Marcadores de doenças sexualmente transmissiveis
Por: tatianem • 22/11/2015 • Trabalho acadêmico • 1.867 Palavras (8 Páginas) • 646 Visualizações
Interpretação Clínico Laboratorial DST
/ Maira/ 04/11/2014
1 - Sífilis
Doença infecciosa causada por espiroqueta – Treponema pallidum.
Aumento de incidência
uso de drogas (crack),
principalmente congênita (pelo aumento da prostituição);
Fases da doença
Protossifiloma (10 dias a 3 meses): úlcera indolor, bordas endurecidas e reação ganglionar satélite no local da inoculação;
Secundarismo – 1 a 6 meses após o desaparecimento do protossifiloma-roséolas, lesões mucosas, linfadenopatia generalizada e reação meníngea;
Sífilis recente latente: primeiros anos após a infecção com lesão cutânea e mucosa, ocular e neurosífilis;
Fase latente tardia dá origem à sífilis terciária: lesões destrutivas, cardiovasculares ou do sistema nervoso central (demência, psicose, lesões granulomatosas na pele, ossos e vísceras)
Diagnóstico
Pesquisa do treponema: no protossifiloma da sílifis recente; em lesões mucosa e cutâneas do secundarismo e sífilis congênita.
Campo escuro (objetiva de 40 a 100x), observando o T. pallidum com 6 a 8 espirais, movimentando-se ativamente em rotação contínua.
Após coloração: fixar com calor e corar com prata, Giemsa e imunofluorescência (lesões de boca)
Infectividade: pesquisa de DNA por PCR.
Testes sorológicos
Teste de cardiolipina (não treponêmicos): extraída do coração de boi, detecta anticorpos “reagininas” presentes em alto níveis em pacientes com sífilis. Ex.: VDRL, que deve ser confirmado por testes treponêmicos caso dê +, em soro puro ou diluído 1/10.
Testes treponêmicos:
Teste de imunofluorêscência: precisa de micro específico e de qualidade
FTA-Abs-IgM:
Teste de microhemaglutinação: hemáceas recobertas por T. pallidum, de fácil execução;
ELISA: (procura-se Ag específicos pra melhorar o desempenho); tb para a pesquisa de IgM;
Imunobloting IgM – para sífilis congênita.
Testes sorológicos - ICL da sífilis
Sífilis primária: os testes positivam APENAS após o desaparecimento do protossifiloma, com maior sensibilidade para o VDRL e FTA-ABS.
Secundarismo e sífilis latente recente: sensibilidade alta em todos os testes.
Sífilis Tardia: melhor os testes treponêmicos dos que a cardiolipina.
Falsos positivos:
1% para população normal (maior em idosos, gestantes, viciados em drogas, doenças autoimunes);
Após vacinações e infecções de modo geral.
Usa-se testes treponêmicos quando o VDRL é negativo e há suspeita de sífilis terciária e eventualmente sífilis primária.
Ac–IgM: positivos na sífilis em atividade e se negativa após terapêutica eficaz.
Cardiolipina: acompanha a terapêutica; os títulos caem rapidamente e há negativação com o sucesso no tratamento.
Neurosífilis
em sífilis tardia, com sintomas neurológicos;
Em sífilis recente tratada inadequadamente, (neurorecorrencia, com lesões de nervos cranianos, AVC, meningites agudas, HIV concomitante).
VDRL + no LCR; em títulos acima de 1/8 em testes treponêmicos;
Anticorpos anti-IgM no LCR – neurosífilis, mas não se presta ao acompanhamento terapêutico.
Sífilis congênita
São suspeitos RN nascidos de portadoras de sífilis não tratada ou insuficientemente tratada.
Transmissão – 50%, podendo chegar a 100% quando a infecção ocorreu a menos de 4 anos.
Há 40% de morte fetal por abortamento espontâneo e elevada morbimortalidade perinatal.
É comum ser assintomática; requer acompanhamento da criança por um ano, se houver suspeita sem confirmação laboratorial.
Diagnóstico Laboratorial da sífilis congênita
Pesquisa treponêmica = adultos, se tiver lesão;
Testes sorológicos: complicados pela passagem de IgG pela placenta da mãe para o bebê; os títulos devem cair com o passar dos meses;
Pesquisa de IgM (não é rotina pois pode interferir IgG materno em altos títulos; tratar e remover IgG da mãe)
VDRL com títulos 4 vezes acima do título materno = sífillis congenita.
2 - Clamídias
Bactérias intracelulares obrigatórias, dividindo-se por divisão binária simples em inclusões citoplasmáticas;
No homem causam problemas:
C. trachomatis – lesões oculares, pulmonares e trato urogenital (DST que favorece a infecção por HIV e HPV).
Cp pneumoniae – faringites, sinusites, pneumonias atípicas e doenças vasculares ateroscleróticas.
C psitasse transmitida por aves ornamentais, provoca doença pulmonar grave (psitacose ou ornitose)
Diagnóstico laboratorial
Identificação Direta
CULTURAS em tecidos (linhagens Hela 22A, HEp2, BGMK e outras) e após 3 dias de incubação, procura-se por inclusões citoplasmáticas revelados por iodo, Giemsa, anticorpos monoclonais fluorescentes. INTERFEREM O INTERVALO ENTRE COLETA E PROCESSAMENTO DA AMOSTRA.
Análise citológica: coleta com swab, fixação em lâmina e coloração. Interpretação subjetiva.
Imunofluorescência direta: fixar material em lâmina (metanol) e pesquisar antígenos clamidiais (com anticorpos monoclonais marcados com fluorocromo contra epitopo MOMP de C. tracomatis). Teste rápido, barato, mas requer microscópio específico.
ELISA: pouco usado em laboratórios; há testes point-of-care, usado em consultórios médicos para triagem, com elevado número de falsos positivos.
Identificação Indireta: pesquisa de anticorpos específicos.
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