A DOENÇA DE GLASSER EM SUINOS
Por: João Eduardo de Souza • 14/11/2018 • Projeto de pesquisa • 3.511 Palavras (15 Páginas) • 662 Visualizações
DOENÇA DE GLASSER EM SUINOS
João Eduardo Machado de Souza[1]
Vanessa Kaneko[2]
Deisy Andrade Padilha Arruda[3]
RESUMO
A doença de Glasser é uma doença infecciosa que se caracteriza por causar inflamação no pericárdio, pleura, articulações e, às vezes, nas meninges. Os prejuízos ao produtor decorrem mais pelo elevado número de refugos entre os sobreviventes, como consequência das lesões crônicas que provoca, do que pela mortalidade de leitões, que geralmente é baixa. O agente etiológico da doença é o Haemophilus parasuis, a qual, em granjas contaminadas faz parte da flora bacteriana normal da mucosa nasofaringeana. A ocorrência da doença clínica está associada à presença de fatores estressantes, que atuam como condições predisponentes tais como: transporte, condições ambientais adversas, mistura de animais e desmame. A taxa de mortalidade varia de granja para granja, podendo em alguns casos atingir 50%. Os sobreviventes geralmente tornam-se refugos o que ocasiona grande perda para a propriedade. Esta revisão enfoca aspectos gerais sobre a infecção, abrangendo desde etiologia, epidemiologia, patogenia, sinais clínicos, lesões, diagnóstico, prevenção e controle da enfermidade.
Palavras-chave: Doença de Glasser. Suínos. Haemophilus parasuis.
DOENÇA DE GLASSER EM SUINOS[a]
João Eduardo Machado de Souza[4]
Vanessa Kaneko[5]
Deisy Andrade Padilha Arruda[6]
ABSTRACT
Glasser's disease is an infectious disease that is characterized by causing inflammation in the pericardium, pleura, joints and, sometimes, in the meninges. The losses to the producer arise over the large number of waste among the survivors as a result of chronic injury that causes than the mortality of piglets, which is generally low. The causative agent of the disease is parasuis, which, in contaminated farms is part of the normal bacterial flora of the nasopharyngeal mucosa. The occurrence of clinical disease is associated with the presence of stressors, which act as predisposing conditions such as: transportation, adverse environmental conditions, mixing of animals and weaning. The mortality rate varies from farm to farm, and in some cases reach 50%. The survivors often become waste which causes great loss to the property. This review focuses on general aspects on infection, including etiology, epidemiology, pathogenesis, clinical signs, diagnosis, prevention and control of disease.
Keys words: Glasser's disease. Swine. Haemophilus parasuis.
1 INTRODUÇÃO
Inúmeros microorganismos, alguns potencialmente patogênicos, colonizam suínos já nas primeiras horas de vida. Um destes agentes é o Haemophilus parasuis o qual, em granjas contaminadas faz parte da flora bacteriana normal da mucosa nasofaringeana. Esta bactéria tem sido associado à doença de Glasser em suínos desde 1910. É uma doença infecciosa que se caracteriza por causar inflamação no pericárdio, pleura, articulações e, às vezes, nas meninges. Os prejuízos ao produtor decorrem mais pelo elevado número de refugos entre os sobreviventes, como consequência das lesões crônicas que provoca, do que pela mortalidade de leitões, que geralmente é baixa (SOBESTIANSKY et al., 2001). .
A ocorrência da doença clínica está associada à presença de fatores estressantes, que atuam como condições predisponentes tais como: transporte, condições ambientais adversas, mistura de animais e desmame. A taxa de mortalidade varia de granja para granja, podendo em alguns casos atingir 50%. Os sobreviventes geralmente tornam-se refugos o que ocasiona grande perda para a propriedade. Entretanto, atualmente, nas propriedades de alto "status" sanitário, livres do HP, quando ocorre exposição ao referido patógeno pode ocorrer doença sistêmica sem que haja fatores estressantes envolvidos (RAPPGABRIELSON, 1999).
O diagnóstico presuntivo da doença baseia-se no histórico, nos sinais clínicos e nos achados de necropsia. Vários agentes causam sintomas e lesões semelhantes àqueles descritos na doença de Glasser, sendo importante a diferenciação do diagnóstico diferencial. A confirmação do diagnóstico deve ser realizada pelo isolamento do agente. O tratamento pode ser feito através de várias drogas por via parenteral. Para impedir que a doença se difunda para outros animais, pode ser usada medicação preventiva via ração. Na prevenção da doença é essencial eliminar ou reduzir os fatores de estresse. A utilização de vacinas inativadas tem apresentado resultados satisfatórios (RAPPGABRIELSON, 1999).
2 DOENÇA DE GLASSER EM SUINOS – REVISÃO DE LITERATURA
A comumente chamada doença de glasser, é causada pelo Haemophilus parasuis, tem emergido como uma importante doença bacteriana, afetando suínos em todo o mundo (RAPPGABRIELSON, 1999). Atualmente é considerada uma das doenças mais importantes economicamente na indústria de suínos devido aos altos custos com tratamentos antibióticos e ao descarte de animais (NEDBALCOVA et al., 2006).
O Haemophilus parasuis é uma bactéria gram negativa, não hemolítica, imóvel e nicotinamida adenina dinucleotídeo, comumente encontrada na cavidade nasal de suínos saudáveis (MENIN, GAVA E VAZ, 2005). Glasser em 1910 relatou pela primeira vez a associação de um pequeno bastonete Gram-negativo com quadros de pleurisia serofibrinosa, pericardite, peritonite, artrite e meningite em suínos (LITTLE, 1970).
O sítio inicial de colonização por H. parasuis no trato respiratório superior de suínos é ainda controverso, entretanto o agente possui tropismo pelas membranas serosas, sinovial, meningeal e pelo parênquima pulmonar. O organismo foi consistentemente isolado da cavidade nasal e traqueia, raramente dos pulmões e sangue e não foi isolado da tonsila, após a inoculação intranasal em suínos originados de cesariana privados de colostro (VAHLE et al., 1995).
O H. parasuis produz estruturas similares a fímbrias após passagens in vivo, mas o isolamento comum desse organismo da cavidade nasal de animais aparentemente saudáveis revela a questão de que o conceito clássico de adesão no sítio de entrada é um pré-requisito para a iniciação da invasão (MENIN, GAVA E VAZ, 2005).
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