A Saúde do Homem
Por: Carol Rossato • 25/8/2015 • Resenha • 510 Palavras (3 Páginas) • 291 Visualizações
Este artigo apresenta estudo a respeito da relação entre homens e a assistência à saúde na Atenção Primária, que foi realizado em oito serviços de quatro estados brasileiros. Seu objetivo é entender a (in)visibilidade dos homens na rotina da assistência a partir da compreensão de gênero, que aborda os mecanismos promotores de desigualdades presentes no trabalho em saúde.
Barreiras socioculturais e institucionais podem representar uma situação que coloca o gênero masculino em risco com relação a sua saúde. Como consequência verifica-se os índices elevados de morbidade e mortalidade entre os homens.
O cuidado não é visto como uma prática masculina. Ser homem seria associado à invulnerabilidade, força e virilidade. Características essas, incompatíveis com a demonstração de sinais de fraqueza, medo, ansiedade e insegurança, representada pela procura aos serviços de saúde, o que colocaria em risco a masculinidade. O horário de funcionamento dos serviços de saúde não atende às demandas dos homens, por coincidir com a carga horária de trabalho. As atividades laborativas vêm em primeiro lugar na lista de preocupações masculinas. Os serviços públicos costumam ser percebidos como um espaço feminilizado, frequentado principalmente por mulheres e composto por uma equipe de profissionais formada, em sua maioria, também por mulheres. Essa situação provocaria nos homens a sensação de não pertencimento àquele espaço. Os indivíduos temem que, ao buscar um serviço de saúde para saber se a sua saúde vai bem, possam se deparar com diagnósticos de uma doença e ter de se tratar.
Os principais fatores de risco que comprometem a saúde do homem são relacionados à violência, o alcoolismo e o tabagismo, e as principais doenças que causam a maioria das mortes são devido a causas externas, doenças do aparelho cardiocirculatório e câncer.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) destaca a importância de incentivar o homem a fazer escolhas saudáveis, logo, ir à unidade de saúde (acesso aos serviços), não garante que esse profissional influencie nessas escolhas. Torna-se imprescindível que o enfermeiro ao atender o homem lance mão da criação de vínculo tanto com o serviço quanto com os profissionais, para que assim as escolhas saudáveis sejam adequadas à realidade desse homem e prioridades na vida dele. As ações de Educação Permanente devem enfocar além das necessidades de saúde dos usuários do serviço, a realidade do território sob atuação da equipe de saúde. O Enfermeiro deve ser instruído dentro da especificidade regional que atua, criando estratégias para a captação dos usuários do sexo masculino, lançando mão da cultura daqueles homens, dos hábitos e outros costumes.
O PNAISH se concretiza como ferramenta essencial para promover à saúde da população masculina, uma vez que visa qualificar a Atenção Primária para atender problemas de saúde encontrados, além de mobilizar os homens acerca das doenças e agravos aos quais estão expostos e intervir na busca de diminuir seus indicadores de morbidade e mortalidade. O enfermeiro tem a função de conhecer e executar as propostas de promoção da saúde, possuindo o papel de executar ações que atendam os problemas de saúde dos homens, contribuindo para promover o seu bem-estar físico e mental.
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