Enfermagem e trabalho

         Ana Neri, brasileira da cidade de Salvador Bahia, viúva do Capitão de Coverta, Isidorio Antonino Neri, mãe de três filhos, Justiniano, Pedro, Isidorio, que estavam lutando na guerra,e irmã de dois tenentes coronéis que serviam no 10° e 40° batalhão de voluntários da pátria. E para tentar ficar próxima deles Ana Neri partiu como voluntaria junto com o espanhol  Ramon, para o Angulo de Santa Catarina Hopistal de Campanha, onde haviam mais de mil homens feridos na guerra Paraguaia de 1865.

       Logo em sua chegada ela foi proibida de se aproximar e cuidar dos pacientes que estavam na “bolha”(isolamento dos doentes contagiosos) para não infectar os outros homens.

       Na enfermaria havia uma criança em situações precárias de cuidados, precisando ser operada urgentemente, mas nada era feito pois ela era Paraguaia, Ana Neri foi até os médicos solicitar a cirurgia, mas nada foi feito. Então indignada com a situação, resolveu ela mesma operar o menino, porém acabou sendo descoberta pelos médicos e lhe foi atribuída uma pena de lavar por uma semana as roupas de todos os doentes da enfermaria geral. Aproveitando a situação ela inseriu métodos de higiene na enfermaria que ajudou na boa recuperação dos pacientes.

       Ao cuidar de um dos homens doentes, que era ele irmão de um dos médicos, e que mesmo assim sofria por falta de cuidados. Ana Neri então cria uma curiosidade de visitar o isolamento, porém chegando lá fica espantada ao descobrir que na verdade ali não era apenas um isolamento, mas sim um local de tortura para o exercito rival. Inconformada com a situação desumana em que os paraguaios eram mantidos, libertou um dos oficiais, pois tinha em mente que estava ali para cuidar de todos os doentes sem distinções. Foi aberto um inquérito para saber quem libertou o tenente paraguaio, mas só foi descoberto um tempo depois.

       Os médicos do Hospital de Campanha, não gostavam de Ana Neri porque tinha medo dela tomar o lugar deles, por causa do seu jeito, cuidado, tratamento e dedicação com todos. Mas um deles acaba doente, é a Ana Neri que eles recorrem.

       Durante uma noite o Hospital sofreu um ataque do exercito rival, que deixa vários feridos e mortos, entre os mortos estavam a criança paraguaia e Ramon. Em meio a um momento de muita afliçao Ana Neri põe seu sofrimento de lado e levanta para cuidar dos feridos.

       Ana Neri perdeu seu filho Justiniano e um sobrinho que estavam na guerra. Ela morreu aos 66 anos em 20 de dezembro de 1880. Foi denominada pelo exercito brasileiro “mãe dos brasileiros”.

“Quando existe amor é mais fácil passar pelo sofrimento.”

                                                                 Caxias