Encefalite Autoimune Estudo de Caso
Por: JOri M • 9/3/2019 • Trabalho acadêmico • 642 Palavras (3 Páginas) • 276 Visualizações
Encefalite constitui-se uma inflamação do cérebro que acomete, anualmente, na europa 2/3 de cada 100.000 ha, sendo 40% infeciosas, 40% desconhecidas e 20% autoimunes, destas, 4% são encefalite por anticorpos anti-N-metil-D-aspartato (anti-NMDA receptor), uma das mais frequentes, podendo ocorrer em qualquer idade, com preferência pelo sexo feminino e, quando associado a neoplasias, os tumores mais comuns são teratoma de ovário e CA de pulmão pequenas células. (SOUSA, 2018).
Descrita pela primeira vez, em 2007, a Encefalite anti-NMDA receptor, é uma síndrome neuropsiquiátrica causada por processos imunomediados, uma vez que apresenta autoanticorpos no soro ou no líquido cefalorraquidiano (LCR). É cada vez mais descrita em Pediatria, que pela sua variabilidade sintomática, pode ser de difícil diagnóstico. (BORLOT, 2012). Estudo publicado em 2013 com 577 pacientes, revelou que 81% eram do sexo feminino; 37% menores de 18 anos e 95% menores de 45 anos e que no intervalo de idade entre 12 anos e 45 anos eram do sexo masculino e 38% apresentavam neoplasia subjacente. (SOUSA, 2018).
Sua etiologia, inclui: Vírus: HVS1, HVS2, HV6, HV7, Varicela-zooster, EBV, CMV, Adenovirus, Enterovirus, Influenza, Parainfluenza, VSR, Sarampo, Parotidite. Arbovirus (St Louis, West Nile). Raiva, Parvovirus B19, Rotavirus Bactérias: Borrelia spp, Treponema pallidum,, Bartonella hensalea, Brucella… Ricketsias, Mycoplasma pneumoniae Outros: Protozoarios (Toxoplasma, Toxocara, Trypanosoma sp..), Helmintas (trichinella, shistosoma sp…), Fungos (Cândida, Cryptococcus). Os sinais clínicos da encefalite anti-NMDA receptor, na infância, incluem convulsões, anomalias de comportamento, distúrbios de fala e transtornos de movimento. Tumores geralmente não são detectados nessa idade. O diagnóstico de encefalite anti-rNMDA deve ser abordado após a exclusão de outras causas de encefalite na infância, como as de origem infecciosa. (BORLOT, 2012)
A Encefalite anti-NMDA receptor deve ser considerada no diagnóstico diferencial das encefalites, principalmente quando está presente doença do movimento e alterações comportamentais. Por ser potencialmente tratável e ocasionalmente ser o primeiro indicador de neoplasia oculta, o seu diagnóstico e tratamento imediatos são de extrema importância. Quanto ao diagnóstico definitivo só pode ser estabelecido após observação microscópica do tecido cerebral pelo que, na prática, baseia-se na correlação de dados clínicos e dos exames complementares de diagnóstico: exame do LCR, EEG e RM encefálica (FERREIRA, 2014).
Todas as crianças com encefalite devem ser internadas em Unidades Hospitalares com fácil acesso a Cuidados Intensivos. A Terapêutica de suporte constitui-se de 1) Monitorização clínica da Frequência cardíaca, respiratória, saturação de oxigénio e tensão arterial; Estado de consciência – Escala de Coma de Glasgow; Balanço hídrico; Vigilância de Hipertensão Intra-craniana (hipertensão arterial, bradicárdia, polipneia/apneia e anisocória) 2)Dieta zero 3) Controle das convulsões, com uso de Diazepam retal (0.5mg/kg, máx 10mg) ou Diazepam e.v. 0.15mg/Kg. (SPP, 2018) e Fenitoína – impregnação: 20mg/kg em 20 minutos, seguido de dose de manutenção: 5mg/kg/dia. Na Terapêutica específica, deve-se iniciar o mais precocemente possível a terapêutica empírica que visa cobrir os principais agentes tratáveis. Deverá incluir aciclovir (vírus herpes) e ceftriaxone (principais agentes bacterianos). Caso a clínica assim o justifique, ponderar o uso de ciprofloxacina (Mycoplasma pneumoniae) 1. Aciclovir: 1500mg/m2/dia (3 x dia) 2. Ceftriaxone: 100mg/Kg/dia (1 x dia) 3. Ciprofloxacina: 20mg/Kg/dia (2 x dia). A suspensão de cada fármaco deve ser feita: só se ocorrer evolução favorável! Se for identificado um agente causal ponderar início de terapêutica específica. (SPP, 2018)
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