Efeito Cicatrizante da Arnica
Por: Pigoso • 2/8/2016 • Projeto de pesquisa • 1.577 Palavras (7 Páginas) • 468 Visualizações
INTRODUÇÃO
A pele recobre a superfície do corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Abaixo e em continuidade com a derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo (tecido conjuntivo frouxo), que não faz parte da pele,apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes.Os tecidos são classificados segundo os seus constituintes, tecido epitelial constituídos por células poliédrica e acoladas umas as outras,tecido conjuntivo constituído por células, fibras e substância fundamental e, é classificado pelo predomínio de um desses constituintes ou das particularidades das suas células.
Quando a pele é agredida o organismo desencadeia processos de reparação, regeneração e cicatrização. A cicatrização é uma resposta fibroproliferativa e, é um fenômeno complexo que envolve os processos de indução de um processo inflamatório em resposta a lesão inicial, com remoção de tecido danificado ou morto; proliferação e migração de células teciduais parenquimatosas e conjuntivas; formação de vasos sanguíneos e tecido de granulação; síntese de proteínas da MEC (matriz extracelular) e deposição de colágeno; remodelação tecidual; contração da ferida; aquisição de resistência da ferida.
Esse processo de cicatrização é influenciado por muitos fatores como, o ambiente tecidual e a extensão do dano tecidual, a intensidade e duração do estímulo, condições que inibem a reparação, como a presença de corpos estranhos ou oferta sanguínea inadequada e doenças que inibem a reparação como a diabetes.
Alguns tecidos podem ser completamente reconstituídos após a lesão como a regeneração da superfície epitelial num ferimento cutâneo. Aos tecidos que são incapazes de regeneração, a reparação é realizada pela deposição de tecido conjuntivo, produzindo uma cicatriz, o objetivo é de restaurar o tecido a seu estado original.
O tratamento dessas lesões pode ser realizado através de plantas medicinais que auxiliam na cicatrização, dentre estas, a banana (Musa sapientum L.) e a erva-de-santa-maria (Chenopodium ambrosioides L.). Outras plantas são utilizadas popularmente para fins cicatrizantes ainda sem estudos que comprovem sua eficácia, como é o caso da arnica (Solidago chilenses) que é utilizada na forma de tintura e externamente, porque internamente ela se torna hepatotóxica. O fígado pode ser facilmente lesado por fármacos, porque e o centro do metabolismo e degradação de quase todos eles. Quase todos os efeitos hepatotóxicos resultam em necrose hepática, as manifestações hepatotóxicas podem ocorrer imediatamente ou meses após o uso do fármaco.
JUSTIFICATIVA
A Fitoterapia é um recurso terapêutico caracterizado pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas. Considerando, que o Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, aliada a uma diversidade cultural, o uso de plantas medicinais vinculando o saber popular e a validação de seu uso, é fundamental para garantir a segurança e a eficácia de sua utilização como terapia complementar, resgatando e potencializando o conhecimento tradicional (BRITTO et al., 2007).
O uso indiscriminado e irracional de plantas medicinais pode causar complicações sérias, causadas por interações dos componentes das plantas com medicamentos ou por ingestão de compostos tóxicos.
A arnica brasileira (Solidago chilensis) é muito usada como cicatrizante externo em ferimentos, escoriações, traumatismos e contusões, doença de chagas, contudo, internamente ela se torna hepatotóxica (REFERENCIA).
Objetivo
Objetivos gerais
- Avaliar a hepatotoxicidade do extrato de arnica (Solidago chilenses) usado para cicatrização cutânea.
- Avaliar a permeabilidade do extrato de arnica (Solidago chilenses) em pele de animais normais e diabéticos.
Objetivos específicos
- Desenvolver uma forma farmacêutica (creme) com diferentes valores de pH.
- Avaliar a permeabilidade das formas farmacêuticas com diferentes valores de pH.
- Avaliar a atividade cicatrizante da forma farmacêutica com maior permeabilidade na cicatrização cutânea de ratos Wistar diabéticos e não diabéticos.
- Avaliar a permeabilidade do extrato de arnica (Solidago chilenses) em pele de ratos Wistar diabéticos e não diabéticos.
- Avaliar a hepatotoxicidade nos animais tratados com o extrato de arnica (Solidago chilenses).
Desenvolver uma forma farmacêutica para diabéticos e não diabéticos contendo Solidago chilensis que tenha o melhor pH possibilitando uma permeabilidade adequada avaliando a possível hepatotoxicidade.
METODOLOGIA
Preparação do extrato de Solidago chilenses
O extrato de Solidago chilenses será preparado através de maceração hidroalcoólica 70% (técnica que extrai o principio ativo do vegetal utilizando um solvente, essa preparação do vegetal e o solvente ficam em repouso por alguns dias sendo agitada algumas vezes.) e rotaevaporação (técnica que concentra o extrato obtido da maceração retirando o solvente.).
Preparação do creme com extrato de Solidago chilenses
O extrato de Solidago chilenses será incorporado em um creme base não iônico, preparado com Polawax 14% (cera auto-emulsionante não iônico, BHT 0.05% (antioxidante), Phenonip 0.5% (conservante), óleo mineral 3% (emoliente), EDTA 0.05% (quelante), Propilenoglicol 4% (umectante), Água destilada q.s.p 100% (veiculo).
Inicialmente, serão preparados cremes com 3 diferentes pH’s: 4,0 7,0 e 9,0. O creme usado no tratamento dos animais será aquele que apresentar melhor resultado de permeabilidade cutânea in vitro.
Teste de permeabilidade in vitro e ex vivo do creme com Solidago chilenses
Os estudos de permeabilidade in vitro e ex vivo serão realizados em células de Franz, com agitação e temperatura (37 ºC) constantes. O estudo in vitro será realizado com membranas sintéticas hidratadas com tampão fosfato, pH 7,4, 24 horas antes do ensaio. O estudo ex vivo será realizado com a pele do dorso de animais diabéticos e não diabéticos.
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