Os Determinantes Sociais da Saúde e o Programa Saúde da Família no município de São Paulo

RESENHA CRÍTICA

TEMA: Curta metragem “Vida Maria”

DIREÇÃO: Márcio Ramos

REALIZAÇÃO: Governo do Estado do Ceará

ARTIGO: Determinantes Sociais da Saúde e o Programa Saúde da Família no município de São Paulo.

Rebeca Duarte de Almeida Reis – Acadêmica do curso de Medicina da UFS – Turma 104 B

Analisando em união o curta-metragem “Vida Maria” e o artigo “Determinantes Sociais da Saúde e o Programa Saúde da Família no município de São Paulo” publicado pela Revista Saúde Pública, é possível observar facilmente  diferentes cenários que expressam a importância dos DSS.

Em primeiro lugar, “Vida Maria” traz ao público uma realidade cearense exposta na vida de Maria José, que, inicialmente, é levada a largar os estudos para trabalhar e, depois, chega a envelhecer e repetir os costumes passados pela sua mãe. Sobrevivendo à seca do sertão, sem trabalho e sem perspectiva de vida através do estudo, a família apresentada é isenta de planejamento familiar.  Apesar de ser uma ficção e ser especificamente no Ceará, a vida de Maria José é real em muitas partes do sertão nordestino. Dessa maneira, é perceptível a importância do estudo dos Determinantes Sociais de Saúde para a melhoria de vida do cidadão brasileiro.

Em segundo lugar, podemos unir a realidade do sudeste, presente no artigo, com a realidade da animação, feita pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da experiência vivida por cada cidadão. Ao ler a publicação da Revista Saúde Pública, uma pesquisa de campo é observada, a qual foi feita com gerentes do Programa Saúde da Família (PSF). Estes, respondem aos questionários e entrevistas, os quais evidenciam a desconexão dos DSS com o PSF. Logo, concluímos que a conexão dos objetos de analise esta na ausência governamental em tais locais – Ceará e São Paulo. Isso porque as famílias estão sendo constantemente generalizadas, porém, realidades diferentes deveriam ser tratadas da forma que suprisse seus problemas, ou seja, utilizando-se do conceito de equidade para superar as iniqüidades.

Ademais, podemos observar, na vida sertaneja, além da grande ausência do Ministério de Saúde, a essência do Grupo Negativista estudado pelo artigo. Tal grupo é representado pelas unidades de saúde que não trabalham nem com DSS caracterizados como Amplos (renda, habitação, segurança, transporte...) e nem com os DSS ditos Clássicos (saneamento, lazer, educação, alimentação...). Com isso, a vida de Maira José, representante de inúmeros cidadãos que vivem no sertão, é extremamente precária, já que sofre com a invisibilidade social. Tal invisibilidade também esta presente no sudeste, pois, segundo o artigo, cerca de 46% de todas as unidades do PSF visitadas pelos pesquisadores, fazem parte do Grupo Negativista.

De um lado, temos um estado com um dos maiores PIB’s do Brasil. Do outro lado, um estado da região mais afetada pelos problemas sociais do país. Mesmo sendo duas faces, o rosto é o mesmo: um sistema de saúde decadente e frágil incapaz de tornar possível uma prática de trabalho integral e intersetorial e sustentável. Nesse contexto, é imprescindível que estudantes da área de saúde conheçam a situação de Maria José e entendam a importância dos DSS, visto que, com a ausência desse aspecto nas Unidades de Saúde, moradores do sudeste e nordeste serão tratados da mesma forma, mesmo que se apresentem em contextos diferentes.