Fármacos adrenérgicos
Por: anabeat_c • 12/5/2015 • Relatório de pesquisa • 1.283 Palavras (6 Páginas) • 663 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
DOCENTE: DR JUAN CARLOS RAMOS GONÇALVES
ADRENÉRGICOS E BLOQUEADORES ADRENÉRGICOS
Ana Beatriz de Sousa Costa
TERESINA, 2015
- INTRODUÇÃO
SILVA (2002) ressalta que, do ponto de vista funcional, o sistema nervoso é subdividido em somático ou voluntário e em autônomo ou visceral. O sistema nervoso autônomo (SNA) regula os processos corpóreos que não estão sob a dependência direta do controle voluntário e ainda possui duas divisões, distintas fisiologicamente e anatomicamente. São elas: simpática ou toracolombar e parassimpática ou craniosacral. Ainda existem os seguintes sinônimos: sistema adrenérgico ou catabólico (divisão simpática) e sistema colinérgico ou anabólico (divisão parassimpática).
O sistema nervoso autônomo também é conhecido como sistema nervoso involuntário, vegetativo ou visceral. Na periferia, ele é representado pelos nervos, gânglios e plexos que fornecem a inervação para o coração, vasos sanguíneos, glândulas e outros órgãos viscerais e músculo liso. Portanto, ele está amplamente distribuído por todo o corpo e regula as funções autônomas que ocorrem sem o controle consciente (GILMAN, 2006).
Os fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo são divididos em dois grupos de acordo com o tipo de neurônio envolvido nos seus mecanismos de ação. As drogas colinérgicas atuam em receptores que são ativados pela acetilcolina, enquanto que as adrenérgicas atuam em receptores que são estimulados pela noradrenalina ou adrenalina. Colinérgicos e adrenérgicos atuam estimulando ou bloqueando receptores do sistema nervoso autônomo (HOWLAND, 2006).
O presente experimento teve como objetivo a análise dos efeitos dos agonistas e antagonistas adrenérgicos em Canis familiaris, cuja ação é efetivada por receptores do tipo alfa e beta, nos seguintes parâmetros: frequência cardíaca, pressão arterial e diâmetro dos vasos viscerais e vasos musculares, através de simulação computadorizada.
''O estímulo alfa-adrenérgico produz efeito excitatório em todos os órgãos providos de alfa-receptores, com exceção da musculatura intestinal, que se relaxa. A estimulação beta-adrenérgica dá origem a respostas inibitórias, exceto pelo coração e por algumas respostas metabólicas” (GILMAN, 2006).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A atividade prática foi realizada com o uso de um software que simula a aplicação de drogas colinérgicas em canis familiaris, na presença e ausência de bloqueadores adrenérgicos. Nessa simulação, observaram-se alguns parâmetros como, frequência cardíaca, pressão arterial e o tônus dos vasos musculares e viscerais antes e após a aplicação de cada droga, que seguiu a seguinte ordem:
- Administrar alfa bloqueador e observar alterações nos parâmetros já descritos;
- Administrar 10 mg de propanolol e observar alterações nos parâmetros;
- Administrar 5 mg de efedrina e observar alterações nos parâmetros.
3. RESULTADOS
Tabela 01 - REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DOS EFEITOS OCASIONADOS PELA ADMINISTRAÇÃO DE SUBSTANCIAS COLINÉRGICAS SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E TÔNUS DOS VASOS VISCERAIS E MUSCULARES EM Canis familiaris ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO COMPUTADORIZADA. TERESINA, 2010.
FÁRMACO | PRESSÃO | FREQUÊNCIA CARDÍACA | VASOS VISCERAIS E MUSCULARES |
Alfabloqueador | Hipotensão | Bradicardia | Vasodilatação |
Pronanolol | Hipertensão | Bradicardia | Vasoconstrição muscular |
Efedrina | Hipertensão | Taquicardia | Vasodilatação muscular e vasoconstrição visceral |
Fonte: Laboratório de Farmacologia da UFPI, alunos de Enfermagem, 2015.
Gráfico 01 - REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DOS EFEITOS OCASIONADOS PELA ADMINISTRAÇÃO DE ALFABLOQUEADOR SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL
Gráfico 02 - REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DOS EFEITOS OCASIONADOS PELA ADMINISTRAÇÃO DE PROPANOLOL SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL
Gráfico 03 - REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DOS EFEITOS OCASIONADOS PELA ADMINISTRAÇÃO DE EFEDRINA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL
4. DISCUSSÃO
Os fármacos adrenérgicos podem agir de forma direta ou indireta e causam a ativação dos adrenorreceptores, levando a alguns ou todos os efeitos das catecolaminas endógenas. Segundo CABRAL (2010), os efeitos das drogas antagonistas beta adrenérgicas são devidos, principalmente, à ocupação e ao bloqueio dos receptores beta.
Nos vasos sanguíneos, o tônus do músculo liso vascular é regulado por receptores adrenérgicos. Os receptores alfa aumentam a resistência arterial, enquanto os receptores beta 2 promovem o relaxamento do músculo liso. Os vasos cutâneos apresentam receptores alfa e sofrem contração na presença de adrenalina e noradrenalina. Os vasos no músculo esquelético podem contrair-se ou dilatar-se, dependendo da ativação dos receptores alfa ou beta. Portanto, os efeitos globais de um agente simpaticomimético sobre os vasos sanguíneos dependem das atividades relativas das drogas nos receptores alfa e beta (CABRAL, 2010).
Ainda de acordo com CABRAL (2010), os efeitos diretos sobre o coração são determinados, em grande parte, pelos receptores beta 1, embora estejam envolvidos os receptores beta 2 e, em menor grau, os receptores alfa. A ativação dos receptores beta 2 resulta em aumento do influxo de cálcio nas células cardíacas, com consequência tanto elétricas quanto mecânicas.
Já em relação aos efeitos sobre a pressão arterial, CABRAL (2010) relaciona a pressão arterial com os efeitos do coração, resistência periférica e retorno venoso. Um agonista alfa puro aumenta a resistência periférica arterial e diminui a capacitância venosa, além de poder exercer uma ação ionotrópica positiva moderada. Por outro lado, a resposta da pressão arterial a um agonista puro dos receptores beta, aumenta o débito cardíaco. Os efeitos finais consistem em manter ou elevar levemente a pressão sistólica permitindo, ao mesmo tempo, uma queda da pressão diastólica.
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