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Farmacologia Humana: Da Molécula à Clínica

Por:   •  8/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.088 Palavras (13 Páginas)  •  401 Visualizações

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TRABALHO

DE FARMACOLOGIA

Alunas: Fernanda Dionísio da Silva

Illana Cristina de Mattos Moura

Thaiene Sousa

Rio de Janeiro

2016


1. INTRODUÇÃO

         A tuberculose constitui-se em uma doença infecciosa milenar que tem como agente causal o Mycobacterium tuberculosis. Atualmente, apesar dos recursos tecnológicos para promover seu controle, sua erradicação é um objetivo que está longe de ser obtido em um futuro próximo.

Configura-se ainda como um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais, intimamente ligadas à pobreza e à má distribuição de renda, além do estigma que pode contribuir para a não-adesão ao tratamento. O surgimento da epidemia de AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose multirresistentes agravam ainda mais o problema da doença no mundo

O tratamento da tuberculose precisa ser compreendido em sua complexidade para alcançar seu êxito. Nesse sentido, apesar das drogas serem efetivas contra o bacilo e dos serviços de saúde ter estrutura para promover o tratamento, o que vai determinar sua realização é o comportamento das pessoas.

A quimioterapia é considerada a principal estratégia de atuação do controle da tuberculose. As medicações para tuberculose são efetivas e sua finalidade é atuar em diferentes estágios do metabolismo bacilar, visando potencializar o efeito destrutivo.

A atenção à tuberculose implica em trabalhar com uma doença considerada como uma condição crônica, que exige habilidades específicas para o atendimento, uma vez que é de longa duração e o planejamento das ações deve incluir aspectos socioeconômicos culturais da pessoa com tuberculose, assim como o estabelecimento de vínculo entre o serviço de saúde, a pessoa com tuberculose e sua família.

2. FARMACOTERAPIA – DROGAS USADAS

2.1. Isoniazida (INH)

2.1.1. Química

A isoniazida é a hidrazida do ácido nicotínico, solúvel em água.

 

2.1.2. Atividade antibacteriana

A INH é bacteriostática para os bacilos com baixa multiplicação, mas é bactericida para os microorganismos que se multiplicam rapidamente.

2.1.3. Farmacocinética

A INH é rapidamente absorvida por via oral ou parenteral, observando-se concentrações plasmáticas máximas uma a duas horas após a ingestão oral.

 

2.1.4. Farmacodinâmica, Mecanismo de Ação

O mecanismo de ação da INH não é inteiramente conhecido; sabe-se; entretanto, que somente os germes sensíveis captam esta droga. A captação da INH pelo bacilo se faz através de processo ativo, e a maior parte da droga encontrada no interior do bacilo é um metabólito do ácido isonicotínico.

 

2.1.5. Efeitos adversos

A incidência de reações adversas é estimada em 5,4%. As reações de hipersensibilidade a INH são incomuns, mas podem ocorrer, tais como febre, erupções cutâneas, hepatite e um processo de vasculite acompanhado pela presença de anticorpos antinucleares, simulando um quadro de lúpus eritematoso. Reações hematológicas como eosinofilia, anemia, agranulocitose, trombocitopenia e manifestações articulares podem ocorrer. A suspensão da droga faz desaparecer tais complicações. A grande maioria dos efeitos adversos da INH é dose –dependente, sendo inferior a 1% com 3 mg/kg de peso/dia. Os efeitos tóxicos mais importantes se relacionam com o sistema nervoso central e periférico. Dose mais alta pode causar neurite periférica em 10 a 20% dos pacientes. Convulsões estão presentes em menos de 1% dos pacientes e, ao que parece, melhoram com altas doses de piridoxina. O uso de INH pode provocar lesão hepática.

A INH é a mais importante droga tuberculostática, ao lado da rifampicina. É de baixo custo e bem tolerada, sendo a droga preferida na quimioprofilaxia da tuberculose.

 

2.1.6. Doses e vias de administração

Pode ser usada por via oral ou intramuscular. A dose para adulto é de 400 mg diariamente. Em crianças usam-se 10 a 20 mg/kg de peso/dia. A INH deve ser tomada em dose única.

 

2.2. Rifampicina (RMP)

A Rifampicina é um antibiótico semi-sintético, derivado da rifampicina B. É solúvel em solventes orgânicos e na água com pH ácido.

2.2.1. Atividade antibacteriana

Em concentração de 0,005 a 0,2 µg/ml, a RMP inibe o crescimento da M. tuberculosis in vitro. As micobactérias atípicas requerem concentrações maiores, que variam de 4 a 16 µg/ml para inibir seu crescimento. In vitro, a RMP potencializa a atividade da SM e da INH, mas não a do etambutol. É ativa contra a maioria das bactérias gram-positivas, inclusive S. aureus e S. coagulase-negativo. Tem ação contra muitas bactérias gram-negativas: E. coli, Pseudomonas, Klebsiella. É altamente ativa contra Neisseria meningitidis e Hemophilus influenzae. Tem ação inibitória contra Legionella sp.

2.2.2. Farmacocinética

A RMP é bem absorvida por via oral e alcança a concentração plasmática máxima 2 a 4 horas após ingestão. A dose oral de 600 mg atinge concentração plasmática de 7µg/ml. Apresenta melhor nível de absorção se o indivíduo está em jejum.

Aproximadamente 30% da droga são excretados na urina e o restante é excretado nas fezes.

 

2.2.3. Farmacodinâmica, Mecanismo de Ação

A RMP inibe a síntese do RNA, interferindo especificamente na polimerase do RNA dependente do DNA, suprimindo a iniciação da formação da cadeia na síntese do RNA. A resistência bacteriana ocorre quando surge alteração no código do DNA para produzir a polimerase do RNA. A RMP é bactericida para microorganismos tanto no meio extracelular como intracelular.

 

2.2.4. Efeitos adversos

Em apenas 3% dos casos tratados com RMp é necessário interromper o tratamento. Os mais comuns são erupção cutânea (0,8%), febre (0,5%) e náusea e vômito (1,5%). O principal paraefeito é a agressão hepática. Em uma série de 500.000 casos tratados com RMP ocorreram 16 óbitos de pacientes com icterícia.

2.2.5. Doses e Via de Administração

A RMP é usada por via oral na dose de 10 a 20 mg/kg de peso diariamente, com dose máxima de 600 mg/dia. Deve ser dada em dose única uma antes de uma refeição (em geral, o café) ou duas horas após.

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