Prevalência dos Sinais e Sintomas da Depressão e Ansiedade Entre Acadêmicos de uma Instituição de Ensino Superior no Município de Montes Claros-MG
Por: MedPri • 5/11/2019 • Projeto de pesquisa • 2.060 Palavras (9 Páginas) • 275 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O ambiente acadêmico vem sendo apontado, em alguns estudos, como um importante fator desencadeante de transtornos psiquiátricos em estudantes durante a graduação (BERNARDO., 2010). Embora no Brasil haja poucos estudos epidemiológicos sobre a morbidade psiquiátrica, sabe-se que muitos universitários desenvolvem transtornos mentais durante a vida acadêmica correspondendo a um número estimado de 15 a 25% dos estudantes. Nesse grupo, dentre os transtornos psiquiátricos mais comuns, temos o transtorno de ansiedade e de depressão. Os fatores inerentes a essa época como a carga horária de estudo e práticas, pressão familiar e da instituição contribuem para seu surgimento. Em cada época do curso, há preocupações que podem desencadear esses transtornos. No início do curso há uma mudança brusca na rotina deste estudante e no final do curso a preocupação com o mercado de trabalho e as novas responsabilidades são elementos relevantes. (VICTORIA et al., 2013).
O processo de adaptação ao ensino superior exige, por parte de alguns estudantes, estratégias que ajudem a diminuir o sofrimento causado pelas alterações físicas, psicológicas que acompanham a graduação. Comportamentos pouco saudáveis ou de risco são, geralmente, a parte visível do conjunto de vivências, experiências, expectativas e desencantos que alguns estudantes apresentam ao longo do seu percurso acadêmica, repercutindo na sua vida profissional e social (PORTA-NOVA, 2010).
A depressão e os transtornos de ansiedade estão entre as doenças mentais crônicas mais pre¬valentes em todo o mundo. Segundo dados da revista BMC MEDICINE, pesquisa realizada por Bronet et al. (2011), em 2010, o Brasil apresentou a maior taxa de prevalência de depressão dentre 18 países de alta e média renda.
A ansiedade é conceituada como sendo um sentimento desagradável de apreensão, associado a manifestações somáticas, comportamentais e cognitivas. O estado de ansiedade, até certo ponto, é útil à sobrevivência do indivíduo, pois faz com que o mesmo fique atento a um perigo iminente e tome atitudes de autoproteção. Os transtornos de ansiedade são entendidos quando estas manifestações se apresentam de maneira mais acentuada, duradoura ou em desproporção a certas situações, levando o indivíduo a prejuízos em diversas áreas da vida. (RAMOS, 2009).
Atualmente, o termo depressão é utilizado para designar tanto um sentimento afetivo comum (tristeza), quanto um componente de uma síndrome ou doença. A depressão como síndrome, de particular interesse neste estudo, é caracterizada como um humor depressivo ou a perda de interesse ou prazer que predomina por, no mínimo, duas semanas e provoca sofrimento, limitação social e/ou ocupacional, associado a quatro dos sintomas dos seguintes sintomas como: anedonia, mudanças no apetite, sono ou atividade corporal, perda de energia, sentimentos de inutilidade, indecisão e ideação suicida. (FUREGATO, 2008)
A depressão afeta uma em cada cinco pessoas em algum momento da vida e há previsão de que no ano de 2020 se torne a segunda doença em maior prevalência, perdendo apenas para as doenças cardíacas (OSM, 2012). A sua prevalência na população geral é em torno de 7%, enquanto que a de sintomas depressivos gira em torno de 12,6% ao longo da vida (DMS – 5, 2013)(CID-10, 1997).
Esses fatores, associados à insegurança sobre a capacidade de desempenho, desencadeia estresse psíquico; este se manifesta no corpo (distúrbios psicossomáticos), demonstrando assim a dificuldade dos acadêmicos em lidar com as emoções em uma situação conflitante e que, por fim, são expressadas através da ansiedade e da depressão (ZAMPIERI, 2013).
Vindel e colaboradores (2012), por exemplo, demonstram em seu trabalho de revisão de literatura que a depressão se mostra como um transtorno que causa importantes danos na qualidade de vida física e psicológica do sujeito. Apontam que a depressão necessita ser corretamente diagnosticada e tratada, não apenas para redução dos custos, mas também para poder propiciar uma melhor qualidade de vida ao sujeito.
Assim, torna-se importante observar alguns dados provenientes de outras pesquisas a respeito da relação entre os construtos avaliados, uma vez que apesar de ser um tema escasso na literatura, se mostra como um dado necessário para facilitar desenvolvimento de instrumentos de prevenção psicológica e tratamentos de promoção. O objetivo do presente estudo é rastrear a prevalência dos sintomas depressivos entre os universitários de diversas áreas, períodos e associar com aspectos sociodemográficos psicossocias na região norte de Montes Claros, MG.
2 JUSTIFICATIVA
Na literatura, o meio acadêmico vem sendo frequentemente citado como o importante fator social que contribui com o aparecimento e progressão de sintomas depressivos e ansiosos em estudantes universitários, variando seu nível de gravidade conforme nível de escolaridade e área de conhecimento.
Devido o crescente aumento dos quadros de transtorno de ansiedade e depressão de acordo com o CID-10 e DSM-5, torna-se necessário identificar sintomas destes transtornos entre universitários, bem como os fatores associados que interferem no bem-estar físico, emocional e social, fazendo com que pessoas com tais alterações do comportamento tenham sua capacidade de produção e desenvolvimento acadêmico debilitado.
A fim de gerar dados consistentes para estimulação de politicas sociais especificas de prevenção, promoção e manutenção da saúde dos universitários, este trabalho se propõe a avaliar a prevalência dos transtornos de ansiedade e depressão em uma faculdade privada do Norte de Minas Gerais entre os anos 2015 e 2016.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar a presença de sinais de ansiedade e depressão entre os acadêmicos de uma Instituição de Ensino superior no município de Montes Claros-MG entre os anos de 2015 e 2016.
3.2 Objetivos específicos
• Comparar os resultados obtidos na pesquisa entre as áreas acadêmicas.
• Associar os achados com os fatores de riscos descritos na literatura.
• Analisar a prevalência desses sintomas na evolução do curso.
• Relacionar os resultados obtidos com os encontrados na literatura.
4 METODOLOGIA
Tipo
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