Doenças viscerais
Por: Josiane Goes • 27/4/2016 • Trabalho acadêmico • 2.228 Palavras (9 Páginas) • 329 Visualizações
1-Introdução
Doenças viscerais são aquelas que acometem órgãos contidos em cavidades do corpo humano, assim como pulmões, fígado, coração ou pâncreas (Murray, 2006).
As doenças infecciosas são causadas por organismos que pertencem a um amplo grupo, taxonômicos-vírus, bactérias, protozoários, helmintos e artrópodes. As bactérias são seres procariotos, seu DNA não possui introns e nem núcleo distinto. Sua organização apresenta diferenças daquela dos eucariotos. Na biologia, em relação hospedeiro-parasita destes patógenos, as paredes celulares bacterianas teêm um papel importante. A genética molecular das bactérias é conhecida, principalmente no que se refere aos genes que determinam a virulência e a resistência aos antibióticos. Quando o hospedeiro encontra-se com sua imunidade comprometida, alguns desses organismos podem ser patogênicos, pois o organismo é submetido a traumas ou a microbiota é reduzida pelo antibioticoterapia (ROITT, 1999).
Quando um patógeno se aloja na superfície ou no interior do corpo de uma pessoa, estabelecendo residência, a pessoa esta infectada. Este patógeno pode ou não causar doenças. Em outras palavras, um indivíduo pode ser infectado por determinado patógeno, mas não desenvolver a doença infecciosa por ele causada (ENGELKIRK, 2014).
De maneira geral, o estado nutricional e a saúde do individuo influenciam as consequências do encontro patógeno-hospedeiro. A pessoa que tem uma boa saúde, bem nutrida estaria menos suscetível a se tornar infectada do que a pessoa mal nutrida ou com saúde debilitada (ENGELKIRK, 2014).
2-Doenças Bacterianas
Existem muito poucas bactérias que causam doenças comparando ao grande número de vidas livres existentes (ROITT, 1999).
Existem várias maneiras de classificar as bactérias, por sua morfologia, capacidade de reter certos corantes, crescimento em várias condições físicas, capacidade de metabolizar diversos substratos e sensibilidade a antibióticos (Andreoli, 2002).
As bactérias podem se classificar em gram-positivas e gram-negativas, conforme as características da parede celular (ROITT, 1999).
As bactérias obtêm seus nutrientes primeiramente pela ingestão de pequenas moléculas através da parede celular. Elas absorvem pequenas moléculas como aminoácidos, oligossacarídeos e peptídeos através da membrana celular (ROITT, 1999).
As bactérias podem causar doenças por fatores de virulência tais como:
- Fatores de aderência e colonização;
- Fatores que impedem a ativação do complemento;
-Fatores que deixam o escape da fagocitose pelos leucócitos;
-Fatores que não deixam a destruição no interior dos fagócitos acontecerem;
-Fatores que causam imunossupressão;
-Endotoxina;
-Produção de exotoxinas;
-Produção de enzimas destrutivas e enzimas necróticas (ENGELKIRK, 2014).
2.1- Pneumonia Lobar
A pneumonia lobar é uma infecção bacteriana aguda de uma grande parte ou totalidade de um lobo. Uma consolidação fibrinossupurativa disseminada de grandes áreas (REY, 2008).
O fator etiológico da pneumonia lobar, 90 a 95% são causados por pneumococos ( Streptococcus pneumoniae). Os tipos mais comuns são o 1, 3, 7 e 2. O tipo 3 causa uma virulenta de pneumonia lobar (REY, 2008).
Essa pneumonia é atualmente raro devido á afetividade com os antibióticos abortam essas infecções e evitam o desenvolvimento de consolidação lobar completa. A distribuição lobar parece ser apenas uma função da virulência do organismo e da vulnerabilidade do hospedeiro. A encapsulação mucoide copiosa produzida pelos pneumococos protege os organismos contra fagocitose imediata, que favorece sua disseminação (REY, 2008).
Temos quatro classificações dos estágios de resposta inflamatórias: congestão, hepatização vermelha, hepatização cinzenta e resolução (REY, 2008).
No primeiro estágio de Congestão, o pulmão demostra-se pesado, vermelho e úmido. Caracteriza por presenças numerosas de bactérias, ingurgitamento vascular, presença intra-alveolar com poucos neutrófilos. O estágio de Hepatização Vermelha caracteriza-se por preenchimento dos espaços alveolares com fibrinas, exsudação confluente maciça com hemácias e neutrófilos. O estágio Hepatização Cinzenta consiste na desintegração progressiva das hemácias e resistência de exsudato fibrinossupurativo. O estagio final de Resolução, o exsudato sofre digestão enzimática progressiva, produzindo restos de granulares semilíquido que serão ingeridos, por macrófagos ou tecidos eliminados pela tosse.
As complicações da pneumonia incluem destruição e necrose tecidual, disseminação da infecção para a cavidade pleural, conhecida com empiema, disseminação bacteriana para as válvulas cardíacas, pericárdio, cérebro, rins, endocardite, meningite ou artrite supurativa.
Os principais sintomas são mal-estar, febre e tosse produtiva.
2.2- Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, a probabilidade de uma infecção tuberculosa evoluir para doença é diretamente proporcional ao número de bacilos infectantes, é provavelmente a doença infectocontagiosa que mais ocasiona mortes no Brasil. É transmitido nas gotículas eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse. A primo-infecção ocorre quando a pessoa entra em contato com o bacilo pela primeira vez , para que ocorra, é necessário que ele chegue aos alvéolos. Se não alcançar os pulmões, nada acontece. A partir dos alvéolos, porém, pode invadir a corrente linfática e alcançar os gânglios (linfonodos), órgãos de defesa do organismo. A proximidade com pessoas infectadas, assim como os ambientes fechados e pouco ventilados favorecem o contágio. Na verdade, as pessoas se comportam como reservatórios do bacilo, ou seja, convivem com ele porque não conseguem eliminá-lo ou destruí-lo e, uma vez reativado o foco, passarão a ser infectantes (Schaechter, 2002).
A doença evolui quando a pessoa não consegue bloquear o bacilo que se divide, rompe a célula em que está fagocitado e provoca uma reação inflamatória muito intensa em vários tecidos a sua volta. O pulmão reage a essa inflamação produzindo muco e surge tosse produtiva. Como o bacilo destrói a estrutura alveolar, formam-se cavernas no tecido pulmonar e vasos sanguíneos podem romper-se. Por isso, na tuberculose pulmonar, é frequente a presença de tosse com eliminação de catarro, muco e sangue. Além dos pulmões, a doença pode acometer órgãos como rins, ossos, meninges, etc (Cotran, 1996).
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