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Artigo saúde coletiva

Por:   •  1/6/2016  •  Artigo  •  1.417 Palavras (6 Páginas)  •  493 Visualizações

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A RELAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO COM O ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS NA UBS SERRARIA – SC

CRISTIANA F. SILVEIRA¹

GABRIELA M. BEZERRA¹

LARISSA P. MARTINS¹

JAQUELINE MINATTI²

Resumo

Existem diversos artigos relacionando a proteção do aleitamento materno no estado nutricional de crianças. No presente estudo objetivou-se analisar o estado nutricional das crianças que frequentam a Unidade Básica de Saúde Serraria e por meio de um questionário verificar o tempo do aleitamento materno exclusivo e aleitamento materno, e analisando as duas informações para saber se houve uma influência do aleitamento no estado nutricional dessas crianças.

Palavras-chaves: aleitamento materno, estado nutricional, crianças.

Introdução  

O aleitamento materno é considerado um dos pilares fundamentais para a promoção e proteção da saúde das crianças em todo o mundo. (American Academy of Pediatrics, 1997, apud KUMMER, 2000). A Organização Mundial da Saúde define aleitamento materno exclusivo como a oferta apenas de leite materno, excluindo outros líquidos ou alimentos, sendo recomendado até os 6 meses de idade. Além do cuidado com o aleitamento materno exclusivo, recomenda-se a manutenção da amamentação até os 24 meses, porém associada à introdução de alimentos complementares (WHO, 1989). 

O leite materno é o alimento perfeito para o recém-nascido, pois é composto por proteínas, gorduras e carboidratos, nutrientes essenciais para se obter um desenvolvimento e crescimento saudável, além de fornecer proteção contra doenças como a desnutrição e a obesidade (COSTA, 2013).  

A obesidade é considerada uma doença crônico degenerativa, multifatorial, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo. Apresenta prevalência crescente nas diversas faixas etárias, sendo considerada como um dos maiores problemas de saúde pública (OMS, 2013). Os casos de excesso de peso estão aumentando em todo o mundo, no Brasil, de acordo com Kaufman (1999), existem cerca de três milhões de crianças com idade inferior a dez anos apresentando tal problema (CORSO, 2003). A obesidade infantil é considerada uma doença crônica que pode se perpetuar durante toda a vida. (ARAÚJO, 2006). 

O conhecimento de que o aleitamento tem efeito protetor contra obesidade não é atual. Porém tem estudos que mostram controvérsias nesses resultados, entretanto por conta do grande crescimento de crianças obesas esse tema se mantém atual. No Brasil, ainda não se encontram muitos estudos referentes à relação entre aleitamento materno, sobrepeso e obesidade infantil (SIMON, 2009). 

Na pesquisa de Simon (2009), realizada em São Paulo com crianças de dois a seis anos, foi verificado que o aleitamento materno exclusivo por seis meses ou mais e que o aleitamento materno prolongado por mais de 24 meses de vida são fatores de proteção contra sobrepeso e obesidade. 

No estudo realizado em Fortaleza por Araújo (2006), das 90 crianças analisadas com idade entre dois e cinco anos, 60% apresentaram sobrepeso ou obesidade. Nestas, o aleitamento materno foi ineficaz, segundo a recomendação da OMS que estabelece um período de amamentação de 6 meses, concluindo-se que o aleitamento materno teve uma ação importante na prevenção da obesidade infantil. Porém, a obesidade infantil não é o único problema encontrado quando se analisa o estado nutricional de crianças menores de 5 anos, a desnutrição também é um fator de risco nutricional que pode estar relacionado com o aleitamento materno.

         A desnutrição infantil é uma doença complexa com diversas origens, e tem suas raízes na pobreza. A doença ocorre quando o organismo não recebe os nutrientes necessários para o seu metabolismo fisiológico, devido a falta de aporte ou problema na utilização do que lhe é ofertado. Portanto pode-se afirmar que na maioria dos casos, a desnutrição é o resultado de uma ingesta insuficiente, ou fome, e de doenças (MONTE, 2000). 

Após o nascimento, a falta de aleitamento materno ou o retardo na introdução de alimentos complementares adequados e falta de conhecimentos sobre a saúde e nutrição da criança contribui para a desnutrição. E normalmente utilizam-se fórmulas hiperdiluídas, preparadas em condições não higiênicas, e muitas vezes estocadas por longo período à temperatura ambiente (MONTE, 2000). No estudo de Percegoni (2002), também reforça que o desmame antes dos seis meses, especialmente em populações de baixa condição socioeconômica, aumenta o risco da criança ter desnutrição e infecção, prejudicando seu crescimento e desenvolvimento. 

Apesar das evidências citadas a cima, um estudo realizado no município de Cascavel/PR, mostrou que não houve associação entre o aleitamento materno e a desnutrição. Os resultados encontrados mostraram que do total de 814 crianças, 60 delas eram desnutridas, e destas 88,2% receberam leite materno, não indicando associação direta entre aleitamento materno e estado nutricional atual das crianças avaliadas, bem como o tempo de amamentação e o estado nutricional. (BUSSATO, 2006)

Refletindo sobre os possíveis desequilíbrios no estado nutricional de crianças menores, observou-se a necessidade de realizar uma avaliação do estado nutricional das crianças da UBS Serraria e verificar a relação com o aleitamento materno, sendo assim, o objetivo do presente estudo é verificar o efeito protetor do aleitamento materno no estado nutricional das crianças. 

Metodologia

O presente estudo é de caráter transversal e descritivo que consiste em analisar o estado nutricional das crianças de 1 a 5 anos de idades cadastradas na Unidade Básica de Saúde Serraria do município de São José/SC, realizado em 2015. Foi realizado entre os meses de setembro a dezembro de 2015, com participantes que concordaram em participar do mesmo através de autorização verbal do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Elaborou-se um questionário adaptado (Apêndice 1) a partir do estudo de Simon (2009), do qual foram coletadas informações por meio de contato telefônico com a mãe ou responsável. As questões abordavam o tempo do aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo, para posteriormente relacionar com o estado nutricional. Os dados de peso e estatura foram coletados a partir dos prontuários médicos, e analisados através da curva de Peso por Estatura da OMS, para assim verificar o estado nutricional dessas crianças.

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