HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HOSPITALIZADO
Por: dalboni2018 • 27/4/2018 • Monografia • 6.205 Palavras (25 Páginas) • 589 Visualizações
1 ASPECTOS RELACIONADOS A HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO HOSPITALAR
Para melhor compreensão do tema proposto, faz-se necessário abordar neste capítulo a humanização relacionada ao cuidado com paciente hospitalizado. A humanização do trabalhador e do usuário indica à relação dialógica, e assim perseverar a individualidade, a identidade, as diferenças.
É visível que a evolução do conhecimento técnico-científico não tem acompanhado a evolução do atendimento de saúde, principalmente nos serviços públicos. A qualidade do contato humano presente nas intervenções de saúde tem sido há mais distante possível, onde percebemos números ao invés de nomes, por exemplo, (SILVA, SILVINO, 2017).
O resgate ao cuidado humano tem sido emergente, onde a prática cuidadora necessita avançar em direção a totalidade do ser humano. Não mais cuidamos apenas de um problema isolado, somos participantes de um processo interligado, mostrando o paciente como ser humano. O resgate da dignidade humana, no momento em que nos tornamos mais fragilizados, ou seja, quando estamos doentes. Precisamos do cuidado humanizado, do entendimento de nossas necessidades bio-psico socio-espirituais. E para tal precisamos deixar de lado a prática fragmentada, as atitudes e ações distantes das relações humanas (SILVA, SILVINO, 2017, p. 4).
Segundo Knobel (2006), humanizar é cuidar do paciente como um todo, envolvendo o contexto familiar e social, inserindo e respeitando os seus valores, esperanças, os aspectos culturais assim como as preocupações individuais.
Ainda neste contexto, humanização é entendida pelo Ministério da Saúde como valorização dos diferentes cuidadores que estão envolvidos no processo de produção de saúde (BRASIL, 2004).
Para Campos (2005) a humanização deve ser vista como modificações das estruturas, tanto no jeito do trabalho como das pessoas que estão envolvidas nesse contexto.
Para isso Benevides e Passos (2005) relatam sobre a necessidade que existe de adotar a humanização como uma política transversal capaz de atualizar o conjunto de princípios e diretrizes através de ações e também da maneira de agir nos diferentes serviços, e práticas de saúde, caracterizando uma construção coletiva.
Segundo Puccini e Cecílio (2004) a utilização das propostas de humanização, a valorização das inter-relações humanas tem crescido e com isso tem aumentado a busca pela valorização da dignidade humana.
Para Barreto, Vieira e Pinheiro (2001), o segredo do bom atendimento está na humanização da assistência.
Segundo Simões et al. (2007, apud Rizzotto, 2002) afirmam que a
humanização é uma expressão de difícil conceituação, tendo em vista seu caráter particular, complexo e multidimensional. A humanização é muito mais que qualidade clínica dos profissionais, ela exige qualidade de comportamento, especialmente quando implantada no contexto da saúde.
O processo de humanização no trabalho da enfermagem de ser refletida, pois os profissionais em sua maioria têm enfrentado situações difíceis no ambiente que trabalham como salários baixos, a profissão pouco valorizada e também o descaso diante dos problemas encontrados e identificados pela equipe, principalmente no que se refere ao distanciamento entre o trabalho prescritivo, o preestabelecido institucionalmente e aquele realmente executado junto ao paciente (AMESTOY, SCHWARTZ, THOFEHRN, 2006).
A humanização vem se apresentando como uma necessidade crescente em resgatar o cuidado com o processo de respeito e valorização do ser humano. Portanto, humanizar significa,
acolher o paciente em sua essência, a partir de uma ação efetiva traduzida na solidariedade, na compreensão do ser doente em sua singularidade e na apreciação da vida. É abrir-se ao outro e acolher, solidária e legitimamente, a diversidade, tornando o ambiente mais agradável e menos tenso, de forma a proporcionar ao paciente um atendimento mais seguro, afetuoso e terno (MORAIS, et al., 2009,324).
Portanto, no campo hospitalar, é muito importante e também necessário ter profissionais que sejam capazes de desenvolver as habilidades emocionais, e também que sejam capazes de sensibilizar-se com as situações vivenciadas em seu dia a dia, evitando prestar um cuidado tecnicista, mas que estejam preparados para proporcionar um cuidado humanizado ao paciente, sem exploração, domínio ou desconfiança (AMESTOY, SCHWARTZ, THOFEHRN, 2009).
O termo humanização vem sendo empregado frequentemente no sentido de associar os recursos tecnológicos ao reconhecimento da individualidade do paciente, para que este seja percebido como um integral e, ao mesmo tempo singular, em suas necessidades (COSTA, et al., 2009).
No que se refere ao cuidado, à humanização encontra amparo na prática profissional responsável, no empenho em tratar as pessoas com respeito em suas reais e potenciais necessidades; no reconhecimento do paciente como coparticipante em seu processo de cura e reabilitação (BETTINELLI, et al., 2004; SILVA, et al., 2007).
O cuidado humanizado pressupõe habilidade técnica do profissional de saúde no exercício de suas funções, além de competência pessoal evidenciada na capacidade de perceber e compreender o ser paciente em sua experiência existencial, satisfazendo suas necessidades intrínsecas; favorecendo sobremaneira um enfrentamento positivo do momento vivido, além de preservar a sua autonomia, ou seja, o direito de decidir quanto ao que deseja para si, para sua saúde e seu corpo, por ser este direito uma das primeiras coisas diminuídas ou perdidas quando se adoece (MORAIS, et al., 2009, p. 324).
Vale destacar que a humanização do cuidado em saúde perpassa pelo respeito à individualidade da pessoa, ao mesmo tempo em que promove um entendimento integral da mesma ultrapassando a compreensão biologicista da doença e contemplando os aspectos psicológicos, sociais e espirituais que, direta ou indiretamente, influenciam no processo saúde-doença (MORAIS, et al., 2009).
Como profissão da área de saúde, a enfermagem é a que se mantém mais tempo ao lado do doente, e tem como objeto de trabalho o cuidado, e é por meio cuidado que estabelece o vínculo, promove o encontro, constrói relações e se conhece o outro (FONTES, ALVIM, 2008).
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