A Determinantes Sociais da Saúde
Por: Ricardo Souza • 31/8/2018 • Relatório de pesquisa • 613 Palavras (3 Páginas) • 414 Visualizações
Determinantes Sociais da Saúde (DSS)
É muito difícil, em um panorama abrangente, chegar a uma definição consensual de Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Decerto, muitas teorias são construídas objetivando um conceito equânime. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger professora de epidemiologia social do Departamento de Ciências Sociais e do Comportamento na Faculdade de Saúde Pública de Harvard, introduz um elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em informação. Tarlov(1996) propõe, finalmente, uma definição bastante sintética, ao entendê-los como as características sociais dentro das quais a vida transcorre.
Partindo do artigo 196 da Constituição brasileira de 1988, a saúde é direito de todos. Porém, a teoria difere da prática e percebemos um paradoxo, pois a saúde tem sido um objeto adquirido de forma mais eficaz por aqueles que têm uma condição financeira melhorada. As classes menos favorecidas entram em desvantagem por terem acesso somente ao sistema público pouco eficaz e não têm condições financeiras de arcar com plano de saúde privado. Logo, muitos esquecem que a Constituição, também prevê que o Estado garanta a equidade no sistema de saúde, embora seja reconhecida pela CNDSS.
Segundo o MEC 88% dos matriculados em universidades públicas de medicina estudaram em escolas particulares no ensino fundamental e médio, ou seja, a grande massa menos favorecida arca com grande parte dos custos das faculdades públicas para que os filhos da minoria elitizada possa ter um ensino gratuito. Esse índice piora quando falamos de jovem quem também são negros. Essa elitização gera uma a mecanização da medicina, que acaba formando um grande número de profissionais que encaram a profissão apenas como uma forma de acumular capital e acabam tratando os pacientes como um simples objeto para alcançar seus objetivos pessoais. Isto gera um efeito cascata onde a negligência, falta de comprometimento e empatia, geram diagnósticos parcialmente ou totalmente falhos, que por sua vez gera procedimentos e prognósticos errados e desnecessários, que pode causar sérios danos para a saúde do paciente e até mesmo levar ao óbito.
Referente ao tabu da morte, denota a falta de suporte das pessoas às vertentes da velhice, segundo Rolland Romain "todas as decepções são secundárias. O único mal irreparável é o desaparecimento físico de alguém que amamos". Ao ver a morte de familiares e saber que a sua morte está próxima, os seres humanos ficam acometidos por depressões e angústias, como também a sensação de saída para a morte que a saúde falsamente demonstra às pessoas. Desse modo, o aparecimento de doenças autoimunes aumentam, o doente adquire depressões severas e ampliam os quadros das doenças preexistentes.
Decerto, ter saúde engloba um conjunto de ações que possibilite almejar um equilíbrio corporal adequado. Segundo Naomar de Almeida filho, saúde tem um conceito amplo, filosófico, cientifico, político, prático e tecnológico; a saúde é integral e transcende o olhar da ciência. Saúde não é o oposto de doença. Pelo contrário, a doença faz parte da conceituação do que é saúde. Entretanto, cabe dizer, que o conceito de bem estar segundo a OMS, é uma utopia. Um estado de perfeição completa é impossível de ser alcançado por causa da própria conceituação de saúde, uma vez que a grande maioria de suas vertentes não estão no controle de um indivíduo ou sociedade.
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