O absenteísmo: suas causas e consequências na enfermagem
Por: Sonia Regina • 14/4/2019 • Trabalho acadêmico • 2.139 Palavras (9 Páginas) • 227 Visualizações
O absenteísmo: suas causas e consequências na enfermagem
SILVA, Sonia Regina Maciel Rodrigues da¹
ANDRÉ, Tatiane Geralda¹
FERRARI, Idalina Cristina²
Resumo
Introdução: A enfermagem é um campo da área da saúde, onde a atuação de seus profissionais esta direcionada ao cuidado do ser humano, na promoção, prevenção e recuperação do indivíduo e coletividade. De acordo com os dados do IBGE, cerca de 50% dos profissionais atuantes na área da saúde são da equipe de enfermagem, demonstrando assim a importância desses profissionais nas instituições de saúde e o impacto causado pelo absenteísmo de tais profissionais. Absenteísmo é o ato de se ausentar de uma atividade, no campo dos recursos humanos ele pode trazer diversos prejuízos à instituição, e na área da saúde, prejuízos também ao paciente. Objetivo: Caracterizar o absenteísmo da equipe de enfermagem de um hospital privado de grande porte, comparar esses dados com as taxas de absenteísmo à nível nacional e assim discutir suas causas e possibilidade de melhoria, beneficiando a instituição de saúde, os profissionais de enfermagem e principalmente o cliente/paciente. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, de coorte vertical, que faz analise documental do absenteísmo dos funcionários da equipe de enfermagem de um Hospital da revê privada de Saúde de Dourados-MS. Resultados: Evidenciou-se com esse estudo que técnicos de enfermagem (80%) e profissionais que trabalham no período diurno (78%) são os principais profissionais de enfermagem que entregam atestados médicos, de duração de 1, 2 ou 3 dias em 86% dos casos, sendo provenientes de hospitais públicos e privados, clínicas e postos de saúde. Conclusões: Razões evitáveis de absenteísmo devem ser solucionadas, seja por mecanismos de redução de estresse ou desgaste psicológico da carga de trabalho ou seja por medidas flexíveis que permitam a esse profissional se ausentar do serviço. Afim de trazer benefícios para o gestor, trabalhador e principalmente ao cliente/paciente
Palavras-chave: absenteísmo; enfermagem; hospitais privados;
Introdução
A enfermagem é um campo da área da saúde, onde a atuação de seus profissionais esta direcionada ao cuidado do ser humano, na promoção, prevenção e recuperação do indivíduo e coletividade. (FERREIRA, PÉRICO e DIAS, 2017; BRASIL, 2011)
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a FIOCRUZ (2015), cerca de 50% dos profissionais atuantes na área da saúde são da equipe de enfermagem, demonstrando assim a importância desses profissionais nas instituições de saúde e o impacto causado pelo absenteísmo de tais profissionais.
Absenteísmo, também denominado absentismo ou ausentismo, é o ato de ausentar-se de uma atividade. Silva e Marziali (2000), define o termo como a falta do empregado ao trabalho, sendo a soma dos períodos que um trabalhador se ausenta da organização em que trabalha, motivado por licença legal. No campo dos recursos humanos ele pode trazer diversos prejuízos à instituição, e na área da saúde, prejuízos também ao paciente (ALVES et al, 2014).
O absenteísmo esta relacionada com causas pessoais do indivíduo (ex: acidentes, doenças) ou causas externas (ex: férias coletivas, suspensão temporária). Condições de trabalho, jornada e satisfação também estão relacionados com qualidade do serviço prestado e absenteísmo. Considerando os efeitos causados pelo absenteísmo na assistência de enfermagem, é de suma importância estudar o assunto e buscar métodos para reduzir essas taxas.
Objetivos
Objetivo principal
- Caracterizar o absenteísmo da equipe de enfermagem de um hospital privado de grande porte.
Objetivos específicos
- Comparar os dados obtidos através desse estudo com as taxas de absenteísmo à nível nacional.
- Discutir causas e possibilidade de melhoria do absenteísmo na enfermagem.
Metodologia
Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, de coorte vertical, descritivo que relaciona o absenteísmo dos profissionais de enfermagem de um hospital privado de grande porte do município de Dourados, Mato Grosso do Sul com variáveis pré estabelecidas. Essa investigação foi realizada através de uma análise documental, que revisou atestados e licenças arquivados do setor de Recursos Humanos e na Diretoria de Enfermagem do hospital. Nesses documentos constavam o motivo do afastamento (CID – Classificação Internacional de Doença), tempo de afastamento e dados que auxiliavam separar os profissionais por profissão, respeitando o sigílo da pesquisa, foram utilizados também dados coletados da escala de enfermagem. Após, esses dados foram tabulados e posteriormente analisados.
Foram analisados 148 atestados médicos entregues por enfermeiros e técnicos de enfermagem dos 3 turnos de trabalho (matitudo/vespertino/noturno), no período compreendido entre 01 de abril à 30 de junho de 2018
Resultados e discussões
Os resultados desse estudo podem ser dividos entre: Dados que caracterizam o absenteísmo na enfermagem e caracterização dos profissionais da enfermagem. Esse segundo grupo é necessário para discutir e entender os resultados obtidos no tocante ao absenteísmo.
Sobre o quantitativo de profissionais de enfermagem na instituição de saúde em questão, nos meses de abril, maio e junho, a média de enfermeiros foi de 66 profissionais (29%) e técnicos de enfermagem 230 profissionais (71%). (TABELA 1)
TABELA 1. QUANTITATIVO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO HOSPITAL
CATEGORIA PROFISSIONAL | ABRIL/18 | MAIO/18 | JUNHO/18 | % MÉDIA |
ENFERMEIROS | 64 | 68 | 68 | 29% |
TÉCNICOS DE ENFERMAGEM | 166 | 161 | 161 | 71% |
TOTAL | 229 | 230 | 230 | 100% |
A resolução 527/2016 do Conselho Regional de Enfermagem (COREN), atualiza e estabelece parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nos serviços/locais em que são realizadas atividades de enfermagem. Em tal resolução é estabelecida a porcentagem mínima entre 33% e 52% de enfermeiros no quadro total de funcionários por setor, a depender do grau de cuidado ao paciente que varia entre mínimo à intensivo.
Segundo esta pesquisa, 29% dos profissionais de enfermagem é composto por enfermeiros. Mesmo se o hospital só atendesse clientes/pacientes que necessitassem apenas de cuidados mínimos, o número de enfermeiros estaria abaixo do preconizado. Entretanto sabe-se que o este hospital presta cuidados de todos os níveis de complexidade, inclusive semi-intensivo e intensivo.
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