A Febre Maculosa
Por: Kézia Gangi • 14/5/2017 • Seminário • 872 Palavras (4 Páginas) • 292 Visualizações
DADOS ESTATÍSTICOS
No Brasil a febre maculosa tem como figura a riquetsiose de maior importância, sendo a única passível de notificação compulsória no País, até o momento, a única sobre vigilância epidemiológica melhor estruturada.
Atualmente é conhecida a ocorrência da doença em grande parte do continente americano, incluindo o Canadá, Estados Unidos, México, Panamá, Costa Rica, Colômbia, Brasil e mais recentemente a Argentina.
Tornou-se uma doença reemergente e de grande relevância, assim se transformando em um problema de saúde pública no Brasil a partir da década de 1980. Desde então, foi detectado um aumento no numero de casos, expansão das áreas de transmissão, ocorrências de transmissão em áreas urbanas e principalmente manutenção de elevadas taxas de letalidade.
Em São Paulo as primeiras descrições da febre maculosa remetem ao ano de 1929, a partir da ocorrência de casos na capital paulista. A doença era verificada em áreas que passavam por um processo de expansão urbana e que hoje corresponderiam aos bairros de Sumaré, Perdizes e Pinheiros.
Logo após, relatos imprecisos demonstram uma expansão dos focos da doença para áreas periféricas da cidade, ocorrendo em municípios pertencentes à Região Metropolitana de São Paulo, como Mogi das Cruzes, Diadema e Santo André. Após esta expansão urbana a descrição da ocorrência de casos nestas áreas passou sofrer um progressivo declínio nas décadas seguintes, notadamente a partir do final dos anos 1940. Somente a partir do final da década de 1970 e início da de 1980 é que a ocorrência de novos possíveis casos voltou a ser descrita na Região Metropolitana de São Paulo. Em 1985, a febre maculosa passou a ocorrer de maneira endêmica, sobretudo nos municípios localizados nas bacias hidrográficas dos rios Atibaia, Jaguari e Camanducaia. Os mais importantes são Pedreira e Jaguariúna, ambos na região de Campinas, no interior do Estado de São Paulo. A aparente reemergência da doença também foi observada em Minas Gerais, principalmente na região do Vale do Jequitinhonha, e se deu à mesma época em que a FMB voltou a ser descrita no Estado de São Paulo.
Posteriormente, após a doença ser incluída na lista de agravos de notificação compulsória pelo Ministério da Saúde, em 2001, casos de febre maculosa passaram a ser notificado em outros estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e, mais recentemente, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
De 1985 até julho de 2011 foram confirmados 440 casos de febre maculosa brasileira e 152 óbitos em 79 municípios do estado de São Paulo. Em 2001, quando a febre maculosa passou a ser considerada doença de notificação compulsória em todo o País, os únicos estados que mantinham um programa ativo de vigilância epidemiológica para a febre maculosa eram São Paulo e Minas Gerais.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre os anos de 1997 a 2010 houve a notificação no Brasil de 868 casos confirmados da doença, dentre os quais 227 óbitos, distribuídos entre São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Na região Sudeste do Brasil a maior incidência da doença ocorre no período do vetor, que compreende o período de junho a setembro, ainda que casos isolados sejam registrados ao longo de todo o ano. Como observado em outras doenças transmitidas por carrapatos, a febre maculosa é um agravo de transmissão focal e esporádica, com ocorrência ocasional de surtos.
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