A Além da Intervenção, Interagir
Por: rony.farmusic • 21/10/2020 • Dissertação • 1.021 Palavras (5 Páginas) • 334 Visualizações
Além da intervenção, interagir
Além da intervenção, interagir
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (órgão responsável por regular e fiscalizar a profissão no Brasil), existem atualmente 135 especialidades farmacêuticas. Dentre essas inúmeras áreas de atuação farmacêutica, destacam-se algumas para esse prólogo. Laboratórios de análises clínicas e toxicologia; Drogarias e farmácias [incluindo as farmácias com manipulação], Indústria farmacêutica e de cosméticos; e Ensino e pesquisa. (GUIA DA CARREIRA) Essas áreas requerem atenção especial do profissional farmacêutico, mas não somente deste, mas de um grande time de profissionais que, atuando juntos potencializam a eficácia de resultados e aumentam o foco dos objetivos gerados. O profissional farmacêutico da área de indústria de alimentos interagindo com nutricionistas, por exemplo; e na área de cosméticos a interação pode ser diretamente com os dermatologistas; já nos ensinos e pesquisas os farmacêuticos podem interagir com médicos, biomédicos e biólogos. Agora na área das drogarias e farmácias, com ou sem manipulação a interação pode ser comparada às ligações de hidrogênio, bem fortes! Farmacêuticos interagindo com médicos, médicos veterinários, dentistas, psicólogos, várias interações benéficas com a finalidade de promover, manter e dar suporte à saúde.
De acordo com a Resolução 585 do CFF, que foi o tema oferecido, o assunto em pauta é intervenção farmacêutica. No item V do Artigo 7º. E o que seria intervir? De acordo com a mesma Resolução, Intervenção Farmacêutica seria o ato profissional planejado, documentado e realizado pelo farmacêutico, com a finalidade de otimização da farmacoterapia, promoção, proteção e da recuperação da saúde, prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Mas quando consultamos a palavra “intervenção” no dicionário temos:
substantivo feminino 1. ato de intervir. 2. em um debate, ato de emitir opinião, contribuir com ideias etc. (LANGUAGES, OXFORD).
Por outro lado, a definição de interação é:
1. influência mútua de órgãos ou organismos inter-relacionados; ação mútua ou compartilhada entre dois ou mais corpos ou indivíduos. 2. comunicação entre pessoas que convivem; diálogo, trato, contato. (LANGUAGES, OXFORD).
Logo, interação confere um entrelaçamento maior entre as multidisciplinas do que apenas intervir.
“Falar sobre colaboração médico-farmacêutica significa também falar sobre conduta ética, sem dúvida alguma.” (Amarilys de Toledo Cesar)
Muitos dos Problemas relacionados a medicamentos PRMs podem ser resolvidos com uma interação mais dinâmica entre os profissionais prescritores e os farmacêuticos que liberam os medicamentos prescritos aos pacientes. A atenção farmacêutica engloba todas as atividades realizadas pelo farmacêutico em orientação ao paciente, com o objetivo de conseguir o máximo de benefício, assim como a promoção de ações que proporcionem saúde e previnam doenças.
Com os Problemas Relacionados a Farmacoterapia, os pesquisadores do tema propõem diferentes listas de classificação de problemas, cujos objetivos são funcionar como ferramenta e sistematizar o raciocínio clínico do farmacêutico. Nesse ponto não há hoje uma classificação padronizada aceita internacionalmente. Há classificações focadas em isolar desfechos do paciente, e outras que não se preocupam em misturar causas e efeitos. Não há uma proposta brasileira para o tema. Em geral, há consenso de que a decisão de qual problema relacionado à farmacoterapia o paciente vivencia faz parte da tomada de decisão clínica do farmacêutico, podendo haver inclusive variação de interpretação entre diferentes profissionais utilizando o mesmo sistema de classificação.
Além disso há uma fase do processo do seguimento farmacoterapêutico chamado Plano de Cuidado, onde o paciente avaliado e já passado por uma anamnese de coleta de informações relevantes. O farmacêutico estuda o caso suficientemente, revisa toda farmacoterapia e identifica problemas relacionados à farmacoterapia presentes e potenciais. Há uma lista de problemas a serem resolvidos. É aceitável que todo esse processo inicial leve mais de uma consulta para casos mais complexos. O objetivo do plano de cuidado, ou plano de intervenções, é determinar em conjunto com o paciente como manejar adequadamente seus problemas de saúde utilizando a farmacoterapia e tudo que deve ser feito para que o plano seja cumprido.
Na Espanha, Tuneu e col., citados no guia do método Dáder, propõem alguns elementos desta forma de trabalhar com o paciente na atenção farmacêutica:
1. Criar uma atmosfera de intimidade no momento de pactuar decisões, proporcionar escuta ativa e comunicação não verbal que crie um ambiente de confidencialidade;
2. Pesquisar se o paciente deseja envolver-se nas decisões clínicas e conhecer que tipo de informação o paciente deseja receber;
3. Identificar claramente qual é a decisão que precisa ser tomada;
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