferentes modelos: Reconhecimento de um padrão ou raciocínio indu-tivo (comparação); Árvore de decisão ou de análise de decisão (método do algoritmo para direcionamento do conhecimento); Hipotético-dedutivo, com geração de hipóteses preliminares e Processamento de informações usando a lógica para serem reformuladas, aceitas ou refutadas; e Método da exaustão, que busca dados clínicos do indivíduo, comparando-os a padrões conhecidos para determinar os diagnósticos presentes. Dependendo das habilidades e conhecimentos prévios do aprendiz, o docente deverá adotar múltiplas estrátégias, pois os alunos podem preferir utilizar diferentes modelos, onde terão maior facilidade para o desenvolvimento do processo de raciocínio.

Com relação às estratégias de ensino, as autoras, na página 692, com base nos resultados de duas revisões de literatura, listaram algumas estratégias de ensino usadas como: Questionamento, Estudo de caso, Ensino Online, Aprendizagem Interativa, Mapa Conceitual e o Problem-Ba-sed Learning (PBL). (CROSSETI, et. al.; 2016). Já em Menezes, et. al.; 2015, envolve tecnologia de aprendizagem baseada em web móvel, exercícios de avaliação crítica, a ferramenta de aprendizagem SAC - Structured Academic Con-troversy, ferramenta mind-mapping (mapeamento mental), as atividades de aprendizagem baseadas no conceito, o geno-grama, os cenários baseados na prátisaúde comunitária e as simulações clínicas. Além dessas citadas foram encontradas  também outras estratégias como Cliker, Vinheta, entre outas.

Além disso, foram apresentados instrumentos de avaliação: a Lasater Clinical Judgment Rubric que avalia o julgamento clínico; Watson-Glaser Critical Thinking Appraisal – WGCTA, Critical Thinking Skills Test – CCTST, California Critical Thinking Disposition Inventory - CCTDI que avaliam o pensamento crítico; e Spanish Test of Creative Intelligence - CREA e Thinking Styles Inventory – TSI que investigaram associações entre estilos de pensamento e a criatividade apresentada por alunos e enfermeiros.