HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Por: Isadora Vieira • 19/5/2018 • Artigo • 2.170 Palavras (9 Páginas) • 322 Visualizações
UNISUL. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Acadêmicos: Isadora Vieira Borges, João Felipe Alves, Vera Regina Adelino.
Unidade: Disfunções Cardiovasculares no adulto Orientador: Kelser Kock.
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
De acordo com Motter et. al (2012) a HAS é uma condição clinica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA), onde o organismo é incapaz de controlar a variação de calibre dos vasos. É definida pela persistência de pressão arterial sistólica acima de 135 mmHg e diastólica acima de 85 mmHg. O controle desta morbidade consiste tanto no tratamento não farmacológico, representados pela adoção de um estilo de vida saudável, quanto no tratamento farmacológico mediante o uso de medicamentos, ou ainda, na associação de ambos.
Para Souza et. Al. (2013) a hipertensão constitui a principal causa de morte prematura prevenível em países desenvolvidos. No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a hipertensão atinge o percentual de 23%, dentro do qual, 11 a 20% são jovens adultos. A hipertensão normalmente não apresenta sintomas, o que faz com que muitas vezes ela só seja descoberta quando já causou alterações patológicas.
Souza et. Al. (2013) descreve que com o passar do tempo, caso a hipertensão não seja tratada, tanto o coração quanto os vasos ficam sobrecarregados. Para lidar com esta sobrecarga, o coração se utilizará de mecanismos adaptativos (anatômicos e funcionais) e terá a hipertrofia cardíaca como consequência desta adaptação. Entretanto, não se deve pensar nela como um efeito benéfico. É uma adaptação patológica, pois vem acompanhada de dilatação ventricular, arritmia ventricular, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Em outras palavras, a hipertrofia resulta da necessidade que o coração trabalhe além do limite se caracterizando, portanto como uma medida que deveria ser provisória, e não persistente.
De acordo com o Instituto Nacional Heart Lung and Blood (NHLBI), os fatores de risco para a hipertensão arterial são idade, raça / etnia, gênero, hábitos de vida não saudáveis, sobrepeso ou obesidade, como a falta de atividade física, tabagismo e ingestão excessiva de sal. O NHLBI também considera que outros fatores de risco estão associados com a pressão arterial elevada, tais como a predisposição genética e estresse (Moreira et. al. 2013).
A pressão alta pode vir associada à cefaléia, enjôos, e tonturas. Apesar dessa associação, não se pode dizer que esses sintomas sejam prioritariamente referentes à presença de hipertensão arterial, pois uma série de doenças apresenta essa mesma sintomatologia. A HAS pode não envolver um conjunto de sintomas defi nidos, isso pode levar a uma demora no diagnóstico e consequentemente aumentar o risco de complicações em diversos órgãos (MOURA et al., 2011).
O diagnóstico é feito através de quadro clínico e pelo acompanhamento nos níveis de pressão arteriais diários ou através do MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial) que é um método automático de medida indireta e intermitente da pressão arterial durante 24 horas
CARDIOMIOPATIAS
A doença do miocárdio associada com disfunção cardíaca, podendo ser classificada nas formas: dilatada, hipertrófica, restritiva e arritmogênica do ventrículo direito.
CARDIOMIOPATIA DILATADA
É a doença primária do músculo cardíaco com dilatação e alteração na função contráctil do ventrículo esquerdo (VE) ou de ambos os ventrículos. Ela pode ser: idiopática, familiar/genética, viral e/ou imune, alcoólica/tóxica ou associada com doença cardiovascular reconhecida, cujo grau de disfunção do miocárdio não é explicado pelas condições de anormal sobrecarga ou extenso dano isquêmico.
Predomina a disfunção sistólica, havendo hipertrofia miocárdica reacional nas áreas não acometidas pelo processo de agressão miocárdica, podendo evoluir para a insuficiência cardíaca (IC) ou não (dilatação sem insuficiência), apresenta arritmias atrial e/ou ventricular e pode resultar em óbito em qualquer estágio da doença. Diagnóstico é feito após afastadas outras doenças que acarretam dilatação cardíaca, como a doença arterial coronária, a hipertensão arterial (HA) sistêmica, as lesões orovalvares, as doenças congênitas e outras formas de acometimento do miocárdio.
O peso do coração está aumentado, variando de 400 a 1.000g, com dilatação que pode envolver as quatro câmaras cardíacas, sendo os ventrículos mais acometidos do que os átrios, com algum grau de espessamento da parede ventricular, porém a hipertrofia é de menor grau do que a dilatação existente.
CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA
É uma doença miocárdica primária, de caráter genético (autossômico dominante), caracterizada pela hipertrofia ventricular desproporcional, mais frequente no VE, com maior acometimento do septo interventricular (SIV), do que da parede livre, podendo, em alguns casos, reduzir o volume ventricular. O VE é o mais acometido, podendo este envolvimento ser simétrico (concêntrico) ou assimétrico (septal, medioventricular, apical, lateral e posterior). Devemos excluir outras causas, que podem acarretar hipertrofias ventriculares, entre elas a HA e a estenose valvar aórtica.
É classificada segundo a localização da hipertrofia nos tipos: septal, medioventricular, apical, lateral e concêntrico, que pode se estender a outras regiões do coração. Do ponto de vista hemodinâmico é dividida em formas obstrutiva (septal assimétrica e medioventricular) e não obstrutiva (septal assimétrica não obstrutiva, concêntrica, apical, lateral e/ou látero-posterior).
O comprometimento do VD ocorre na cardiomiopatia hipertrófica (CMH) predominante do lado esquerdo, porém suas manifestações clínicas são menos evidentes, sendo raros os casos isolados ou com predomínio direito.
CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA
É caracterizada pela restrição ao enchimento, com volume diastólico reduzido, em um ou em ambos os ventrículos, com função sistólica normal ou próxima do normal, além de espessamento da parede ventricular. Pode ser idiopática ou estar associada a outras doenças, como a amiloidose, doença endomiocárdica com ou sem eosinofilia, sarcoidose, hemocromatose etc.
É a forma menos encontrada das cardiomiopatias. Clinicamente apresenta sinais de hipertensão venosa (direita ou esquerda), com dispnéia, ortopnéia, hepatomegalia, edemas de membros inferiores e ascite. A radiografia de tórax, na maioria dos casos, não revela grande cardiomegalia, sendo desproporcional ao grau de ICC dos pacientes, com grandes átrios, hipertensão venocapilar pulmonar e derrame pleural. O ecocardiograma demonstra cavidades ventriculares normais e grandes átrios (devido à redução da complacência das câmaras ventricular decorrente a fibrose miocárdica).
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