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As Pragas na Cana-de-açúcar

Por:   •  12/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.342 Palavras (14 Páginas)  •  210 Visualizações

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL[pic 2]

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG)

BR 050 km 78, sala 1C212, Campus Glória, 38410-337

Fone: +55 34 2512.6701 Uberlândia, MG, Brasil

PRINCIPAIS PRAGAS DA CANA-DE-AÇÚCAR

-Diego Silva Peres, graduando em Agronomia – UFU

Professor:

-Hamilton Kikute, professor do ICIAG - UFU

Uberlândia-MG

Maio/2021

As principais pragas da cana-de -açúcar

A cana-de-açúcar é uma das principais culturas no Brasil, e no que diz respeita a fontes de energia renováveis, apresenta um futuro promisso no cenário mundial. Dentre os fatores que podem provocar perdas na produtividade e qualidade da matéria-prima, as pragas se destacam causando sérios prejuízos, e se não forem bem manejadas podem provocar danos nas lavouras, ou até a perda completa do canavial, sendo assim, necessária a renovação.

A cultura da cana é atacada por cerca de 80 pragas, porém apenas uma pequena parte causa prejuízo a cultura. Os danos dependem da espécie da praga no local, tão como o nível populacional dessa espécie.

As principais pragas da cana-de-açúcar são:

  1. Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis);
  2. Broca gigante (Telchin licus);
  3. Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata);
  4. Bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis);
  5. Besouro (Migdolus fryanus);
  6. Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae);
  7. Cupins;
  8. Formigas;
  9. Nematoides.

As quatro primeiras pragas são as mais importantes e que atualmente trazem maior preocupação aos produtores, por este motivo ganharão maior destaque.

Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)

        A broca é considerada a principal praga na cultura da cana-de-açúcar e constitui em uma praga de grande importância econômica na maioria dos países em que a cultura é expressiva. Consiste em uma larva de mariposa que se alimenta primeiramente das folhas, e em estágios mais avançados de desenvolvimento, a larga penetra do colmo (bainha) da planta pelas partes mais moles e faz galerias, que podem ser longitudinais ou transversais.

        Os danos da larga nas folhas resulta em diminuição da área fotossintética, e a abertura de galerias nos colmos causa perda de peso e morte das gemas, tombamento pelo vento, secamento dos ponteiros (coração morto) e enraizamento aéreo. Os danos indiretos podem ser causados por fungos que penetram nos orifícios do colmo, um exemplo é a podridão vermelha do colmo causada pelo fungo Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme, que causam a inversão da sacarose que diminui a pureza do caldo.

Figura 1 - Sintomas de podridão.                 Figura 2 - Sintomas de enraizamento aéreo.[pic 3]

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Fonte: Heraldo Negri                              Fonte: Heraldo Negri

        Para saber quando deve-se entrar com métodos de controle se utiliza o índice de infestação (IF). O índice de infestação é obtido através da relação entre número de internódios atacados vezes 100, por número total de internódios. O controle é indicado quando a relação de IF é superior a 3%.

        A broca pode ser controlada através do controle cultural, que consiste na utilização de variedades tolerantes ou resistentes, corte de cana de desponte, moagem rápida após o corte e eliminação de plantas hospedeiras. Também é utilizado o controle químico com pulverização de triflumuron, lufenuron ou fipronil, direcionada para a região do palmito.

O manejo por métodos convencionais apresenta dificuldades econômicas e/ou técnicas na maioria das vezes. Contudo, o controle biológico dessa praga consiste em um dos mais bem sucedidos existentes no mundo, no qual se utiliza a vespa Apanteles flavipes = Cotesia flavipes (Hymenoptera, Braconidae) como o agente de controle principal da D. saccharalis no Brasil.

Os insetos parasitoides atacam os avós da mariposa ou mesmo as lagartas.

Armadinha são usadas para fazer o monitoramento da praga. Usam-se fêmeas virgem com 48 horas de idade ou feromônios.

Figure 3 - Adulto de Cotesia flavipes atacando uma lagarta.

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Fonte: Heraldo Negri

Broca-gigante (Telchin licus)

        A presença da broca gigante da cana-de açúcar Telchin licus (Lepidoptera: Castniidae) limita a produção das lavouras podendo causar de 20 a 60% de perdas, dependendo do nível de infestação. As maiores incidências dessa praga são registradas na região Centro-Sul e Nordeste. O adulto da praga é uma borboleta de coloração preta com faixas transversais brancas nas asas, que na região Nordeste, consumam fazer a deposição de ovos durante o verão em touceiras velhas, caules cortados e no meio de detritos.

Figure 4 - Larva da broca-gigante.

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Fonte: Embrapa, 2015.

        Durante o seu desenvolvimento a larva da broca-gigante penetra no colmo da planta, causando galerias verticais, o que resulta na destruição completa do colmo por causa do tamanho, reduz o poder germinativo, provoca secamento dos ponteiros, também chamado de “coração morto” e permite a entrada de fungos pelos ferimentos causados, podendo vir a causar podridões.

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Figure 5 - Diferenciação entre uma galeria da broca-comum Diatraea sp. (à esquerda) e uma da broca-gigante (ao centro). Fonte: Embrapa, 2015.

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