Resenha de microbiologia
Por: Diegojurema • 11/5/2015 • Resenha • 3.457 Palavras (14 Páginas) • 1.077 Visualizações
INTRODUÇÃO
Os herpesvírus são um importante grupo de grandes vírus envelopados de ácido desoxirribonucleico (DNA) com as seguintes características em comum: morfologia de vírion, modo básico de replicação e capacidade de estabelecer infecções latentes e recorrentes. A imunidade celular é importante no controle e desenvolvimento dos sintomas de infecções por estes vírus. Os herpesvírus codificam proteínas e enzimas que facilitam a replicação e interação do vírus com o hospedeiro. Os herpisvírus podem causar infecções líticas, persistentes e latentes/recorrentes e os vírus Epstein-Barr (EBV) e HHV8 estão associados a cânceres humano. Os herpesvírus codificam muitas proteínas que manipulam a célula e a resposta imune do hospedeiro. Os herpisvírus codificam enzimas (DNA polimerase) que promovem a replicação do DNA viral e que são bons alvos para fármacos antivirais. A replicação do DNA e a montagem do capsídeo ocorrem no núcleo. O vírus é liberado por exocitose, lise celular e por pontes célula-célula. Os herpesvírus são ubíquos. A imunidade celular é requerida para o controle.
No final da década de 1970 e início da década de 1980, um número incomum de homens jovens homossexuais, haitianos, viciados em heroína e hemofílicos nos Estados Unidos estava morrendo devido a infecções oportunistas normalmente benignas. Os seus sintomas definiam uma doença nova, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Entretanto, como se sabe atualmente, a AIDS não é limitada apenas a esses grupos, mas pode ocorrer em qualquer pessoa exposta ao vírus.
O alfabeto dos vírus da hepatite inclui pelo menos seis vírus. A até E e G. Embora o órgão-alvo para cada um desses vírus seja o fígado e os sintomas básicos de hepatite sejam similares, eles diferem bastante em sua estrutura, no modo de replicação, na forma de transmissão e na evolução e sequelas da doença que eles causam. O vírus da hepatite A (HAV) e o vírus da hepatite B (HBV) são os vírus clássicos da hepatite, e os vírus da hepatite C, G, E e D (HDV), o agente delta, são chamados de vírus de hepatite não-A e não-B (NANBH).
REFERENCIAL TEORICO
Estrutura dos Herpesvírus
Os herpesvírus são vírus grandes e envelopados que contêm DNA de fita dupla. O vírion possui aproximadamente 150nm de diâmetro, com a morfologia característica. O DNA é envolvido por um capsídeo icosadeltaédrico contendo 162 capsômeros. Este capsídeo é envolvido por um envelope contendo glicoproteínas. Os herpesvírus codificam diversas glicoproteínas para adesão e fusão viral e para escapar do controle imune. Aderidas ao capsídeo e no espaço entre o envelope e o capsídeo (o tegumento) estão proteínas e enzimas virais que auxiliam no início da replicação. Como vírus envelopados, os herpesvírus são sensíveis a ácidos, solventes, detergentes e ressecamento.
Replicação dos Herpesvírus
A replicação dos herpesvírus inicia-se pela interação de glicoproteínas virais com os receptores da superfície celular .
A transcrição do genoma e a síntese proteica viral procedem-se de maneira coordenada e regulada, seguindo três fases:
1 - Proteínas precoces imediatas (α), que consistem em proteínas importantes na regulação da transcrição gênica e controle da célula.
2 - Proteínas precoces (β), que consistem em mais fatores de transcrição e enzimas, incluindo a DNA polimerase.
3- Proteínas tardias (γ), que consistem principalmente em proteínas estruturais geradas após o início da replicação do genoma viral. O genoma viral é transcrito pela polimerase de ácido ribonucleico (RNA) DNA-dependente e é regulado pelos fatores nucleares celulares e codificados pelo vírus. A interação destes fatores determina se serão produzidas as proteínas necessárias para uma infecção lítica, persistente ou latente. As células que promovem uma infecção latente transcrevem um conjunto especial de genes virais sem replicação gênica. A progressão para a expressão de genes precoces e tardios resulta na morte celular e infecção lítica
Vírus do Herpes Simples
O HSV foi o primeiro herpesvírus humano a ser reconhecido. O nome herpes deriva de uma palavra grega que significa “rastejar”. As lesões do herpes labial foram descritas na antiguidade, e sua etiologia viral foi estabelecida em 1919. Os dois tipos de vírus do herpes simples, HSV-1 e HSV-2, compartilham muitas características, incluindo a homologia de DNA, determinantes antigênicos, tropismo tecidual e sintomas da doença, Entretanto, eles ainda podem ser distinguidos por diferenças sutis, mas significativas.
O genoma do HSV é suficientemente grande para codificar 80 proteínas. Apenas a metade é requerida para a replicação viral; as outras proteínas facilitam a interação do HSV com diferentes células do hospedeiro e com a resposta imune. O genoma do HSV codifica enzimas, incluindo uma DNA polimerase DNA-dependente e enzimas captadoras, como desoxirribonuclease, timidina quinase, ribonucleotídeo redutase e protease. A ribonucleotídeo redutase converte ribonucleotídeos em desoxirribonucleotídeos, e a timidina quinase fosforilaos desoxirribonucleotídeos para fornecer substratos para a replicação do genoma viral. As especificidades dos substratos destas enzimas e da DNA polimerase diferem significativamente daquelas dos seus análogos celulares, portanto representam bons alvos potenciais para a quimioterapia antiviral.
O HSV pode infectar a maioria dos tipos de células humanas, e mesmo células de outras espécies. O vírus geralmente causa infecções líticas de fibroblastos e células epiteliais e infecções latentes de neurônios
Patogênese e Imunidade
Os mecanismos envolvidos na patogênese de HSV-l e HSV-2 são muito semelhantes. Ambos os vírus inicialmente infectam e se replicam em células mucoepiteliais, causam doença no sítio de infecção e então estabelecem uma infecção latente do neurônio que inerva a área. O HSV-l está geralmente associado a infecções acima da cintura e HSV-2 a infecções abaixo da cintura, consistente com os meios de disseminação destes vírus. HSV-l e HSV-2 também diferem nas características de crescimento e antigenicidade, e HSV-2 tem um potencial maior para causar viremia, com sintomas gripais sistêmicos associado.
A doença começa por contato direto e depende do tecido infectado (p. ex., oral, genital, cerebral). O vírus causa efeitos citopatológicos diretos. O vírus evita os anticorpos pela disseminação célula a célula e formação de sincícios. O vírus estabelece latência em neurônios (escapa à resposta imune). O vírus é reativado a partir da latência pelo estresse ou imunossupressão. A imunidade celular é requerida para a resolução, com um papel limitado dos anticorpos. Os efeitos imunopatológicos mediados por células contribuem para os sintomas.
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