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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA DOR DO RECÉM-NASCIDO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Por:   •  10/8/2018  •  Monografia  •  13.351 Palavras (54 Páginas)  •  491 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O presente estudo se insere na linha de pesquisa do Cuidado no Processo Saúde-Doença, tendo como área predominante a Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente. Desde o momento que iniciamos o Estágio Curricular Supervisionado I no módulo de Saúde da Criança e do adolescente, disciplina do 7º período da Graduação de Enfermagem surgiu muitos questionamentos sobre: como será o estágio? Como será a atuação da enfermagem em uma Unidade de Terapia intensiva Neonatal (UTIN)?

Assim durante o estágio de Saúde da Criança e do adolescente podemos observar que a enfermagem desenvolve atividades voltadas para a administração do setor como receber o plantão tomando conhecimento de todos os recém-natos, suas complexidades e intercorrências, verificar os materiais permanentes e de urgência, distribuir os recém-nascidos com os técnicos da equipe, prestar assistência aos neonatos de risco, admitir o recém-nascido na UTIN, realizar procedimentos de maior complexidade, fazer a evolução de enfermagem de cada recém-nato, realizar prescrições de enfermagem ou atua de forma integral na unidade sem perder o olhar ao recém-nascido e suas necessidades.

Fomos nos adaptando e a cada módulo do estágio que se iniciava, sendo assim surgiam novos questionamentos, expectativas, experiências e conhecimentos.

O motivo pelo qual escolhemos como tema deste estudo Assistência de Enfermagem na dor do recém nascido em uma Unidade de Terapia intensiva Neonatal, surgiu da necessidade de analisarmos o conhecimento que a enfermagem tem de avaliar à dor no neonato e verificarmos as atitudes desses profissionais frente aos familiares do recém-nascido em UTIN.

Um dos setores mais nobres de um hospital é a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), contudo, atuar como profissional nesse cenário a tarefa é difícil, quando se tem como principio a humanização e não despersonalizar daqueles que precisam do cuidado, do apoio e intervenção enquanto doentes.

Uma das características do período neonatal são as altas taxas de morbi-mortalidade por apresentar uma fase de grande fragilidade do ser humano e a alta propensão à ocorrência de seqüelas muitas vezes incapacitantes e de longa duração. Buscando reduzir essas taxas e promover a recuperação de alguma patologia que venha ocorrer neste período é indicado o encaminhamento para UTIN.(Gaiva, 2004, p 10).

A atuação da enfermagem no cotidiano da UTIN muitas vezes parece a quem não conhece o ato de cuidar, frio e impessoal, pelo fato do trabalho ser estabelecido por rotinas de horários e procedimentos, independente de noite ou dia, pois há a necessidade de ter um rigor na atuação pratica e no controle de pessoas na unidade, pelo risco de infecções que muitas vezes podem ser fatais ao recém-nato.

A enfermagem que exerce as atividades neste setor, têm uma ligação íntima com a vida e com a morte. Este fato provoca medos conscientes e inconscientes na enfermeira (o) em relação a sua própria vulnerabilidade. Existem situações de risco emocional para a equipe de enfermagem, recém-natos e familiares, nas quais o conhecimento e o controle da ansiedade são vitais, pois o profissional que atua em uma UTIN se diferencia por ter um nível de envolvimento maior, tendo sensibilidade para perceber e interpretar o que o neonato necessita, visto que este não consegue expressar-se com palavras. É necessário observar e entender o choro, movimentos, faces de dor e alterações de sinais vitais que no cliente adulto seria colocado com palavras.

O recém-nascido está exposto a estímulos constantes, tais como: sons, toques e iluminações sempre em grande escala. Áreas do sistema nervoso que deveriam permanecer preservadas são altamente estimuladas podendo levar a alterações não só emocionais como cognitivas, que vão refletir na infância, na adolescência se estendo até a vida adulta.

Normalmente o neonato não inicia sua vida em uma UTIN, por menor que seja o risco de morte a família permanece com um sentimento de inconstante preocupação até o momento de sua alta e que quase sempre perdura durante a infância com extremo zelo achando que a criança possui uma fragilidade por ter estado em uma UTIN.

A dor durante a hospitalização do neonato é freqüente devido a sintomas agudos da própria patologia presente e também a procedimentos necessários ao tratamento. A abordagem diagnóstica e terapêutica de um paciente gravemente enfermo é quase sempre invasiva e agressiva, principalmente nos setores de emergência e terapia intensiva.

Em uma UTIN, um recém-nascido pode ser submetido a procedimentos potencialmente dolorosos durante a internação, e a atenção para a dor do recém-nato deve ser aumentada por parte da equipe multiprofissional de saúde. Para o enfermeiro e para a equipe de enfermagem, que passam a maior parte do tempo com o neonato e assim mantêm uma relação de proximidade com o recém-nascido e seus familiares, a atenção deve ser dobrada para que percebam e avalie a dor com mais precisão no recém-nato.

O enfermeiro deve buscar aprender o significado das mensagens que o neonato envia, decodificando-as e decifrando-as de maneira precisa. Para isso é fundamental estar atento aos sinais de comunicação não verbal, emitido por ele e conhecer as técnicas de comunicação interpessoal, uma vez que o enfermeiro, de todos os profissionais de saúde é certamente quem diretamente interage com o recém-nascido.

A avaliação da dor é uma das muitas responsabilidades do enfermeiro, exigindo dele um efetivo raciocínio critico. É importante ressaltar que a dor, por ser subjetiva e individual, é um evento de difícil avaliação e quantificação, mesmo quando expressada verbalmente. Em se tratando de recém-nascido que não se comunica, torna-se tarefa ainda mais difícil para o enfermeiro. Por isso, o mesmo deve estar em constante aprendizado para controle e prevenção de experiência dolorosa desnecessária ao neonato.

Desta forma o objeto de estudo será os cuidados de enfermagem na dor do recém-nascido em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

De acordo com Guyton (2002, p 520), “um dos grandes enigmas da biologia é a razão pela qual a dor é uma experiência tão subjetiva. Ser capaz de suportar a dor depende em grande medida da cultura e da tradição”.

O enfermeiro deve se conscientizar da sua importância na avaliação e no seu controle da dor no neonato, para que promova umas unidades cada vez mais humanizadas, evitando que a dor traga efeitos em longo prazo, diminuindo a qualidade de vida desses recém-nascidos.

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