HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Por: mayasaori • 15/8/2016 • Projeto de pesquisa • 2.049 Palavras (9 Páginas) • 500 Visualizações
HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.
De acordo com Silva (1997), o cuidar é a essência da enfermagem e floresce da tríade ciência-arte-espiritualidade, sendo que este cuidado faz parte de um processo de interação dinâmico e contínuo que requer novas habilidades/capacidades dos seres cuidadores, que invadem as capacidades intelectuais/racionais para incluir o amor, a sabedoria, a compaixão, a solidariedade, a intuição, a criatividade, a sensibilidade, a imaginação e as formas multissensoriais de percepção.
Para tanto, Martins (2001) afirma que no momento em que os profissionais da área de saúde assistem os seres humanos, deparam-se com sua existência sob vários aspectos, como sua saúde ou doença, seus conflitos e frustrações. Desta maneira, na tentativa de evitar o contato com esses fenômenos utilizam subterfúgios, como mecanismos rígidos de defesa que podem causar-lhes danos, tanto na esfera profissional quanto na pessoal.
Muitas vezes, o profissional de saúde esquece que aquela pessoa que está ali, sobre o leito hospitalar, necessita do outro para tudo ou para quase tudo ou, melhor ainda, para sobreviver.
É preciso considerar que o paciente, ao entrar no hospital, perde a sua identidade e passa a ser visto como o leito de número tal ou, ainda, como aquele paciente que esta com aquela doença.
O profissional de enfermagem deve estar apto para receber o paciente de forma humana, com calor e empatia, deve mostrar-se solidário, oferecer segurança, olhar e permitir-se ser olhado, ouvir e permitir ser ouvido, não julgar, não agredir, não demonstrar pena e dar ênfase à palavra compaixão, pois a pessoa que sente segurança e apoio tem maior possibilidade no sucesso do tratamento. Por isso, o Dr. Karl Menninger afirma que: “o amor cura as pessoas [...] tanto aquelas que dão quanto aquelas que recebem” (HUNTER, 2004, p.126).
Dessa forma, Feitosa (2001) diz que a comunicação tem que ser constante entre o paciente e os profissionais da área; esse cuidador tem que estar vigilante, pois a dupla terapêutica tem que agir, comunicando-se sempre, de maneira verbal ou não.
Para Mezomo (2001) a humanização faz parte da colaboração do enfermeiro com o problema que o outro vive, e também consigo mesmo, uma vez que ninguém está a salvo de viver situações semelhantes, sendo assim mais do que qualquer outra empresa, o fator humano é essencial. Daí a extrema necessidade de manter essas pessoas motivadas, entusiasmadas em ajudar, pois dessa maneira atenderão seus pacientes com mais qualidade e consequentemente com mais humanidade.
Dessa forma, Berteli (2004) deixa claro que em locais onde são realizados tratamentos de saúde – hospitais, clínicas e postos de saúde – o serviço oferecido para a população tem que priorizar a humanização desse atendimento, uma vez que as pessoas já estão fragilizadas por suas doenças, que envolvem familiares e amigos.
ABORDANDO O QUE É HUMANIZAÇÃO.
Segundo Ferreira (2001, p. 381) “humanizar significa dar condição humana, civilizar, tornar-se humano, humanar [...]”.
Para Mezomo (2001) a constatação de que uma equipe de saúde está focada no trabalho humanizado é fácil de ser percebida, porém conceituá-la é extremamente difícil. Pode-se dizer que está presente no ar, sente-se, mas é totalmente, praticamente impossível traduzir em palavras.
Martin Luther King Jr., assim opinou sobre a forma de ajudar ao próximo: “Você não precisa ter um diploma de faculdade para servir. Não é fundamental conhecer a segunda lei da termodinâminca na física para servir. Só precisa ter um coração generoso e uma alma movida pelo amor” (HUNTER, 2004, p.43).
Dessa forma, Jeckel Filho e Horbes (apud Mezomo, 2001), informam que poderíamos dizer que humanização é a busca constante da harmonia do relacionamento e de palavras, com uma conduta cada vez melhor, dos funcionários entre si e destes com a administração, visando priorizar o atendimento integral ao paciente.
Mas Feitosa (2001) diz que humanizar está ligado à adequação, aumento e organização da instituição hospitalar de modo que o cliente tenha resolutividade, dessa forma, a instituição tem que estar montada para atender um paciente que a procura não de forma espontânea, para dispor de serviços prazerosos, e sim num momento de dúvidas, dor, e outros sentimentos confusos, que o expõe a um grande estresse.
Backes; Lunardi Filho; Lunardi (2005, p. 01) dizem que:
[...] A humanização no paciente compreende, antes de tudo, uma relação efetiva de cuidado, que pode ser traduzida na colhida, na ternura, na sensibilidade, no respeito e na compreensão do ser doente e não da doença. Significa também, reduzir ao mínimo a ruptura ente a vida normal do paciente e a que lhe impõe restrições.
Assim, pode-se dizer que humanizar uma instituição de saúde significa manter com o paciente um ambiente focado no cuidado humano, respeitando sua cultura e valorizando o ser humano que adoece.
Para Oliveira (2001, p.104):
Humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e é neste momento de troca, que humanizo, porque assim posso me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano.
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFISSIONAIS.
Segundo o Manual do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar: “humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética” (BRASIL, 2002, p. 16), ou seja, para que o sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda, que esse sujeito ouça outras palavras de reconhecimento. É pela linguagem que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. Em resumo: sem comunicação, não há humanização. A humanização depende de nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo com nossos semelhantes.
O desenvolvimento científico e tecnológico tem trazido uma série de benefícios, sem dúvida, mas tem como efeito adverso o incremento da desumanização, pois um hospital pode ser excelente na questão da tecnologia e mesmo assim ser desumano no atendimento, por tratar as pessoas como simples objetos
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