TRATAMENTO DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO NO MUNICÍPIO DE JACAREÍ

TRATAMENTO DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

NO MUNICÍPIO DE JACAREÍ – SP

A poluição e a contaminação provenientes das atividades humanas vêm alterando a qualidade das águas, devido à introdução de esgotos sanitários, efluentes industriais e pela presença de agroquímicos (PRIANTI JUNIOR, 2009).

Assim, algumas águas brutas necessitam ser submetidas a um processo industrial de potabilização, para a retirada das impurezas, adequando-as ao uso pretendido. Quanto maior a deterioração da qualidade da água, devem então ser usadas etapas diferenciadas nos tratamentos de água, objetivando-se alcançar o produto final – água para consumo humano, com requisitos de qualidade que atendam aos padrões cada vez mais restritivos do ponto de vista sanitário, o que torna a potabilização da água mais complexa e, consequentemente com maiores custos (LIBÂNIO, 2005).

ÁGUA BRUTA, TRATADA E POTÁVEL

A água bruta é a água da forma como é encontrada na natureza. O termo bruta designa apenas que ela não foi trabalhada pelo homem, não significando que ela não se preste para consumo. Na maioria dos casos, ela é imprópria para esse fim, por haver estado exposta aos elementos e, portanto, à poluição.

Água tratada é a água que tenha sido submetida a algum tipo de tratamento, buscando torná-la adequada para o consumo. Água tratada não é, necessariamente, sinônimo de água potável (embora freqüentemente utilizamos este termo para essa finalidade).

Água potável é a água adequada para consumo humano. Por definição, ela deve apresentar-se isenta de substâncias nocivas e de microrganismos patogênicos (capazes de causar doenças em seres humanos). Os limites em que essas substâncias podem estar presentes na água potável são fixados pelo padrão de potabilidade que, no Brasil, é estabelecido pela Portaria n.º 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde..

Finalidades da potabilização da água:

- higiênicas: remoção de bactérias, protozoários, e outros microrganismos, de substâncias tóxicas, redução do excesso de impurezas e dos teores elevados dos compostos orgânicos;

- estéticas: correção de cor, odor e sabor;

- econômicas: redução de corrosividade, dureza, cor, turbidez, ferro, manganês, odor e sabor.

Para se obter uma água potável após o tratamento, deve-se conhecer e avaliar as características do manancial, para se estabelecer os métodos corretos de tratamento dessa água. Para o sucesso do tratamento de água, é imprescindível a escolha acertada do processo de obtenção de qualidade e da quantidade de água que se deseja.

Sobre a escolha do processo de tratamento da água bruta para torná-la potável, deve-se recorrer à legislação vigente. A Resolução CONAMA n.º 357 de 17 de março de 2.005, (Brasil, 2005), dispõe sobre a classificação e dá diretrizes ambientais para o enquadramento de corpos d’água superficiais e padrões de lançamento de efluentes. Essa Resolução indica o tipo de tratamento que deve ser realizado, de acordo com as características da água. Para as águas doces, foram determinadas cinco classes:

Classe especial: ao abastecimento humano com desinfecção;

Classe 1: ao abastecimento humano com tratamento simplificado (filtração e cloração)

Classe 2: ao abastecimento humano com tratamento convencional;

Classe 3: ao abastecimento humano com tratamento convencional ou avançado.

Classe 4: navegação e harmonia paisagística

Tecnologias de Tratamento de Água

Após ter sido captada, a água é então encaminhada à ETA, que pode ser projetada (de acordo com as características da água bruta) utilizando-se diversas tecnologias.

- Filtração direta ascendente: a água bruta é coagulada no mecanismo de neutralização de cargas e introduzida na parte inferior da unidade filtrante. Na camada de pedregulho do filtro ocorre a formação dos flocos.

- Dupla filtração: neste processo ocorre a associação da filtração direta ascendente com a filtração descendente. Nos dois filtros usa-se meio filtrante de areia, e no filtro ascendente possui grãos maiores.

- Filtração Direta Descendente: neste tratamento a água pode ser coagulada com sais de alumínio ou de ferro ou ainda ser utilizado um polímero catiônico, onde ocorre o fenômeno de neutralização de cargas. São empregadas menores dosagens de coagulantes. São produzidos pequenos flocos com resistência ao cisalhamento da filtração. Pode ser necessária floculação o não antes da filtração. Meio filtrante de areia e antracito ou de areia uniforme e para limpeza do meio filtrante preferencialmente utiliza-se água e ar.

- Tratamento convencional (segundo alguns autores: de ciclo completo): em geral a água é coagulada com um sal de alumínio ou de ferro onde ocorre a formação de precipitados do metal do coagulante, capturando as impurezas. Neste tipo de tratamento ocorrem as seguintes etapas (Figura 1):

- coagulação – mistura rápida

- floculação – mistura lenta

- decantação ou sedimentação

- filtração

- correção final

FIGURA 1– Fluxograma do tratamento convencional da água para fins de potabilização

Fonte: VIANNA, (2002)

- Floto filtração: a água é coagulada com sal de alumínio ou de ferro no qual ocorre ocorre formação de precipitados do metal coagulante, aprisionando as impurezas. A água coagulada é submetida a agitação lenta até que os flocos alcancem tamanhos suficientes para serem flotados através de aplicação de água de recirculação pressurizada. Neste processo é importante verificar o tamanho das bolhas.

Tratamento de água no SAAE de Jacareí

O município de Jacareí, situado a sudoeste do Estado