Classificação dos Transtornos do Desenvolvimento da Linguagem
Por: Ellen Cristine • 7/9/2023 • Relatório de pesquisa • 2.177 Palavras (9 Páginas) • 182 Visualizações
Classificação dos Transtornos do Desenvolvimento da Linguagem
NOMENCLATURA | DEFINIÇÃO | REFERENCIAS | CID10 |
ALTERAÇÕES DE FALA DE ORIGEM MUSCULOESQUELÉTICA | “(...) correspondem aos distúrbios causados por problemas na musculatura, ossos ou cartilagens envolvidas na produção da fala. Podem ser de origem muscular, em razão de lesões ou remoções musculares, fibroses, atrofia muscular, perda ou diminuição da mobilidade, alteração de tamanho ou de forma. Podem ser também de origem esquelética, por alterações nos ossos, conformação da face, ausência de dentes, entre outros.” | (Marchesan, 2004, pp. 294) | F 80 |
APRAXIA DE FALA | “A dispraxia verbal refere-se à dificuldade em realizar ações motoras específicas e voluntárias dos sons da fala. Este quadro é comumente apontado como uma dificuldade relacionada àproduçãofonoarticulatória; contudo, em casos onde a dispraxia está presente em crianças com tenra idade, ela afeta o desenvolvimento da linguagem.” “Existem diversas terminologias usadas como sinônimos nos estudos envolvendo apraxia de fala infantil, dentre elas destacam-se: apraxiade fala desenvolvimental (Developmental Apraxia of Speech – DAS), dispraxia verbal desenvolvimental (Developmental Verbal Apraxia – DVD) e apraxia da fala na infância (Childhood Apraxia of Speech – CAS) (...) a denominação apraxia de fala na infância, foi adotada pela American Speech-Language-HearingAssociation (ASHA) no ano de 2007.” (Payão et.al. 2012) | HAGE, S.R.V. (1999) Alterações de linguagem em crianças com dispraxia verbal. Mimesis,20(1), p. 77-87. | R48.2 |
DESVIO FONOLÓGICO | “(...) afeta a produção e/ou a representação mental dos sons dafala de determinada língua e pode provocar um grande impacto na articulação e no conhecimento internalizado de uma língua. Dessa forma, é possível identificar dois componentes: um fonético e outro fonêmico. A alteração fonética, de maneira mais específica, pode se refletir numa inabilidade para articular os sons da fala, com uma dificuldade de comunicação envolvendo o componente motor. A alteração fonêmica, por sua vez, pode afetar o modo pelo qual a informação sonora é armazenada e representada no léxico mental ou acessada e recuperada cognitivamente; nesse caso, a dificuldade de comunicação teria uma base linguística ou cognitiva.” No entanto, autores como Pierrehumbert (2001, 2003, 2012), Bybee (2001, 2010), Edwards et.al. (2004), Munson e Babel (2005), Beckman et. al. (2007) e Munson et.al. (2005a, 2005b, 2010) consideram que esse componente motor da fala também é um tipo de conhecimento fonológico com representação mental. Nessa perspectiva, não faz tanto sentido essa separação entre habilidades fonéticas e habilidades fonológicas. | (Wertzner, 2004, pp.775) | F80 |
ATRASO DE LINGUAGEM | “(...) se caracterizam por serem transitórios, possíveis de superação sem qualquer outro prejuízo. (...) respostas lineares, com comportamentos típicos de faixas etárias anteriores, geralmente, decorrentes de imaturidade, questões ambientais e/ou socioemocionais adversas, considerados fatores exógenos à criança.” | BEFI-LOPES, D.M. (2004) Avaliação, Diagnóstico e Aspectos Terapêuticos nos Distúrbios Específicos de Linguagem.In: Ferreira, L.P.; Befi-lopes, D.M.; Limongi, S.C.O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, p. 987-1000. | F80.1 e/ou 80.2 |
DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM (DEL) | “(...) retardo na aquisição das habilidades de linguagem, ocorrendo em conjunto com o funcionamento intelectual, socioemocional e auditivo normais. (...) são problemas persistentes que acompanham o indivíduo durante toda a vida, acarretando dificuldades escolares, sociais, comportamentais e de adaptação.” | BEFI-LOPES, D.M. (2004) Avaliação, Diagnóstico e Aspectos Terapêuticos nos Distúrbios Específicos de Linguagem.In: Ferreira, L.P.; Befi-lopes, D.M.; Limongi, S.C.O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, p. 987-1000. | F 83 |
DISTÚRBIO DE LINGUAGEM (sintoma secundário) | Alterações de linguagem que se apresentam como sintoma secundário em quadros de atrasos ou transtornos globais do desenvolvimento, tais como Autismo e síndromes em geral. Assim sendo, distúrbio de linguagem é uma alteração de linguagem com comprometimento em dois ou mais níveis linguísticos. Na maioria dos casos encontramos pacientes com a recepção melhor que a emissão. Essa alteração está associada a causa etiológica neurológica, sensorial ou psquiátrica. | F84 | |
AFASIAS | “Alterações de processos de significação de natureza lingüística (relativas aos níveis lingüísticos: fonético, fonológico, sintático, semântico e pragmático) e/ou discursiva, produzidas por lesão focal adquirida no sistema nervoso central, em zonas responsáveis pela linguagem, podendo ou não se associarem a alterações de outros processos cognitivos A pessoa torna-se afásica quando, do ponto de vista lingüístico, o funcionamento de sua linguagem prescinde de determinados recursos de produção ou interpretação” | COUDRY, M. I H. Diário de Narciso: discurso e afasia: análise discursiva de interlocuções com afásicos. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988 e 1996. (p. 5). | R47.0 |
APRAXIA DA FALA (O termo Apraxia é a nomenclatura mais utilizada atualmente em publicações neurológicas e fonoaudiológicas. Mesmo quando não se trata de casos de ausência, mas sim de perturbações/distúrbios da praxia, o prefixo a- é usado em detrimento do prefixo dis-, que indicaria distúrbio e não ausência. |
| DARLEY FL, ARONSON AE, BROWN JR. Alteraciones motrices del habla. Buenos Aires: Editorial Médica Panamericana; 1978. p.248-65 ORTIZ KZ. Alterações da fala: disartrias e dispraxias. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Editora Roca; 2004.p.304-14. SOUZA, Thaís Nobre Uchôa; PAYAO, Luzia Miscow da Cruz. Apraxia da fala adquirida e desenvolvimental: semelhanças e diferenças. Rev. soc. bras. fonoaudiol., São Paulo , v. 13, n. 2, June 2008 . | R48.2 |
DISARTRIAS (Outra denominação Disartrofonia) | Alteração do controle muscular da fala (por efeito de comprometimento neurológico central ou periférico), que envolve perturbação da articulação, fonação, ressonância e prosódia da fala. | ORTIZ, K. Alterações de fala: Disartrias e Dispraxias. In: FERNANDES et al. Tratado de Fonoaudiologia, São Paulo:Roca, 2010, p.402-407 CARRARA-DE ANGELIS, E. Disartrofonias. In: Dedivitis & Brandão (org.). Metodos de Avaliação e Diagnóstico de Laringe e Voz. São Paulo, 1996 | R47.1 |
DISFLUÊNCIA DE RISCO | Disfluência infantil (entre 2 e 6 anos) caracterizada pela presença de disfluências gagas, recorrência familial e tempo maior que 8 semanas de persistência dos sintomas | F98.5 | |
GAGUEIRA | Interrupção na fluência verbal caracterizada por repetições ou prolongamentos, audíveis ou não, de sons e sílabas. Essas vacilações na fala não são prontamente controláveis e podem ser acompanhadas por outros movimentos e por emoções de natureza negativa, tais como medo, embaraço ou irritação. | F98.5 | |
TAQUIFEMIA | Distúrbio da fluência em que os segmentos da conversação do falante na sua língua nativa são percebidos como muito rápido, irregular, ou ambos. Os segmentos da fala rápida ou irregular devem, além disso, ser acompanhados por um ou mais dos seguintes sintomas: disfluências comuns excessivas (acima de 8-10%), omissão de sílabas e/ou pausas, estresse silábico ou ritmo de fala anormais. | F98.5 | |
DISFLUÊNCIA NEUROGÊNICA | Disfluência (geralmente repetições de sílabas) que ocorre após um dano cerebral bem definido, ocasionado por um derrame, uma hemorragia intracerebral ou um traumatismo craniano. | F98.5 | |
DISFLUENCIA PSICOGÊNICA | Apesar de muito parecido cm a gagueira, não é uma gagueira verdadeira: é um sintoma de conversão (histeria). Neste caso, a alteração na fluência da fala é a expressão de um conflito psicológico. O diagnóstico é psiquiátrico -transtorno de conversão | (CID-10: F44). | |
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E DIFICULDADE DE LEITURA E ESCRITA | Dificuldades relacionadas aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ambiente físico e social da escola, às questões individuais e heterogêneas dos sujeitos que aprendem | CID 10 - F.81.9 | |
DISLEXIA (TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM) | “transtorno da aprendizagem da leitura que ocorre apesar de inteligência normal, de ausência de problemas sensoriais ou neurológicos, de instrução escolar adequada, de oportunidades socioculturais suficientes, além disso, depende da existência da perturbação de aptidões cognitivas fundamentais, frequentemente de origem constitucional” (World Federation of Neurology, 1968 apud Capellini, 2004). “Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.” (Definição adotada pela IDA - International Dyslexia Association, em 2002. Essa também é a definição usada pelo National Institute of Child Health and Human Development - NICHD) | CAPELLINI, S. Distúrbios de aprendizagem versus dislexia. In: FERREIRA, Leslie Piccolotto; BEFI-LOPES, Debora M.; LIMONGI, S. C. O. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 2004. (p. 862-876) | CID 10- F 81.0 |
DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM | caracterizado pela presença de disfunção neurológica responsável pelo insucesso na leitura e no cálculo matemático (Capellini, 2004). O distúrbio de aprendizagem está presente academicamente nas áreas que envolvem decodificação ou identificação de palavras, compreensão de leitura, cálculos, expressões matemáticas, atividades de soletrar e/ou expressão escrita; frequentemente, a dificuldade de aprendizagem está associada também ao funcionamento atípico na área da linguagem/fala. A etiologia dos Distúrbios de Aprendizagem, diz respeito a um problema de origem neurológica que interfere com o processamento de informação (recepção, integração, memória e expressão de informação), caracterizando-se, em geral, por uma discrepância entre o potencial do aluno e a sua realização escolar. (Prado & cols, 2012) | PRADO, Daniela GA et al. Dislexia e distúrbio de aprendizagem: histórico familial. Distúrbios da Comunicação. ISSN 2176-2724, v. 24, n. 1, 2012. | |
DISLEXIA ADQUIRIDA | VER DEFINIÇÕES DE AFASIA | CID 10 – R 48.0 |
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