MARCHA EM IDOSOS EXPLIQUE E ANALISE OS CICLOS DA MARCHA FISIOLÓGICA
Por: Carvalho97 • 10/5/2022 • Relatório de pesquisa • 1.568 Palavras (7 Páginas) • 292 Visualizações
EXPLIQUE E ANALISE OS CICLOS DA MARCHA FISIOLÓGICA
A marcha, de acordo com Mackays-Lyons (2002), é um ato motor complexo que precisa da coordenação do tronco, membros, músculos e das articulações. É a ação de andar, de deslocar os pés do solo para colocá-los adiante (VIEL, 2001). Ela é dividida em duas fases: fase de apoio e de balanço. A fase de apoio corresponde a 60% da marcha, sendo que, 10% são do duplo apoio inicial, 40% apoio simples e 10% do duplo apoio terminal. Já a fase de balanço equivale a 40% restante do ciclo da marcha (MORAES & MEGALE, 2008).
Imagem 1 – Fases do ciclo da marcha
[pic 1]
Fonte: Treino em Foco
A imagem acima mostra a fase de duplo apoio inicial, que é quando o membro contralateral está na fase de apoio terminal preparando para fase de balanço, onde posteriormente este membro assume uma posição de apoio simples, em seguida duplo apoio terminal partindo para fase de balanço, e depois retornando novamente para o duplo apoio.
Segundo O’Sullivan & Schmitz (1993), o ciclo da marcha pode também ser identificado pelo termo descritivo “passada”, que nada mais é que um ciclo completo da marcha. Já o “passo” se refere ao intervalo entre os dois membros, ou seja, há dois membros em cada passada.
Uma marcha eficiente diminui a um mínimo o deslocamento do centro de massa por rotação e inclinação da pelve e, por flexão e extensão das diversas articulações envolvidas. Os distúrbios da marcha que aumentam o deslocamento normal do centro de massa são menos eficientes e tornam necessário maior gasto de energia. Sendo assim, os pacientes tipicamente compensam andando de forma mais lenta e aplicando manobras compensatórias, para recuperar a eficiência perdida. Além de maior necessidade de energia, marchas anormais aumentam o risco de quedas e a suscetibilidade a lesões biomecânicas.
Ao analisar uma marcha é importante primeiro considerar a largura da base. Sabe-se que quanto maior a base melhor o equilíbrio, ou seja, medidas como separar os pés é o primeiro esforço compensatório na maioria dos transtornos das marchas. Já em caso normal, é que os maléolos mediais passam a menos de 5 cm um do outro durante a passada. É importante também verificar a parte anterior do pé, pois cada lado deve sair do chão aproximadamente no mesmo grau (altura). A assimetria de levantamento dos artelhos pode ser a primeira evidência de queda do pé.
O comprimento da passada também é necessário analisar, pois a diminuição pode ser a primeira evidência de uma doença bifrontal ou extrapiramidal. Isso pode alterar o comprimento da marcha, tendo passos mais curtos como ocorre na doença de Parkinson, por exemplo. A oscilação mútua dos braços quando diminuída de um lado, às vezes é um indicador precoce da hemiparesia leve ou hemiparkinsonismo. Também ao analisar a marcha, deve-se observar as mãos, verificando existência de alguma espécie de tremor, coréia, hemibalismo ou algo que tenha alteração dos membros superiores. Movimentos excessivos dos quadris pode acontecer em qualquer processo, provocando fraqueza proximal.
DESCREVA A MARCHA NO IDOSO
É muito importante considerar a idade do indivíduo ao observar a marcha normal. Durante a infância a maturação é lenta e somente aos sete anos os elementos da marcha estarão totalmente presentes, já o adulto apresenta a normalização de todos os parâmetros. O idoso possui uma tolerância baixa para situações imprevistas, devido o avanço da idade instalam-se modificações, como a diminuição do comprimento do passo e das rotações da pelve (VIEL, 2001).
Conforme Mirelman et al. (2013), muitas alterações no padrão de marcha acontecem com o envelhecimento e essas alterações são multifatoriais e por isso não são totalmente explicadas na literatura (FARINATTI & LOPES, 2004). As mudanças na marcha do idoso ocorrem tanto nos fatores fisiológicos quanto emocionais e podem ser perceptivas pelas alterações motoras, pois interferem na ação de tarefas específicas. Além disso, estas mudanças também geram uma modificação qualitativa nos elementos subjacentes aos sistemas psicomotores que controlam as fases distintas da marcha (SANTOS et al., 2014). O envelhecimento fisiológico leva a alterações posturais, de equilíbrio, diminui a integração dos impulsos sensoriais, a rotação pélvica e a mobilidade das articulações, trazendo prejuízos a velocidade da marcha e largura dos passos, aumentando a base de suporte e diminuindo o tempo de permanência na fase de balanço (MORAES & MEGALE, 2008).
Com o processo de envelhecimento, ocorre a sarcopenia e perda de força muscular (MASTANDREA, 2008). A diminuição da força muscular para o idoso pode causar a diminuição da velocidade da marcha, porém ela pode estar associada também a uma compensação para assegurar a estabilidade (SILVA et al., 2011). De acordo com Mastandrea (2008), essas perdas geram maior inatividade, levando a um ciclo vicioso, diminuindo ainda mais a capacidade funcional do idoso. Estudos foram realizados com idosos para verificar essas alterações e segundo Verlinden et al. (2013) avaliaram 1500 indivíduos de 50 anos ou mais para observar associação entre a idade e a marcha. Os autores concluíram que a idade mais elevada está associada com a piora da marcha.
Já Gervásio et al. (2012) realizaram um estudo comparando a marcha de oito mulheres adultas (entre 25 e 40 anos), e oito idosas (de 60 a 75 anos). Observaram que a marcha das idosas teve menor velocidade e cadência, levando a um maior tempo de apoio; menor amplitude de movimento de tornozelo, principalmente em flexão plantar, que interfere no impulso da marcha; e lentidão nos movimentos de quadril, joelho e tornozelo, aumentando o ciclo da marcha. Esses achados mudam a mobilidade do idoso, suscetível a quedas.
DESCREVA DUAS MARCHAS PATOLÓGICAS DE PACIENTES DAS ILPs
Marcha Parkinsoniana
A Marcha Parkinsoniana é a marcha da doença de Parkinson, onde seu padrão é altamente estereotipado e caracterizado por uma diminuição da amplitude dos movimentos nos membros inferiores, nos movimentos dos quadris, joelhos e tornozelos. Os movimentos do tronco também estão reduzidos, resultando na diminuição do comprimento dos passos e da dissociação das cinturas pélvica e escapular.
De forma característica, os pacientes caminham com uma marcha mais lenta, e existe um persistente posicionamento da cabeça e tronco à frente, então o centro de gravidade é anteriorizado, o que leva ao indivíduo aumentar o número de passos.
...