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A Imunologia na Enfermeira

Por:   •  3/9/2019  •  Resenha  •  2.637 Palavras (11 Páginas)  •  240 Visualizações

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IMUNO

BLOCO 1 aula 1

INTRODUÇÃO

        O Sistema Imune tem uma função de proteger o nosso corpo contra agressores externos, mas, na maior parte dos casos, ele apresenta como principal função a de fazer com a gente consiga conviver e sobreviver àquele meio ambiente. Temos vários tipos de agressões que ocorrem contra nosso corpo e, todas elas são capazes de ativar respostas do nosso Sistema Imune, Sistema Neurológico e também a nível endócrino.

        O Sistema Imune do indivíduo vai se adaptando ao longo da vida para proteger o indivíduo e impedir que ele apresente alguma complicação mais grave ou falecer no ambiente em que ele vive. Quando um novo agressor chega àquele ambiente, as pessoas não estão protegidas e acabam morrendo, sobrevivendo as pessoas que são naturalmente resistentes, tendo uma nova seleção natural. Isso acontece atualmente com as influenzas – gripe aviária e gripe suína, as quais eram restritas a determinadas espécies (aves e porcos), mas com adaptação (mutação) do vírus, ele se tornou capaz de infectar os humanos. Como os indivíduos não apresentavam nenhuma proteção contra esse novo agressor, ocorreu a morte de muitas pessoas, mas não de todas, visto que há pessoas naturalmente resistentes que sobrevivem e participam de uma nova seleção, passando o gene de resistência aos seus descendentes.

        No final do século XVII, o estudo da imunologia avançou, devido à observação dos microorganismos na natureza. Essa observação dos microorganismos trouxe para as pessoas que estudavam as doenças humanas a possiblidade de explicar doenças que não poderiam ser explicadas pela anatomia e fisiologia. No final do século XVIII, ocorreu o desenvolvimento da vacinação. Edward Jenner observou que os trabalhadores rurais que trabalhavam com bovinos tinham índices menores de incidência de varíola, ou seja, apresentavam resistência a esse patógeno; isolou das pústulas da pele um material que foi inoculado nos humanos, protegendo-os efetivamente da varíola.

        A teoria dos germes, desenvolvida no final do século XIX, por Robert Kock e Louis Pasteur, falava, em resumo, que microorganismos eram capazes de causar doenças. Kock, inclusive, dizia que a maioria das doenças que afligiam a humanidade eram causadas por microorganismos. Dessa forma, práticas assépticas foram introduzidas na prática médica.

        Em determinado momento, pesquisadores começaram a questionar os seguintes conhecimentos: o ambiente tem muitos microorganismos, microorganismos podem causar doença e, mesmo assim, as pessoas não estavam doentes o tempo todo. Assim, deu-se inicio à Imunologia Moderna.

        DEFINIÇÃO DA IMUNOLOGIA: estudo do Sistema Imune, que é um sistema cognitivo, ou seja, um sistema que reconhece, responde e memoriza diferentes estímulos. Esse sistema evoluiu através da interação contínua com o meio ambiente, adquirindo diferentes adaptações às modificações ambientais. Cada indivíduo tem um sistema imune diferente, tanto funcionalmente quanto geneticamente (imunogenética). “Como pessoas com a mesma informação no DNA respondem diferentemente quando uma pessoa está em um ambiente e a outra pessoa em um lugar completamente diferente?” Isso é respondido pelas adaptações que o nosso Sistema Imune adquiriu em toda nossa vida de acordo com o ambiente em que vivemos.

        A principal fonte de substâncias estranhas que entramos em contato é através da dieta. Ingerimos mais substâncias estranhas em nossa dieta do que somos expostos a microorganismos. O nosso Sistema Imune responde àquilo que causa dano ao nosso corpo. Há microorganismos que não causam dano ao indivíduo e, portanto, não há resposta do sistema imune ou responde de maneira diferente (convive). Os antígenos da dieta que são quantitativamente mais expostos aos indivíduos acabam sendo, normalmente, ignorados pelo nosso sistema imune.

Obs.: caso haja dano, ocorre uma resposta imune, como na Doença Celíaca (hipersensibilidade ao glúten) e no consumo de álcool excessivo, gerando esteatose e cirrose hepática, fazendo com que o sistema imune responda ao álcool.

ANTÍGENOS: moléculas/macromoléculas ou substâncias mais complexas que interagem com o Sistema Imune (SI) levando a produção de anticorpos. Ex.: açúcares, lipídios, ácidos nucleicos podem ser antígenos se interagirem com o SI; substâncias sintéticas como látex e plástico; além de metais (cobre e ferro).

MATERIAIS INÓCUOS: aqueles que não são infecciosos (não são de origem microbiana) e causam reação de hipersensibilidade (= alergia). A alergia é uma reação de sensibilidade exacerbada do SI contra moléculas a que o SI não deveria responder. Ex.: pólen, plantas, alergias alimentares, dermatite de contato.

A rejeição de transplantes de órgãos entre indivíduos da mesma espécie ocorre devido a respostas do SI. Por isso, pacientes com órgãos transplantados devem tomar imunossupressores.

O SI pode ser ativado por duas diferentes teorias (são complementares, não excludentes – há estímulos que podem gerar ambas respostas):

        1) PRÓPRIO X NÃO-PRÓPRIO ao indivíduo: antígenos que não são próprios do indivíduo geram ativação do SI, como os patógenos clássicos – não são próprios e trazem perigo. Entretanto, alimentos apresentam antígenos que não são próprios do nosso corpo, mas que não geram ativação, não se encaixando, portanto, nessa teoria. Alem disso, em doenças autoimunes, há ativação do SI mesmo o antígeno sendo próprio ao indivíduo.

        2) PERIGO: também conhecida por Dano, complementa que não é só o próprio e o não próprio que ativam o SI, mas o quão essas duas características trazem de dano ao nosso indivíduo. Por exemplo, os tumores são próprios do nosso organismo, mas por trazerem grande perigo são responsáveis por ativar o SI, que atacarão as células tumorais. Outro exemplo é a microbiota, a qual não é própria; em indivíduo saudável ela não causa perigo, mas em indivíduos imuno-comprometidos ela causa perigo, ativando o SI.

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