Quando voces vão ler isso e descobrir a verdade
Por: Marcel Rogazzo • 15/2/2016 • Artigo • 644 Palavras (3 Páginas) • 397 Visualizações
. Desencantamento do Mundo e encantamento do Oriente
A capacidade de maravilhar-se, de comungar do encantamento do Mundo
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na sua realidade transtemporal e multi-cultural, é ainda possível, e um dos poucosoásis na mesmidade cendrada do quotidiano padronizado – mesmo o dos indi-víduos e das instituições que deveriam preservar a chama do Saber, do Belo e do Justo, e em vez disso a
pro-fanam
.Formado, na melhor das hipóteses, na admiração do legado romanístico
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,quanto muito greco-romano, e do direito natural como única ponte para atranscendência da justiça, o jurista comum
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a quem não foi ainda embotada acapacidade de espanto, própria da Filosofia (e da História, uma filosofia a partir
pouco desse facto. E como exercício meramente escolar, e de caloiro, há-de o Mestre interpretar estaslaudas: tal como um exame escrito de um aluno normal, são elas torrencialmente atiradas para o papel,
currente calamo.
E isto porque, tal como a hora do fim dos actos soa célere, lestos também correm osprazos para os volumes de homenagem. Mas são-no, no nosso presente caso, sobretudo com muito escassoestudo e meditação, e esse enorme atrevimento da ignorância. A qual só tem como atenuante o ir-seconhecendo e reconhecendo, e assim confessando.
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Pode falar-se, efectivamente, de um desencantamento do mundo. Cf., em geral, GAUCHET,
Marcel – Le désenchantement du monde,
Paris, Gallimard, 1985. Noutro sentido, mas ainda assim comaportações úteis para o problema, BETTELHEIM, Bruno –
The uses of enchantment
, trad. port. de CarlosHumberto da Silva,
Psicanálise dos Contos de Fadas
, 4.ª ed., Venda Nova, Bertrand, 1992. Desmitizaçãoe exílio das narrativas tradicionais como as lendas e os contos hoje ditos para crianças (que nem sempre oforam) são disso sinais. Já apreendidos por exemplo no esboroar de “Fantasia” no filme
The NeverEnding Story
(1984) USA / Alemanha, guião de Wolfgang Petersen, Herman Weigal. Direcção de Wolfgang Petersen,baseado na obra de ENDE, Michael—
Die Unendliche Geschichte
, 1979.
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Cf.,
v.g
., CRUZ, Sebastião —
Actualidade e Utilidade dos Estudos
Romanísticos
, 4.ª ed., Coimbra,ed. Autor, 1986.E talvez não tão comum assim, visto que o direito natural não é para todos. Por vezes, vale até
OB
O
SIGNO
DE
AET
:
CONSIDERAÇÕES
SOBRE
O
DIREITO
NO
ANTIGO
GIPTO
de exemplos: ‘
ιστορια ϕιλοσοϕια εστιν εκ
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αραδειγ
µ
ατον
5
), acaba por semaravilhar no contacto com a realidade filosófico-normativa (ou afim) da His-tória do Oriente
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. Quer do Extremo Oriente, com o encanto mágico das suasquase esotéricas perspectivas (aos nossos olhos ocidentais, tão embotados de umracionalismo simplificador), quer do Próximo Oriente,
...