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Resumo do Livro

Por:   •  6/11/2015  •  Resenha  •  9.611 Palavras (39 Páginas)  •  724 Visualizações

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RESUMO E CRITICA DO LIVRO HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

CLAUDIO BERTOLLI FILHO

CAPITULO I – DA COLONIZAÇÃO À REPÚBLICA: A RAIZ HISTÓRICA DA DOENÇA

As primeiras referências sobre as terras e os indígenas descobertos em 1500 por Pedro Álvares Cabral, davam a ideia de um paraíso. Segundo as descrições, os índios que ocupavam a região litorânea do Brasil eram robustos e ágeis, desconhecendo as mortais enfermidades que naquele período ceifavam milhares de vidas em todo o continente europeu.

O DILEMA SANITARISTA NO PERÍODO COLONIAL

A forte tendência idealizadora que marcou a composição das imagens do Brasil durou pouco. O "paraíso" tropical anunciado pelos marinheiros quando retomavam para seus portos de origem foi substituído pela versão oposta. Já no século XVII a colônia portuguesa era identificada com o "inferno", onde os colonizadores brancos e os escravos africanos tinham poucas chances de sobrevivência. Os conflitos com os indígenas, as dificuldades na região e sobretudo as e enfermidades eram os obstáculos para o estabelecimento dos colonizadores.

FÍSICOS E CIRURGIÕES

A guerra, o isolamento e a doença colocavam em perigo o projeto europeu de colonização e exploração das terras brasileiras. Diante do dilema sanitário, o Conselho Ultramarino português criou ainda no século XVI os cargos de físico – mor e cirurgião – mor foram incumbidos de zelar pela saúde da população, funções, no entanto, permaneceram por longo período sem ocupantes. Eram raros os médicos que aceitavam transferir-se para cá, desestimulados pelo baixos salários e amedrontados com os perigos que enfrentariam.

Os poucos médicos e cirurgiões que se instalaram aqui no brasil tinham dificuldade para exercer a profissão. Além da pobreza maior parte dos habitantes não possuíam condições de pagar consulta médica, bem como também possuíam medo de submeter-se a tratamentos. Tratamento este que era baseado em purgantes e sangrias, no qual acabava por enfraquecer os paciente, levando a morte aqueles mais enfermos. A população colonial, preferia sempre utilizar os remédios recomendados pelos curandeiros negros ou indígenas.

No ano de 1746, dos atuais estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, tinham apenas seis médicos graduados pelas universidades europeias.  Para o Capitão – General Luís de Mascarenhas, que reconhecia que os médicos europeus eram conhecidos como “caros e raros”, enquanto os boticários (espécies de farmacêuticos), negavam-se a socorrer os enfermos sem dinheiro. O capitão-general acreditava na eficiência dos remédios populares, com isso ele próprio recorria aos “curadores” e também aos padres para da companhia de jesus para tratar da saúde.

VARÍOLA

A ausência de Serviço de saúde fazia com que a orientação dos médicos se fosse aceita em épocas de epidemia, exemplo em surtos de varíola. Chamada de mal das bexigas, conhecida pelos povos do Oriente e da África. Veio para o continente americano com a vinda dos escravos africanos, tornando-se a principal causa de mortalidade que assolava as cidades e vilas brasileiras. A doença se disseminava, provocando a morte de vários índios e escravos que trabalhavam nos engenhos de açúcar e na extração de ouro.

Os médicos e os curandeiros pouco podiam fazer, já que quase nada se conhecia sobre a varíola, assim como sobre as demais doenças infectocontagiosas. A única opção plausível era determinar o afastamento dos enfermos do ambiente ocupado pelos sadios, assim os bexiguentos iam a óbito nas matas próximas aos povoados.

O isolamento era a prática aceitas por todos, o mesmo não acontecia quando os médicos tentavam prevenir a varíola fazendo uma pequena fissura no braço dos enfermos colocando um pouco de pus extraído das feridas de um doente. Geralmente as pessoas fugiam aterrorizadas das fazendas e povoados vindo a se esconder em matas próximas, até que os m médicos se retirassem ou do lugar.

O IMPÉRIO ENFERMO

        Com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808, fez mudanças na administração pública colonial, até mesmo na área da saúde. Com sede provisória na cidade do Rio de janeiro que era o principal porto do país, a cidade tornou-se o centro das ações sanitárias. Dom João VI buscou oferecer um conceito de uma nova região que os europeus definiam como território da barbárie e da escravidão.

ESCOLAS DE MEDICINA

Para ter um atendimento mais constante e organizado, era necessário criar em passo acelerado centros de formações de médicos. Desta forma, foram fundadas as academias de médico-cirúrgicas do Rio de Janeiro (1813) e da Bahia (1815), vindo posteriormente transformadas nas duas primeiras escolas de medicina do pais.

No ano de 1829, por ordem de dom Pedro I, atendendo a um pedido dos membros da elite nacional, foi criada a Imperial Academia de Medicina, na qual congregou os fundamentais clínicos que atuavam lá, funcionando como órgão consultivo ligados a saúde pública Nacional.  Na mesma época criou-se também a Junta de Higiene Pública, no qual não era eficaz, mesmo após ser reformulada, não alcançou seu principal objetivo.

MÉDICOS E MIASMAS

Os médicos do Império, que atuavam na Corte, não sabiam os procedimentos a serem aplicados para evitar as doenças infecciosas que atingiam os habitantes, ou então alastradas por aqueles que viajavam por todo o país. Levantadas várias hipóteses em debates médicos, porem nem sempre verdadeiras, uma delas as de que os navios que vinham do estrangeiro, eram os principais causadores das epidemias cariocas. Em 1828 criou-se a Inspetoria de Saúde dos Portos, com isso todas as embarcações suspeitas de transportarem passageiros com enfermidades eram submetidos a quarentena.

A Junta de Higiene Pública voltou os olhos para a população da Corte, exigindo que se vacinassem contra a varíola. No início do século XIX, a cidade já contava com uma vacina para conter o avanço das bexigas. Criada em 1796 pelo médico inglês Edward Jenner, era produzida através do pus retirado de bovinos infectados pelo vírus da varíola.

Alguns médicos concluíram que tais enfermidades cariocas eram causadas por espíritos ou então ar corrompidos, que vinham do mar e pairavam sobre a cidade. Então estes médicos convocavam a milícia a disparar periodicamente tiros de canhão, com isso acreditavam que iriam movimentar o ar e afastar os perigosos espíritos estacionados sobre a cidade.

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