AS TRANSFORMAÇÕES E RESISTÊNCIAS DA INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA
Por: Aline Pinheiro • 25/5/2019 • Trabalho acadêmico • 3.517 Palavras (15 Páginas) • 263 Visualizações
AS TRANSFORMAÇÕES E RESISTÊNCIAS DA INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso: Ciências Biológicas (BID0424) – Prática do Módulo I
07/06/2016
RESUMO
A Interdisciplinaridade traz a idéia de uma nova forma de educar. Educar rompendo fronteiras das disciplinas, fortalecendo o laço entre os conteúdos aplicados. Entretanto, este conceito se depara a uma série de confrontos na implantação curricular na escola. As transformações partem do interesse do professor e da instituição neste plano pedagógico. A interdisciplinaridade alcança o sucesso quando ambos trabalham em um único objetivo.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Transformações. Educação.
1 INTRODUÇÃO
Embora seja a intenção de todos um ensino bom e de qualidade, a teoria e a prática se esbarram em muitas dificuldades existentes na educação. As contradições e diferentes formas de interpretação entre os profissionais, acaba por desvalorizar este processo de integração de disciplinas no trabalho docente.
Atualmente a Interdisciplinaridade é um conceito usado na visão de um novo plano pedagógico no ambiente escolar, que trata diretamente com o professor, aluno e o meio social. Para que ocorra a interdisciplinaridade precisa-se tornar as disciplinas comunicativas entre si, sendo necessária a ampliação da visão educacional do professor na sua prática.
Pretende-se neste paper, inicialmente tratar o surgimento da interdisciplinaridade, as dificuldades iniciais e transformações possíveis, buscando também compreender os principais problemas na aplicação deste conceito e quais as propostas de atuação na escola, a importância da relação do professor e seus educandos. Apresentaremos também o Colégio Universitário, de Gaspar-SC, que aplica esse modelo curricular.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 CONCEITO DE INTERDISCIPLINARIDADE
Interdisciplinaridade é o processo de integração de duas ou mais disciplinas com o objetivo de relacionar e aprofundar os conhecimentos, teorias e práticas e levar dinâmica ao ensino. Essa abordagem temática contribui para que o aluno amplie sua capacidade de interagir, de forma crítica e ativa, com o meio físico e social. Para isso, os conteúdos das disciplinas precisam se relacionar para a ampla compreensão do tema estudado.
Conforme Cavalcanti (2009, p.125):
A interdisciplinaridade, portanto, não precisa necessariamente de um projeto científico. Pode ser incorporada no plano de trabalho do professor de modo contínuo; pode ser realizada por um professor que atua em uma só disciplina ou por aquele que dá mais uma, dentro da mesma área ou não; pode, finalmente, ser objeto de um projeto, com um planejamento específico, envolvendo dois ou mais professores, com tempos e espaços próprios.
Para Brasil (1999, p.89):
A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, ao contrário, mantém sua individualidade. Mas integra as disciplinas a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados.
2.1.1 HISTÓRIA DA INTERDISCIPINARIDADE
Segundo Ivani Fazenda (1999), há três momentos distintos na história da interdisciplinaridade.
• O primeiro, na década de 70, é o momento da definição;
Época da estruturação conceitual porque a palavra interdisciplinaridade era uma palavra difícil de ser pronunciada e compreendida.
O movimento interdisciplinaridade surgiu na Europa – França e Itália – na década de 1960, época dos movimentos estudantis e sendo assim introduzida neste meio. Os estudos sobre a interdisciplinaridade no Brasil na década de 1970 veio com distorções e modismo. Estimulou a construção de uma nova concepção de ciência/conhecimento/educação.
Alerta sobre o perigo da proliferação e práticas intuitivas que em nome da interdisciplinaridade se apropriava de modismos, abandonando a história construída por um grupo docente, substituindo-a por slogans e hipóteses, muitas vezes improvisadas e mal elaboradas. (FAZENDA, 1999)
• Na década de 80, a explicitação do método;
As tentativas se concentraram na organização de um quadro conceitual, analisado e construído, com base na convivência de tudo que a autora passou, pois se verificou que um quadro teórico interdisciplinar pouco contribuiria para superar as práticas e as pesquisas em educação.
O professor interdisciplinar possui um grau de desempenho diferenciado com os seus alunos, arrisca novas técnicas e métodos de ensino. A autora percebeu que havia resistências por parte de alguns professores e que tais atitudes acarretavam a luta contra a adaptação.
• Na década de 90, a construção da teoria.
Caracterizada por um grande aumento da interdisciplinaridade tanto nas instituições privadas quanto nas públicas; atribuída pela elaboração de uma teoria, por uma renovação curricular, e possibilitando o aprendizado através de estratégias de aprendizagem que capacitem o aluno para a vida em sociedade, à atividade produtiva, visando à integração.
Em comum aos três momentos, a interdisciplinaridade apresenta a indecisão diante da divisão do conhecimento e um empenho por procurar alternativas diante da racionalidade herdada.
A interdisciplinaridade começou a ser abordada no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se tornado mais presente e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os Parâmetros. Além da sua grande influência na legislação e nas propostas curriculares, a interdisciplinaridade tornou-se cada vez mais presente no discurso e na prática de professores.
Segundo Morin (2002, p.105):
A organização disciplinar foi instiuída
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