A importância dos exercícios de humming no tratamento fono terápico de paciente portador da doença de Parkinson
Por: JuliaSemin • 9/1/2019 • Projeto de pesquisa • 4.692 Palavras (19 Páginas) • 996 Visualizações
A importância dos exercícios de humming no tratamento fonoterápico de paciente portador da doença de Parkinson
Julia SEMIN1
Simone Andréa RUSCHEL2
RESUMO
Objetivo: Adequar a produção vocal de paciente portador da doença de Parkinson (DP) por meio de exercícios de humming, visando a emissão com o mínimo de esforço, verificando se houve melhoras na projeção vocal pelo relato do próprio paciente e por meio das avaliações. Metodologia: Participou deste estudo um paciente portador da DP, do sexo masculino, de 74 anos. A coleta de dados foi realizada no Centro de Reabilitação – FAG, onde o paciente já se encontrava em atendimento fonoaudiológico e fisioterápico. O participante foi submetido a uma avaliação vocal inicial em que foi utilizado o protocolo adaptado de gravação de voz para avaliação percepto-auditivo (Behlau, 2001). Após, foram realizadas oito sessões de exercícios de humming, e, no final, foi novamente realizado uma avaliação vocal com o mesmo protocolo para verificar os resultados. Resultados: O seguinte estudo revelou que no início o paciente apresentava Tempo Máximo de Fonação (TMF) diminuído, com hipoconstrição de PV. Porém, após os exercícios de humming, o TMF, mesmo estando fora dos padrões de normalidade, apresentou melhora, dobrando seu tempo de fonação, normalizando a coaptação glótica (relação S/Z). Paciente relatou que, pessoas que convivem com o mesmo perceberam melhora na sua voz. Conclusão: O tratamento fonoterápico com os exercícios de humming contribuiu para a melhora da qualidade vocal do paciente portador da DP.
Palavras-chave: Voz. Doença de Parkinson. Fonoterapia.
Acadêmica do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade Assis Gurgacz.
2 Docente do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade Assis Gurgacz e orientadora do trabalho de conclusão de curso.
The importance of humming exercises in Speech Therapy Treatment for patiente with Parkinson’s Disease
Julia SEMIN1
Simone Andréa RUSCHEL2
ABSTRACT
Objective: To adapt the vocal for patiente with Parkinson’s disease (DP) production through humming exercises, aimed at the issue with minimal effort, making sure there was improvement in vocal projection by the patient's own reports and through assessments. Methodology: Participated in this study a patient with DP, male, 74. Data collection was held at the Rehabilitation Center - FAG, where the patient was already in speech therapy and physiotherapy. The participant was submitted to an initial vocal evaluation, where was used the voice recording protocol adapted for perceptual- auditory assessment (Behlau, 2001). After that, it was performed eight sessions of humming exercises, in the end, a vocal evaluation with the same protocol was again conducted to verify the results. Results: The following study revealed that at the beginning the patient had time Max Phonation (TMF) decreased with PV hipoconstriction. However, after humming exercises, TMF, even outside the normal range, has improved, doubling its phonation time, normalizing glottal closure (relation S/Z). Patient reported that people living with even notice improvement in their voice. Conclusion: Speech therapy with humming exercises contributed to the improvement in voice quality patient with DP.
KEY-WORDS: Vocal. Parkinson’s Desease. Speech Therapy.
Student of the speech therapy course at the Faculty Assisi Gurgacz.
2 Speech Therapy Course of the Faculty Assisi Gurgacz and guiding the course conclusion work.
INTRODUÇÃO
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A Doença de Parkinson (DP) é uma moléstia degenerativa do sistema nervoso que prejudica especialmente o sistema motor. É uma afecção crônica e progressiva e está entre uma das condições mais frequentes entre a população, sua causa ainda é idiopática. Seu avanço é lento, porém, varia em cada caso. A doença acontece quando os neurônios da substância negra morrem ou param de funcionar. Esses neurônios produzem a dopamina, que é encarregada de transmitir os sinais entre a substância negra e o corpo estriado. A diminuição da dopamina resulta no mau funcionamento do corpo estriado, levando o indivíduo a perda da capacidade em controlar os seus movimentos corporais, cognitivos e emocionais (LIMONGI, 2001; ROLIM, 2013; PAIXÃO et al, 2013).
Quando os neurônios da substância negra param de funcionar levam a tremores, rigidez e lentidão dos movimentos. Essas células que produzem a dopamina, não conseguem gerá-la satisfatoriamente, fazendo com que o sistema motor não funcione corretamente. Estudos atuais estão incluindo possibilidades de que as causas da morte dessas células podem decorrer de vírus, envenenamento do meio ambiente e diminuição da química protetora do cérebro, porém, não há nada comprovando (OXTOBY e WILLIANS, 2000).
Os casos da DP são observados em uma população mais idosa, acima dos 50 anos e em ambos os sexos, porém, a prevalência é maior no sexo masculino. Conforme a doença vai se agravando, começam a aparecer sinais e sintomas, que são caracterizados por dificuldades motoras, como bradicinesia, rigidez, tremor e alteração postural. Os primeiros sintomas não são muito notados, entretanto, quando a doença evolui, um dos principais sintomas a ser notado é o tremor, que é resultado de uma falta de controle, levando a movimentos involuntários, aparecem quando os membros estão em repouso, podendo acometer nos dois lados do corpo. Em situações de estresse a intensidade do tremor aumenta, mas na hora do relaxamento ou durante o sono o tremor cessa completamente. A rigidez ocorre devido aos comandos do cérebro que chegam de modo alterado aos músculos, deixando-os mais tensos e contraídos. A bradicinesia, refere-se à lentidão dos movimentos em realizar um ato motor. Os distúrbios posturais acontecem devido à perda de reflexos e, nota-se uma postura em flexão da cabeça, limitando os movimentos da mandíbula, interferindo na voz (ROLIM, 2013; PAIXÃO et al, 2013; DIAS et al, 2013; LISZBINSKI et al, 2011; LIMONGI, 2001).
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