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O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DISLIPIDEMIA

Por:   •  10/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.726 Palavras (7 Páginas)  •  316 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Na dislipidemia há alteração dos níveis séricos dos lipídeos. As alterações do perfil lipídico podem incluir colesterol total alto, triglicerídeos (TG) alto, colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (HDL-c) e níveis elevados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c).1 Em consequência, a dislipidemia é considerada como um dos principais determinantes da ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV) e cerebrovasculares, dentre elas aterosclerose (espessamento e perda da elasticidade das paredes das artérias), infarto agudo do miocárdio, doença isquêmica do coração (diminuição da irrigação sanguínea no coração) e AVC (derrame)2 . De acordo com o tipo de alteração dos níveis séricos de lipídeos, a dislipidemia é classificada como: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e HDL-C baixo. São indicados tratamentos não medicamentosos (basicamente relacionados à alteração do estilo de vida) e medicamentosos.

O presente trabalho tem por objetivo descrever a farmacocinética e farmacodinâmica de alguns fármacos para tratamento da dislipidemia: A Atorvastatina, a Niacina, o Ciprofibrato e a Ezetimiba.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DISLIPIDEMIA

Atorvastatina

A atorvastatina pertence ao grupo das estatinas e são os agentes mais efetivos e mais bem tolerados para o tratamento da dislipidemia. Esse fármaco é inibidor competitivo da 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A (HMG-CoA) redutase, que catalisa uma etapa inicial e limitante de velocidade na biossíntese do colesterol.

Modo de absorção, distribuição, metabolismo e excreção.

Absorção: A atorvastatina é rapidamente absorvida após administração oral e concentrações plasmáticas máximas são atingidas dentro de 1 a 2 horas. A extensão da absorção e as concentrações plasmáticas aumentam em proporção à sua dose. A atorvastatina em comprimidos apresenta biodisponibilidade entre 95% e 99% em comparação à solução. A biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 14% e a disponibilidade sistêmica da atividade inibitória sobre a HMG-CoA redutase é de aproximadamente 30%. A baixa disponibilidade sistêmica é atribuída ao clearance pré-sistêmico na mucosa gastrintestinal e/ou ao metabolismo hepático de primeira passagem. Embora o alimento diminua a taxa e a extensão da absorção do fármaco em aproximadamente 25% e 9%, respectivamente, a redução no LDL-C é semelhante se a atorvastatina for administrada com ou sem alimentos. As concentrações plasmáticas de atorvastatina são mais baixas após a administração do medicamento à noite, quando comparada à administração pela manhã. Entretanto, a redução no LDL-C é a mesma independente da hora em que o fármaco é administrado.

Distribuição: O volume médio de distribuição da atorvastatina é de aproximadamente 381 litros. A atorvastatina apresenta uma taxa de ligação às proteínas plasmáticas igual ou superior a 98%. Uma proporção glóbulo vermelho do sangue/plasma de aproximadamente 0,25 indica baixa penetração do fármaco nos glóbulos vermelhos do sangue (eritrócitos). 

Metabolismo: A atorvastatina é amplamente metabolizada a derivados orto epara-hidroxilados e a vários produtos de beta-oxidação. A inibição da HMG-CoA redutase pelos metabólitos orto epara-hidroxilados in vitro é equivalente àquela observada com a atorvastatina. Aproximadamente 70% da atividade inibitória circulante sobre a HMG-CoA redutase é atribuída aos metabólitos ativos. Estudos in vitro sugerem a importância do metabolismo da atorvastatina pelo citocromo hepático P450 3A4, de acordo com a ocorrência de elevadas concentrações plasmáticas de atorvastatina em humanos após coadministração com eritromicina, um inibidor conhecido desta isoenzima. Estudos in vitro também indicaram que a atorvastatina é um inibidor fraco do citocromo P450 3A4. A coadministração de atorvastatina e terfenadina não produziu um efeito clinicamente significante nas concentrações plasmáticas da terfenadina, um composto predominantemente metabolizado pelo citocromo P450 3A4. Portanto, é improvável que a atorvastatina altere significantemente a farmacocinética de outros substratos do citocromo P450 3A4.

Modelos animais: Não consta.

Excreção: A atorvastatina e seus metabólitos são eliminados principalmente na bile após metabolismo hepático e/ou extra-hepático. Entretanto, o fármaco parece não sofrer recirculação entero-hepática. A meia-vida de eliminação plasmática média em humanos é de aproximadamente 14 horas, mas a meia-vida da atividade inibitória para a HMG-CoA redutase é de 20 a 30 horas, devido à contribuição dos metabólitos ativos. Menos de 2% de uma dose de atorvastatina é recuperada na urina após administração oral.

Niacina (ácido nicotínico)

A niacina é uma vitamina do complexo B hidrossolúvel, que funciona como vitamina apenas depois de sua conversão em NAD ou NADP, na qual ocorre como amida. Tanto a niacina quanto sua amida podem ser administradas por via oral como fonte de niacina pelas suas funções como vitamina, porém apenas a niacina é que afeta os níveis lipídeos. Os efeitos hipolipidêmicos da niacina exigem doses mais altas do que aquelas necessárias para seus efeitos de vitamina. A niacina é o melhor agente disponível para aumentar os níveis de HDL-C (incrementos de 30 40%), alem disso, reduz os triglicerídeos em 35 a 45% (tão efetivamente quanto os fibratos e as estatinas mais potentes) e reduz os níveis de LDL-C em 20 a 30%. A niacina também é o único fármaco redutor de lipídeos que diminui significativamente os níveis de Lp(a) em cerca de 40%.

Modo de absorção, distribuição, metabolismo e excreção.

Absorção: O ácido nicotínico administrado via oral é absorvido rapidamente (60 a 76% da dose). Sua biodisponibilidade aumenta e o risco de desconforto gastrintestinal é reduzido quando administrado juntamente com alimentos não gordurosos.

Distribuição: Estudos utilizando ácido nicotínico radiomarcado em ratos demonstraram que o ácido nicotínico e seus metabólitos concentram-se no fígado, rins e tecido adiposo.

Metabolismo: O ácido nicotínico é metabolizado no fígado onde sofre rápido e intenso metabolismo de primeira passagem, que se dá através de uma possível rota que é a simples conjugação com glicina para

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