CAUSAS E MEDIDAS DE REDUÇÃO DO ESTRESSE NO RECÉM-NASCIDO EM UMA UTI NEONATAL: REVISÃO DE LITERATURA
Por: tanylacybelly • 12/5/2015 • Artigo • 5.163 Palavras (21 Páginas) • 1.011 Visualizações
CAUSAS E MEDIDAS DE REDUÇÃO DO ESTRESSE NO RECÉM-NASCIDO EM UMA UTI NEONATAL: REVISÃO DE LITERATURA
Terezinha Valbenia Lima dos Santos¹
RESUMO
O ambiente da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) propicia uma experiência ao recém-nascido bastante diferente daquela do ambiente uterino, uma vez que este é o ideal para o crescimento e desenvolvimento fetal. Esse estudo de revisão de literatura, tipo narrativa, teve como objetivo identificar situações estressantes com o recém-nascido pré-termo ou de baixo peso na Unidade de Terapia Intensiva e identificar o papel e competências do enfermeiro na gestão de rotinas e planos de cuidados que minimizem esta condição. Foram identificados 19 artigos e 01 monografia. Pode-se observar com este estudo, que a UTIN é um ambiente superestimulante que compromete o crescimento e desenvolvimento do neonato, expondo-os a fatores estressantes como dor, ruído, manipulação excessiva, luminosidade excessiva, tornando assim sua recuperação mais demorada e com possíveis iatrogenias. Com isso, faz necessário medidas intervencionistas na UTIN, tanto para a equipe de enfermagem quanto a todos os profissionais que trabalham direta ou indiretamente atendendo este público, visando o controle do estresse neonatal e os possíveis efeitos negativos no recém-nascido. As medidas para minimizar o estresse neonatal podem ser representadas como um simples cuidado em cobrir as incubadoras, diminuindo assim a luminosidade, realizar procedimentos utilizando técnicas de consolo e carinho com o bebê; rotinas e procedimentos agrupados de tal forma que os manuseios sejam diminuídos.
Palavras-chaves: UTI Neonatal; Recém-nascido; Estresse; Enfermagem.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do recém-nascido de alto risco fora da vida uterina se inicia, em geral, no contexto hospitalar de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). A UTI Neonatal é um ambiente de alta complexidade tecnológica, que requer uma equipe multiprofissional especializada nas 24 horas. Possui características específicas e é considerada um ambiente gerador de estresse, tanto para os profissionais como para as famílias e os próprios neonatos em tratamento intensivo1. Nas últimas décadas a melhoria da assistência perinatal e o crescente acesso a este serviço culminou em um aumento na taxa de sobrevivência de recém-nascidos, especialmente aqueles nascidos prematuramente e com baixo peso2.
Paradoxalmente, nesse ambiente há proteção ao organismo vulnerável para assegurar a sua sobrevivência, ao mesmo tempo em que as intervenções dos profissionais de saúde na rotina hospitalar envolvem uma multiplicidade de estímulos que causam dor, estresse e desconforto aos recém-nascidos3;4
O estresse significa um conjunto de reações do organismo a agressões de origens diversas, capaz de perturbar o equilíbrio interno5. Para neonatos, especialmente quando se trata de prematuros, o estresse possui um aspecto drástico e já a fase de alarme pode resultar em uma variedade de déficits, tendo como consequência sérios danos no nível do sistema nervoso central, pois o processo de desenvolvimento deste sistema sofre descarga dos glicocorticoides, podendo gerar sérias mudanças neuroquímicas e neuroanatômicas5.
Além dos cuidados para manter a vida, o enfermeiro que atua nas unidades de terapia neonatal precisa ter conhecimentos e habilidades para administrar a rotina e reduzir o estresse neonatal. Identificar situações estressantes com o recém-nascido pré-termo ou de baixo peso é de vital importância para o seu desenvolvimento normal. Assim, previne ou minimiza o surgimento de possíveis deficiências múltiplas.
O objetivo desta revisão literária foi identificar situações estressantes com o recém-nascido pré-termo ou de baixo peso na Unidade de Terapia Intensiva e identificar o papel e competências do enfermeiro na gestão de rotinas e planos de cuidados que minimizem esta condição.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, tipo narrativa. No qual foram avaliadas as publicações referentes ao período de 2003 a 2012. A revisão narrativa sintetiza e resume, em termos narrativos, um corpo de literatura de pesquisa (POLIT, 2011). As bases de dados utilizadas foram a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-BIREME), a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SciELO). A coleta de dados se deu no mês de março de 2014. Têm-se como critérios de inclusão: Artigos originais, completos e publicados em revista de enfermagem, no idioma Português e que abordasse a temática do estudo. Foram identificados 19 artigos e 01 monografia. Os quais foram lidos na íntegra, sumarizados e resumidos para posterior discussão. Os artigos que fizeram parte da amostra foram apresentados em forma de quadro com as seguintes informações: título, autores, periódico e ano de publicação, objetivo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os trabalhos selecionados e analisados na presente pesquisa reuniram um total de 20 documentos, sendo 19 artigos e 01 monografia, conforme pode ser observado no Quadro 1.
PERIÓDICOS/NÚMERO DE ARTIGOS | AUTORES | ANO | TÍTULO |
Acta Scientiarum | Ferreira e Vieira | 2003 | A influência do método mãe-canguru na recuperação do recém- nascido em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: uma revisão de literatura |
Arq. Ciênc. Saúde | Silva e Vieira | 2008 | A atuação da equipe de enfermagem na assistência ao recém-nascido em um hospital de ensino |
Ciência e Saúde Coletiva | Lanego; Deslandes e Moreira | 2005 | Desafios para a humanização do cuidado em uma unidade de terapia intensiva neonatal cirúrgica |
Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal | Christoffel | 2009 | Tecnologias do cuidado de enfermagem neonatal: a dor e o estresse do recém-nascido durante procedimentos dolorosos |
Escola Anna Nery | Oliveira; Silva; Silva; Silva; Chaves e Bezerra | 2011 | Implementação de medidas para o alívio da dor em neonatos pela equipe de enfermagem |
Fitness & Performance Journal | Pinto; Silva; Cardoso e Beresford | 2008 | O estresse no neonato pré-termo: uma reflexão axiológica acerca de possíveis influências dos fatores sensório-ambientais em unidades de terapia intensa neonatal |
Portal Mackenzie | Curvinel e Pauletti | 2009 | Formas de atendimento humanizado ao recém-nascido pré-termo ou de baixo peso na unidade de terapia intensiva neonatal: uma revisão |
Revista Baiana de Enfermagem | Anversa; Ubessi e Situmm | 2011 | Perfil de profissionais de terapia intensiva neonatal relacionado com estresse |
Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste - RENE | Farias; Rêgo; Lima; Araújo; Cardoso; Souza | 2011 | Cuidados de enfermagem no alívio da dor de recém-nascido: revisão integrativa |
Revista Destaques Acadêmicos | Gomes e Hahn | 2011 | Manipulação do recém-nascido internado em UTI: alerta |
Revista Eletrônica de Enfermagem | Reichert; Lins e Collet | 2007 | Humanização do cuidado da UTI Neonatal |
Revista Eletrônica de Enfermagem | Pinho; Siqueira e Pinho | 2006 | As percepções do enfermeiro acerca da integralidade da assistência |
Revista Enfermagem | Salgado; Adirson; Cava e Camacho | 2011 | O sono do recém-nascido em unidade de terapia intensiva neonatal |
Revista Enfermagem | Nascimento e Maranhão | 2010 | Prevenção do estresse neonatal: desafio para a equipe de enfermagem |
Revista Latino-Americana de Enfermagem | Montanholi; Merighi e Jesus | 2011 | Atuação da enfermeira na unidade de terapia intensiva neonatal: entre o ideal, o real e o possível |
Revista Latino-Americana de Enfermagem | Rossato-Abéde e Ângelo | 2002 | Crenças determinadas na interação da enfermeira acerca da presença dos pais em unidades neonatais de alto risco |
Revista Med. | Nóbrega; Sakai e Krebs | 2007 | Procedimentos dolorosos e medidas de alívio em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal |
Revista Mineira de Enfermagem – REME | Rodrigues | 2012 | Fatores estressores para a equipe de enfermagem da unidade de terapia intensiva |
Revista Movimenta | D’arcadia; Neri e Alves | 2012 | Estresse neonatal: os impactos do ruído e da superestimulação auditiva para o recém-nascido |
Revista Paulista de Enfermagem | Sochi et. al | 2001 | Cuidado individualizado ao pequeno prematuro: o ambiente sensorial em unidade de terapia intensiva neonatal |
DISSERTAÇÃO | AUTOR | ANO | TÍTULO |
Mestrado | Coutinho | 2009 | Unidade de Terapia Neonatal: estressores laborais da equipe de enfermagem e caracterização do ambiente |
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