Tratamento Endodôntico Radical dos Dentes Decíduos
Por: gabrielestrela98 • 13/3/2021 • Seminário • 2.459 Palavras (10 Páginas) • 651 Visualizações
Tratamento endodôntico radical dos dentes decíduos
Durante muito tempo houveram argumentações para não instrumentação dos dentes decíduos, pela morfologia complexa dos canais radiculares e impossibilidade de limpá-lo e descontaminá-lo por completo(uma das justificativas), outros justificavam por acharem inviável instrumentar um dente com rizólise, outros justificavam a presença do germe do dente sucessor, e possível trauma no germe quando instrumentasse o decíduo, e presença de foramíneas no assoalho de molares decíduo principalmente.
É muito rica a complexidade dos sistemas de canais nos decíduos assim como nos permanentes. Então conseguimos descontaminar a dentina assim como no permanente.
Como descontaminar todo o sistema de canais superando todas as dificuldades supracitadas?
Através da limpeza do canal( inundação com soluções desinfectantes ou antissépticas).
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O uso dos localizadores foraminais dão uma segurança para localizar-nos em que área estamos para fazermos a odontometria. Em caninos decíduos muitas vezes na vestibular vemos o dente íntegro e com áreas de reabsorção na palatina, se usarmos lima corre o risco da mesma cair no periodonto e lesar o germe do permanente. Nos molares temos as áreas de reabsorção não nas superfícies linguais, e sim nas superfícies internas das raízes (interradicular). A dificuldade da rizólise pode ser contornada através da odontometria, usando recursos de tomografia computadorizada e uso de localizadores foraminais.
A presença do germe, como foi dito pode interferir no tratamento, porque a reabsorção pode interfere na instrumentação quando há presença do germe. Então é imprescindível avaliar o bisel da rizólise para realização da instrumentação.
Na área do bisel da rizólise faz-se a odontometria acima dessa área e recua-se como medida de proteção.
A presença das foramíneas: Os dentes decíduos posteriores possuem no assoalho alguns canalículos que não tem no permanente, deixando o assoalho da câmara do dente decíduo poroso. Ele é chamado como se fosse uma peneira biológica, tudo que tá câmara pulpar se tiver infectado pode passar pra região interradicular, pois o assoalho é mais poroso no decíduo e mais fino também. Então qualquer toxina bacteriana vai partir para região periodontal podendo comprometer o dente. O fato de ter as foramíneas é mais um motivo para limpar e desinfectar, para que o que esteja lá não atinja o periodonto.
Qual o efeito da reabsorção fisiológica na anatomia do canal? Muda o tamanho da raiz,na odontometria tem que lembrar que essa raiz da diminuindo , e muda a posição do forame, quando tá reabsorvendo , o forame vai tomando uma posição mais coronária em relação ao ápice anatômico. Nas raízes recém-formadas os forames são próximos aos ápices.
Cirurgia de acesso- 4 etapas.
A primeira é eleger o ponto de eleição. A eleição de um ponto adequado que vai me permitir um acesso direto e retilíneo a cavidade pulpar.
A direção é a direção que eu dou na broca que me permite atingir a câmara (cair no vazio).
A forma de contorno eu dou quando eu removo todo o teto .
E por último a forma de conveniência que vai dar uma melhor visão do interior dos canais, tirando as projeções, interferências, e entrar com a lima facilmente e sem desvios.
Nos anteriores , o ponto de eleição. Tanto para incisivos, caninos superiores e inferiores , em média uma distância de 3 a 4 mm da incisal , 2 mm do cíngulo . Se traçar um quadrante no sentido mésio-distal , inciso-cervical , é um ponto central. Escolhido o ponto de eleição, pega a broca esférica perpendicular com o dente e vai desgastar até mais ou menos a junção amelodentinária, depois que chegar próximo a dentina que vou usar a direção de trepanação, mudar a direção. A direção de trepanação , desgatar a dentina com a broca paralelamente ao longo eixo do dente. Na hora de entrar na câmara (cair no vazio) , a gente tem essa sensação se a câmara for ampla, mas se for atrésica não, o que nos dá uma segurança é realizar uma boa radiografia diagnóstico, para localizar o teto da câmara.
A forma de contorno vai dar quando removo todo teto com broca esférica 1013, 1014. Com movimento do interior da câmara para superfície externa removendo todo teto e depois vou com uma ponta inativa 3082, 3083, endo-z com movimentos de sentido mesial, distal , língual e uso a sonda nº 5 para verificar se removeu tudo.
Nos incisivos uma conformação triangular e nos caninos losangular.
A forma de conveniência é a remoção do ombro lingual com a endo Z , para que a lima entre em toda parede lingual tranquilamente.
Molar superior geralmente tem 3 canais : 2 V e 1 P.
Molares superiores : Ponto de eleição – mais ou menos no centro sem precisar romper a ponte de esmalte, um pouco mais pra mesial. Direção de trepanação – jogar para palatino (área mais ampla, para depois remover o teto). Forma de contorno final é triangular , com a base do triângulo voltada para face vestibular e vértice para palatina. Canal Mésiovestibular , distovestibular e palatino, e se tiver o quarto canal vai ser perto do mésio.
Molares inferiores: Ponto de eleição – região central , jogando para distal. 2 canais mesiais e 1 distal.
Forma de conveniência remover os ombros. Nos molares superiores eles estão mais nos canais vestibulares, principalmente no ângulo mesiovestibular , e nos molares inferiores na parede mesial, que é tirada com a endo-Z.
Se forem 4 canais , contorno final trapezoidal , se forem 3 , triangular.
Lembrar que a radiografia diagnóstico vai servir para observação do conduto e do ápice radicular e é boa para ver o volume (atresias ou não) , presença de calcificações (obliterações), nódulos.
Desgaste com Endo-Z ou broca de ponta com extremidade inativa, ele serve para remover interferências dentinárias e as paredes laterais da câmara.
PROTOCOLOS
Tem o dente vital, a gente abre e vê que a hemorragia é intensa, a gente corta o tecido, coloca bolinha de algodão , soro e não conseguiu hemostasia. Isso indica que a polpa está inflamada, já fazemos a biopulpectomia.
Radiograficamente, um dente para fazer biopulpecto, ele não tem alterações radiográficas, até porque o coto pulpar tá preservado ainda. Posso ter menos espessamento. No caso de pulpites irreversíveis, pulpite crônica hiperplásica com pólipo. Paciente agudo , dor , faz logo a biopulpectomia.
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