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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Por:   •  3/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.775 Palavras (12 Páginas)  •  432 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A adolescência é um período da vida do indivíduo regido por dúvidas, questionamentos e conflitos sociais, psicológicos e culturais, onde o mesmo busca a inserção na sociedade. Ao deparar-se com problemas os adolescentes precisam estar amparados para que saibam tomar decisões e desenvolver a partir daí o senso crítico e de responsabilidade para a vida adulta.

Porém, alguns percalços ocorrem ao longo do caminho fazendo com o adolescente interrompa ou acelere sua maturidade, sendo um desses motivos e um dos mais comuns, a gravidez na adolescência.

Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho é contextualizar a gravidez na adolescência, buscando identificar de maneira complementar os fatores de risco envolvidos, principalmente os socioeconômicos e educacionais, formas de prevenção, abordagens e cuidados direcionados à grávida e seus familiares.

A gravidez na adolescência é um tema complexo e ao mesmo tempo atual, visto que ainda é um evento de ocorrência constante, principalmente no Brasil. Sendo assim, há a necessidade de constantes discussões acerca das possíveis causas e alternativas no trato a essa temática, buscando orientar e auxiliar as gestantes que se enquadram nessa situação e os demais atores envolvidos.

A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa bibliográfica, com consulta a livros, periódicos, artigos e demais produções textuais de caráter científico, como documentos do Ministério da Saúde e da Educação acerca do tema.

O capítulo inicial trata de contextualizar o cenário da gravidez em adolescentes no Brasil, demonstrando dados quantitativos e qualitativos sobre o mesmo. Abordou-se ainda, os aspectos emocionais e familiares envolvidos no diagnóstico, bem como os fatores de risco e formas de prevenção que envolve as gestantes nessa idade.

O capítulo seguinte trouxe uma discussão acerca do apoio médico e familiar voltado as adolescentes, abarcando não só o pré-natal e exames físicos para acompanhar a saúde da gestante e do bebê, mas também o papel dos profissionais de psicologia e assistência social, na construção do vínculo familiar entre as jovens mães e seus bebês.

2 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

A adolescência é entendida como o período da vida de determinado indivíduo correspondente a faixa etária entre 10 e 19 anos. É caracterizada como o estágio onde ocorrem profundas e rápidas mudanças, físicas e psicológicas, como crescimento rápido, surgimento das características sexuais secundárias, conscientização da sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social (YAZLLE, 2006).

Diante este cenário de constantes modificações e descobertas, a adolescente pode se deparar com um evento, que na maioria das vezes não é planejado e torna-se capaz de modificar drasticamente a rotina das meninas, a gravidez.

De acordo com dados do Ministério da Saúde (2012), cerca de 20% das crianças nascidas vivas em 2010 no Brasil são filhos e filhas de mulheres de 19 anos ou menos, sendo que no mesmo, 12% das adolescentes entre 15 e 19 anos possuíam pelo menos um filho.

Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) (2010), já é comprovado que a gravidez nesta faixa etária acarreta profundas modificações na vida da adolescente, especialmente nos aspectos emocionais, educacionais, sociais e econômicos.

Sendo considerada por muitos com um problema de saúde pública, a gravidez na adolescência tem sido, portanto, objeto de preocupação dos órgãos governamentais, profissionais de saúde e educação e de toda a sociedade, uma vez que pode acarretar complicações obstétricas, com repercussões para a mãe e o recém-nascido, bem como problemas psicossociais e econômicos (YAZLLE, 2006).

Por ser um tema complexo e atual, a gravidez na adolescência requer medidas preventivas e cuidados especiais, não só no que tange os exames e acompanhamento durante a gravidez, mas também apoio familiar e psicológico, já que a maternidade já torna a mulher mais sensível e confusa, sendo que aliando tal período à adolescência, esse fator é drasticamente alterado, merecendo atenção redobrada.

Conhecer de maneira aprofundada, os fatores de risco e alternativas para a redução e cuidados a essas gestantes é primordial na construção de um novo cenário no Brasil. Desta forma, o governo federal vem implantando estratégias e programas nas últimas décadas sendo os mesmos responsáveis por um leve declínio (3%) na ocorrência de grávidas adolescentes a nível mundial, sendo porém necessário a intensificação de estratégias de abordagem do problema, a fim de que a gravidez na adolescência seja uma decisão própria e não consequência da falta de políticas públicas direcionadas ao adolescente (FEBRASGO, 2010).

2.1 DIAGNÓSTICO, FATORES DE RISCO E CONSEQUÊNCIAS

Entendendo que a gravidez na adolescência reúne dois transformadores momentos da vida da mulher, vale a necessidade de conhecimento e cuidados específicos desde o período diagnóstico da gravidez, até o parto, analisando principalmente os fatores de risco envolvidos.

A descoberta da gravidez neste período é um momento muito importante e é na maioria das vezes, marcado por conflitos. Embora possa ser desejada de forma consciente ou inconsciente, geralmente não é planejada, estando relacionada a fatores como faixa etária, socioculturais e econômicos. Alterações psicológicas e emocionais dos pais adolescentes e seus familiares são muito comuns e a compreensão dos fatores que levaram à gravidez e a desmistificação da idéia de que toda gestação é indesejada e com conseqüências desastrosas para o futuro dos adolescentes, assim como a participação dos adolescentes do sexo masculino na prevenção e na assistência, são fundamentais (SILVA et al, 2013).

No diagnóstico, que deve ser precoce, é vital que a adolescente esteja amparada por familiares e se não estiver é importante que haja assistência emocional por parte dos profissionais de saúde e sociais. Somente desta forma, a adolescente compreenderá a importância dos cuidados e do pré-natal reduzindo assim complicações futuras (FEBRASGO, 2010).

Entende-se que na descoberta da gravidez a adolescente é tomada por um misto de sentimentos e ela depara-se com o grande dilema de ter ou não ter o bebê. Além do impacto emocional, o aborto praticado nessa fase aumenta o risco de morte materna, principalmente quando realizado em condições precárias. A esse fato aliam-se condições econômicas

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