O TABAGISMO E INFECÇOES PULMONARES
Por: angel123_ • 22/5/2017 • Projeto de pesquisa • 2.397 Palavras (10 Páginas) • 352 Visualizações
TABAGISMO E INFECÇOES PULMONARES
O consumo de tabaco pelo seu caráter crônico interfere desfavorável no processo imunitário, diminuindo as defesas do organismo, especialmente as do aparelho respiratório.
Os lavados broncoalveolares nos fumantes revelam grande acúmulo de elementos celulares que, entretanto, não expressa melhor resistência as infecções porque eles sofrem alterações morfofuncionais que deprimem ou anulam suas capacidades de defesa contra bactérias e vírus. Os macrófagos pela ação continuada dos elementos tóxicos do fumo diminuem a aderência nos ácinos, sobre lesões profundas nas ultraestruturas, com disfunções dos lisossomas e fagolisossomas, e aumento do tamanho dos vacúolos. Compostos da fase gasosa do tabaco, notadamente a acroleína, exercem efeito citotóxico, inibindo a capacidade fagocitária dos macrófagos. A ação deletéria e também sobre os linfócitos ‘T’, que passam a elaborar menos interleucinas, principalmente IL1 e IL6. Por outro lado, o fumo prejudica os linfócitos ‘B’, diminuindo as respostas de anticorpos. Nos tabagistas, os títulos destes anticorpos caem nas diversas infecções, inclusive após vacinações. O poder de defesa imunitária, mesmo em tabagistas moderados, diminuindo contra estreptococos, estafilococos, Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae e varias bactérias piogênicas.
Tabagitas entrados na idade madura, sobretudo se atingidos pela bronquite crônica, o que é comum neles, tem grande vulnerabilidade as infecções pulmonares e viróticas. Porem, essa menor resistência e tais infecções verificam-se também em fumantes jovens. Por exemplo, em jovens militares israelenses contatou-se que os surtos de influenza incidiram 68,5% nos fumantes contra 47,2% nos não fumantes. Estudo em 5.000 portadores de gripe revelou que nos tabagistas as manifestações radiológicas (sobretudo espessamentos hilares) são mais acentuadas. Outra grande investigação assinalou que 93% dos acometidos por infecção broncopulmonares pela Branhamella catarrhalis eram tabagistas.
DOENÇAS PULMONARES NOS FUMANTES PASSIVOS
O fumo que é inalado diretamente do cigarro, chamado corrente principal, perde pequena fração de seus elementos ao atravessar a coluna de tabaco e o filtro, e cerca de 40% do total ficam nos pulmões; o restante que é expirado vai poluir o ambiente. Porem aquele que se evola da ponta do cigarro (corrente secundaria) e se expande diretamente na atmosfera é mais poluente, porque contem maior proporção de substancias; como, por exemplo, 2,3,5, 5, 52 e 73 vezes mais, respectivamente, nicotina, monóxido de carbono, benzopireno, dimetilnitrosamina e amônia. A corrente principal é mais nociva porque os elementos tóxicos se concentram na atmosfera pulmonar, que é apenas de 4 a 5,5 litros; os elementos da corrente secundaria se dispersão na atmosfera ambiente, sendo portanto sua concentração bem menor, variando conforme as dimensões dos recintos e condições de aeração. Assim, o monóxido de carbono pode atingir na atmosfera 100 a 10.000 partes por milhão (o padrão de bom ar é de 9 partes por milhão).
As pessoas não fumantes expostas a poluição tabagica são os fumantes passivos ou involuntários, se o grau de exposição é avaliado pelos níveis de nicotina ou de seu metabolito, a cotinina, no sangue, saliva e urina e pelas concentrações séricas de carboxiemoglobina (combinação do monóxido de carbono e a hemoglobina) ou ainda pelo tiocianato na saliva. Fumantes passivos, após 4 horas de permanência em recintos onde se fuma, podem apresentar valores desses marcadores equivalentes aos detectados-nos que fumaram 1 a 5 cigarros e as vezes ate mais. Os efeitos sobre o aparelho respiratório dos fumantes involuntários variam com as condições da poluição tabágica, com o tempo de exposição, com a idade e outros fatores. As crianças de baixa idade, por permanecerem mais tempo no domicílio e por terem o aparelho respiratório mais sensível, tem maior risco de infecções respiratórias baixas, quando sofrem a poluição tabágica. Em Jerusalém, verificou-se, no controle de mais de 10000 crianças, que os filhos de mães fumantes tiveram 27,5 % de excesso de hospitalizações por episódios respiratórios que os descendentes de genitores abstêmios. Confirmações semelhantes obteve o National Health Interview Survey nos estados unidos. Na escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, apurou-se que nas crianças ate 5 anos de idade a incidência anual de bronquite e processos pneumônicos foi de 7,8% com pais abstêmios e 11,4% e 17,seis% respectivamente, com um ou ambos os pais sendo fumantes. Quando os pais são bronquiticos, os filhos tem maior risco de infecção respiratória; muitos estudos comprovaram que esse risco cresce se os pais fumam e sempre de acordo com a quantidade de cigarros por eles consumida. Nesse campo estudamos aproximadamente 20.000 criancas de 0 a 5 anos de idade, residentes em área semirurais de são Paulo e Sorocaba. No primeiro estudo a incidência de infecção respiratória baixas foi a seguinte: crianças de lares sem fumante, 17%; com um fumante, 28%; dois fumantes, 41%; mais de dois fumantes, 50%. Na segunda investigação notamos a seguinte incidência; sem poluição tabagica domiciliar, 18% pais fumantes, 20% mãe fumantes 37%. Esses dados são referentes as crianças ate 1 ano de idade; na mais idosas também houve elevação desses episódios com o grau de tabagismo domiciliar, porem sem significância estatística. O rio de janeiro, C. Sant’Anna et al, também encontraram correlação entre poluição tabagica domiciliar e episódios respiratórios na infância.
Os quadros predominantes foram de bronquiolite e bronquite com broncoespasmos, seguidos em menos proporção de pneumonia. Quanto aos primeiros processos, é de interesse frizar que nas crianças expostas a poluição tabagica é mais frequente a elevação de níveis séricos de imunoglobulina E. E nas crianças em idade escolar e adolescentes quando se fuma em seus domicílios, também se verifica maior frequência de “chiado” bronquial, episódios bronquiticos e asmatiformes. Em comparação com as crianças cujos familiares não fumam, aquelas acusam em proporção significantemente maior, valores funcionais respiratórios abaixo do predito, traduzindo alterações nas pequenas vias respiratórias.
Assim como nos tabagistas, os fumantes passivos tem elevação de substancias mutagênica na urina. Trocas de cromátides irmãs aumentam significativamente nos indivíduos que nunca fumaram, mais vivem em ambientes poluídos pelo fumo, durante 10 e mais anos. Também nas crianças com 10 a 14 anos cujos pais fumam, constatamos nas células sanguíneas periféricas o dobro do numero dessa alteração do DNA, em comparação com as que não vivem expostas a poluição tabagica ambiental. É compreesivel, portanto que os fumantes passivos tenham maior risco de contrair câncer de pulmão que os não expostos a poluição tabagica ambiental.
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