CÂNCER PULMONAR
Por: Bruna Freitas • 15/11/2016 • Artigo • 3.491 Palavras (14 Páginas) • 317 Visualizações
CÂNCER PULMONAR E ASSISTÊNCIA FARMACOTERAPÊUTICA
Eline Cardoso 1
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
Maria Marques 2
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
William Oliveira 3
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
RESUMO: O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais agressivas dentro do universo da oncologia, com altos índices de mortalidade, devido ao diagnóstico por vezes tardio e à ineficácia do tratamento quimioterápico antineoplásico frente ao avanço da doença. O câncer de pulmão acomete principalmente indivíduos entre 50 e 80 anos, nesta faixa etária o paciente exige cuidado não só pelos sintomas e complicações desta doença, mas também pela presença de quadros frequentes de hipertensão arterial sistêmica ou diabetes. Tais patologias exigem medicamentos de uso contínuo, que se somam ao tratamento antineoplásico e à terapia de suporte. Esta situação de “polifarmácia” potencializa o risco de reações adversas. Dentro desse contexto, a intervenção do farmacêutico pode representar recurso poderoso na identificação das interações medicamentosas que podem ser prejudiciais ao paciente, as quais pioram sua qualidade de vida e interferem no tratamento podendo ser fatais.
PALAVRAS-CHAVE: câncer de pulmão, patologias, medicamentos, quimioterápico, paciente.
ABSTRACT: Lung cancer is one of the most aggressive cancers in Oncology universe, with high mortality rates due to late diagnosis sometimes and ineffectiveness of chemotherapy anticancer treatment forward to the advancement of the disease. Lung cancer mainly affects individuals between 50 and 80 years, in this age group the patient requires care not only for the symptoms and complications of this disease, but also by the presence of common frames of hypertension or diabetes. Such conditions require continuous use of drugs, that add up to anticancer treatment and supportive therapy. This situation of "polypharmacy" enhances the risk of adverse reactions. In this context, the intervention of the pharmacist may represent powerful resource in identifying drug interactions that can be harmful to the patient, which worsen their quality of life, interfere in the treatment and can be fatal.
KEY WORDS: lung cancer, disease, drugs, chemotherapy, patient.
- Câncer de pulmão
- Epidemiologia
O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais frequentes e a principal causa de morte por câncer nos Estados Unidos da América e Europa. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) / Ministério da Saúde (MS) a estimativa é que 27.000 novos casos surjam nos próximos cinco anos, sendo o 4º tipo de câncer mais incidente na população brasileira (Menezes, 2002). É o 3º câncer mais frequente em homens e o 4° em mulheres.
A maior parte dos diagnósticos é firmada quando a doença já se encontra avançada ou disseminada, uma vez que tumores iniciais não costumam produzir sintomas que mereçam investigação.
O hábito de fumar é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Aproximadamente 90% dos indivíduos diagnosticados com câncer de pulmão possuem histórico de tabagismo. Nas primeiras décadas da epidemia de tabagismo, o tipo histológico de câncer de pulmão mais comumente observado na população de fumantes era o carcinoma epidermóide (Malta, 2007). A partir da década de 90 o adenocarcinoma passou a ser o tipo histológico mais comum, devido a mudanças na fabricação do cigarro (adoção de filtros) e na prática de fumar. Nos Estados Unidos da América, foi observado um decréscimo na incidência de carcinoma pulmonar de células pequenas nos últimos trinta anos, relacionado à redução do tabagismo e à mudança na composição do cigarro (Duarte, 2005). Em 2006, o câncer de pulmão de células pequenas representava apenas 13% dos novos casos diagnosticados. Houve uma estabilização da incidência do câncer de pulmão em homens e aumento em mulheres, diretamente relacionada à modificação comportamental da sociedade, os homens vêm parando de fumar em maior número que as mulheres (Matteis, 2012; Westphal,2008).
Outros carcinógenos relacionados à incidência de câncer de pulmão são os da poluição atmosférica e os de origem ocupacional como o asbesto, sílica, cromo, níquel, arsênio e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (Algranti, 2010)
- Diagnóstico
O câncer de pulmão é uma doença que possui formas variadas, cuja evolução está relacionada com o tipo histológico, tamanho e agressividade tumorais, resultando numa doença isolada, localmente avançada ou avançada (Barros, 2008). A classificação do tumor e o estadiamento da doença são fundamentais para a definição da estratégia terapêutica bem como para geração de base epidemiológica e desenvolvimento de pesquisa na área de oncologia.
- Classificação histológica
A classificação histológica mais difundida na literatura é a da Organização Mundial da Saúde. Os quatro tipos com significância clínica bem determinada, responsáveis por 95% dos casos são o carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma, carcinoma de células pequenas e carcinoma de grandes células. Os mais comuns são adenocarcinoma e o carcinoma de células escamosas. Outros tipos histológicos incluem tumores mistos, tumores carcinóides, mesoteliomas e sarcomas. Do ponto de vista clínico, baseado na probabilidade de metástase e resposta às terapias disponíveis, os diversos tipos histológicos de câncer de pulmão podem ser agrupados em carcinomas de células pequenas, correspondentes a 20 a 25% dos casos, e carcinomas de células não pequenas, correspondentes a 75 a 80%.
- Manifestações clínicas do carcinoma pulmonar
Poucos pacientes são assintomáticos ao diagnóstico e descobrem o tumor incidentalmente através de exame radiológico. Mais de 90% dos carcinomas pulmonares são descobertos pelo desenvolvimento de sintomas relacionados à histologia e ao crescimento do tumor, comprometimento loco-regional, síndromes paraneoplásicas ou presença de metástases à distância.
Tosse, dispnéia, dor torácica, hemoptise, pneumonia, rouquidão são sintomas comuns no carcinoma pulmonar e dependem do tamanho do tumor. Derrame pleural, síndrome de Pancoast, derrame pericárdico e síndrome da veia cava superior relacionam-se a extensão intratorácica, e variam em frequência conforme o tipo histológico do carcinoma pulmonar.
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