O ARTIGO PROTOCOLO BIRADS
Por: Mateus Gomes • 27/10/2021 • Trabalho acadêmico • 1.584 Palavras (7 Páginas) • 191 Visualizações
Protocolo BI-RADS como um facilitador do diagnóstico do câncer de mama
Mateus Gomes Silva1
Gabriel Ribeiro1
Pollyana Oliveira França1
Orientador: Adirson Monteiro de Castro2
1 Discentes do curso de Medicina, Faculdade Faminas, Belo Horizonte, MG
2 Docente do curso de Medicina, Faculdade Faminas, Belo Horizonte, MG
RESUMO
O câncer de mama é uma das doenças mais recorrentes na população feminina, e é considerado a segunda neoplasia mais frequente em âmbito mundial, apesar do fácil diagnóstico, tratamento e prognóstico, ainda existe uma elevada taxa de mortalidade no Brasil. O exame de imagem mais utilizado para diagnóstico é a mamografia, usado de forma padronizada nos programas de rastreamento do câncer de mama em mulheres na faixa etária de 40 a 50 anos, e no Brasil, buscando uniformizar os laudos das mamografias, foi adotado o protocolo BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System) desenvolvido pelo Colégio Americano de Radiologia, sendo um modelo útil como prognóstico de malignidade, bem como permitir acessar o valor preditivo positivo dos achados mamográficos. No protocolo BI-RADS, as mamografias podem ser classificadas em: categoria 0 (exame com achados inconclusivos), sendo que nessa categoria devem ser feitos mais exames em diferentes incidências, categoria 1 (normal), categoria 2 (achados benignos), categoria 3 (achados provavelmente benignos), categoria 4 (achados suspeitos para malignidade), sendo subdividida em 4A (com baixa suspeita), 4B (suspeita intermediária) e 4C (suspeita moderada), categoria 5 (achados altamente suspeitos para malignidade) e categoria 6 (neoplasia maligna). Nesse sentido, podemos concluir que a utilização do protocolo BI-RADS se torna um facilitador na hora da comunicação multiprofissional, além de melhorar a interpretação e descrição dos laudos mamográficos, e apresenta-se como um mecanismo de grande importância para um diagnóstico eficiente e rápido do câncer de mama.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas têm ocorrido em todo o mundo, significativo aumento da incidência do câncer de mama e consequentemente da mortalidade associada à neoplasia, sendo o câncer de mama a segunda neoplasia mais comum no mundo, dessa forma, sendo um grande problema para saúde pública.
O câncer de mama pode ser definido como a proliferação maligna das células epiteliais que margeiam os ductos ou os lóbulos, decorrente de alterações genéticas, sejam elas hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos. Tais alterações genéticas podem provocar mudanças no crescimento celular ou na morte celular programada, assim levando ao surgimento do tumor.
A mamografia de rastreamento tem sido considerada o teste mais sensível para a detecção precoce do câncer de mama não palpável, junto a ela está a ultrassonografia, podendo ser usada como exame complementar a mamografia. Sendo o BI-RADS de suma importância tanto na mamografia quanto na ultrassonografia, pois tem como finalidade padronizar a linguagem dos relatórios de acordo com os achados radiológicos, e assim orientar a tomada de decisão.
EPIDEMIOLOGIA
O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. Segundo estimativas do instituto nacional de câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo mais frequente na população feminina no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
É a principal cause de morte por câncer em mulheres e representa, globalmente, cerca de 23% do total de casos de câncer, sendo assim considerado um grave problema de saúde pública. No Brasil, segundo o instituto nacional de câncer (INCA), a taxa de incidência em 2019 foi aproximadamente de 51 casos por 100 mil mulheres. Embora a doença acometa principalmente o sexo feminino, os homens não estão insetos do risco.
Apesar da incidência do câncer de mama estar continuamente aumentando nas últimas décadas, houve uma diminuição importante na taxa de mortalidade. Sendo esse declino justificado principalmente pelo impacto da mamografia no rastreamento da doença, permitindo assim, um diagnóstico cada vez mais precoce.
DIAGNÓSTICO
A mamografia corresponde ao principal método para identificação precoce de anormalidades na mama. Sendo o exame de imagem utilizado para o rastreamento, pois é o único capaz de reduzir a mortalidade associada ao câncer de mama. Portanto, é considerado um importante regulador do prognóstico da doença.
Esse exame consiste na exposição das mamas ao raio x. Podendo ser realizado em duas incidências, sendo elas a craniocaudal e mediolateral obliqua. Na incidência craniocaudal, os raios x partem de cima da mama, enquanto que na mediolateral obliqua a mama é fotografada de lado, permitindo assim uma visualização maior. Para interpretação do exame, deve-se analisar as duas incidências padrões de cada mama.
[pic 1][pic 2]
Os possíveis achados anormais da mamografia são inclusos pela calcificação, que são depósitos de cálcio na mama, que aparecem no raio x como lesões hiperdensas; nódulos, que são lesões hiperdensas, que se destacam no tecido adiposo e/ou tecido fibroglandular; assimetrias, as quais correspondem a uma distribuição irregular do tecido fibroglandular em determinada área da mama.
É com base nessas lesões, pode-se utilizar o BI-RADS para classificar a mamografia. Tendo como finalidade padronizar a linguagem dos relatórios de acordo com os achados radiológicos, e poder orientar a tomada de decisão.
Categorias de avaliação do BI-RADS:
•BI-RADS 0 (inconclusivo): nesses casos é necessária uma avaliação adicional, pois o resultado a mamografia não se apresenta o suficiente para chegar a uma conclusão. Sendo que isso pode ocorre quando a mama não é posicionada de forma adequada ou houve movimentação durante o exame.
•BI-RADAS 1 (negativo): o exame não evidenciou nenhuma anormalidade, assim sendo considerado negativo. Nesses casos a paciente deve apenas continuar com os rastreamentos de rotina.
•BI-RADS 2 (benigno): o exame identificou lesões benignas, sem que haja qualquer sinal de malignidade. Nesses casos a paciente deve continuar com o rastreamento de rotina, sem necessidade de avaliação adicionais.
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