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O uso de probióticos e prebióticos no tratamento da disbiose vaginal

Por:   •  10/5/2019  •  Artigo  •  2.238 Palavras (9 Páginas)  •  468 Visualizações

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O uso de probióticos e prebióticos no tratamento da disbiose vaginal

The use of probiotics and prebiotics in the treatment of vaginal dysbiosis

RESUMO

Atualmente, cerca de 50-70% das mulheres sofrem de disbiose vaginal, que ocorre quando se tem uma alteração na microflora vaginal. Se é sabido que em uma vagina saudável vivem-se dezenas de microrganismos que são responsáveis ​​pela saúde e que destroem as bactérias nocivas que entram no meio vaginal. Devido as circunstancias do meio vaginal, isso a torna um meio favorável para microrganismos. Entretanto, a doença não é fatal, mas as ausências de cuidados podem levar a problemas mais graves. O crescimento excessivo de bactérias vaginais pode desencadear uma série de sintomas na microflora vaginal. Uma microflora vaginal saudável é desenvolvida sob a influência de hormônios sexuais femininos, como o estrogênio. Como base da sua composição de Lactobacillus que criam um meio ligeiramente ácido, fica desconfortável para microflora oportunista e patógena. Portanto, a vagina é um local saudável. A causa da disbiose vaginal pode ser devido a infecções genitais, frequente mudança de parceiros sexuais, uso recorrente e descontrolado de antibióticos, desordens hormonais e diminuição da imunidade. Muitas vezes, é também a causa de disbiose intestinal.

Descritores Disbiose vaginal; Microflora vaginal

ABSTRACT

Currently, about 50-70% of women suffer from vaginal dysbiosis, which occurs when there’s a change in the vaginal microflora. If it’s known that in a healthy vagina are living dozens of microorganisms that are responsible for health and that destroy the harmful bacterias that enter the vaginal environment. Due to the circumstances of the vaginal environment, this makes it a favorable place for microorganisms. However, the disease is not fatal, but the lack of care can lead to more serious problems. Excessive growth of vaginal bacteria can trigger a series of symptoms in the vaginal microflora. A healthy vaginal microflora is developed under the influence of female sex hormones, such as estrogen. As a basis for its composition of Lactobacillus that create a slightly acidic place, it is uncomfortable for opportunistic and pathogenic microflora. Therefore, the vagina is a healthy place. The cause of vaginal dysbiosis may be due to genital infections, frequent change of sexual partners, recurrent and uncontrolled use of antibiotics, hormonal disorders, and decreased immunity. It is often also the cause of intestinal dysbiosis.

Descriptors: Vaginal dysbiosis; Vaginal microflora

Introdução

A disbiose vaginal caracteriza-se pela modificação da flora vaginal, onde ocorre aumento dos germes anaeró-bios, substituindo os Lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio, acarretando a ocorrência de um corri-mento vaginal de baixa intensidade e com mau odor¹.

É a causa mais frequente de corrimento genital, res-ponsável por 40-50% dos casos, sendo que cerca de metade das mulheres portadoras não apresentam sintomas.

As bactérias presentes na vagina formam uma importante barreira de defesa do organismo, representando um complexo sistema microbiológico, com cerca de 10 unidades formadoras de colônias bacterianas por grama de secreção e dúzias de diferentes espécies.

As mulheres na fase reprodutiva têm seu equilíbrio da flora vaginal mantido às custas dos lactobacilos que se cons-tituem de 80% a 95% dos micror-ganismos presentes na vagina².

Os lactobacilos produtores de ácido lático, peróxido de hidrogênio, entre muitas outras substâncias, têm efeito protetor contra os patógenos estranhos ao meio vaginal, limitando a proliferação de mi-crorganismos potencialmente nocivos ao equilíbrio do ecossistema vaginal. Essas substâncias são responsáveis pela manutenção do pH vaginal em níveis normais entre 3,5 a 4,5.

A disbiose vaginal é caracterizada pela redução do número de lactobacilos aeróbios produtores de peróxido de hi-drogênio e pelo aumento na com-centração de microrganismos anae-róbios, tais como: Peptostreptococcus, Bacteroides sp., Gardnerella vaginalis, Mobiluncus sp. e Micoplasma hominis.

A proliferação intensificada destes microorganismos leva a um decréscimo no número de lactobacilos produtores de peroxidase que tem efeito virucida e também não permite a ativação local do linfócito T CD4, fazendo com que a mulher fique mais vulnerável a ser infectada pelo vírus da imuno-deficiência humana adquirida (HIV). Mulheres de países com elevada frequência de HIV-AIDS, como Ugan-da, apresentam prevalência de VB su-perior a 50%.

Como complicações da doença, devido ao aumento de bactérias anaeróbias ao trato genital superior, podem ocorrer doença inflamatória pélvica aguda (DIPA), endometrites e infecções pós-cirúrgicas, como a celulite de cúpula vaginal pós-histerectomia.

Durante a gravidez, as infecções determinam abortamentos infectados, corioamni-onites, amniorrexe prema-tura, parto pré-termo, endometrites e infecções de parede pós-cesárea.

O tratamento e o controle da disbiose vaginal visam restabelecer o equilíbrio da microbiota vaginal por meio da redução da população de germes anaeróbios e um possível aumento dos Lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio.

Como se trata de uma síndrome de etiologia polimicrobiana, justifica-se a diversidade de opções terapêuticas existentes nos dias atuais. Muitos es-tudos têm buscado o controle fisio-lógico desta síndrome mediante utili-zação de probióticos e prebióticos.

Revisão da Literatura

Disbiose Vaginal – O que é?

A disbiose vaginal é uma doença muitas vezes silenciosa, que causa uma alteração da microflora vaginal e, se não for tratada, pode progredir, gerando diversas complicações mais graves³.

As causas mais comuns da alteração da microflora vaginal são a redução da imunidade, alterações hormonais, infecções, doenças sexualmente trans-missíveis, uso descontrolado e conti-nuo de antibióticos e a falta de higiene pessoal.

Uma microflora saudável é livre de dor, odor, sensação de ardor, muco, falta de lubrificação (inclusive durante relações sexuais), coceira e desconforto. A presença desses sintomas pode indicar a presença de alguma doença.

Em graves alterações, quando o número de microrganismos patógenos aumenta significativamente, o sistema imunológico costuma falhar. O resul-tado é a multiplicação dessas bactérias, tais como fungos e estreptococos.

A disbiose vaginal surge como a consequência de um processo infla-matório e/ou infeccioso. Se esse pro-cesso não for tratado, a imunidade não nos resulta um efeito desejado. Além disso, o crescimento excessivo dessas bactérias patógenas pode levar a complicações mais graves, como a endometrite. Se o envolver os órgãos gênito-urinário e uretra, pode desen-volver cistite ou uretrite.

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