Estudos disciplinares II - A escola transforma a sociedade
Por: Joana Gomes Coutinho • 29/9/2015 • Trabalho acadêmico • 524 Palavras (3 Páginas) • 738 Visualizações
A ESCOLA TRANSFORMA A SOCIEDADE
O homem é inserido na sociedade de forma gradual. O primeiro contato social acontece no menor grupo conhecido, a família, onde são dados os primeiros passos rumo ao reconhecimento de si e consciência de sua existência. Em seguida é inserido em uma escola, núcleo social onde se iniciam transformações no seu cotidiano, regras e percepções.
O sistema educacional é o dispositivo criado e a serviço da sociedade para padronizar os seus novos membros de forma que sejam aceitos por ela no futuro. Enquanto a família trata de características iniciais e principais e molda o ser em seu caráter, índole, etiqueta social e moral, a instituição de ensino homogeniza o educando e o aperfeiçoa enquanto peça que comporá o conjunto social. O processo de uniformização do aluno inicia-se com conceitos básicos, tais como a fronteira entre espaço individual próprio e o alheio e o que é particular, coletivo e público e culmina em seu produto acabado, o adulto escolarizado e apto a fazer parte da sociedade de forma útil e competente.
Em um ambiente cada vez mais sintético, em que já não mais se faz o bolo em casa, prefere-se comprá-lo na padaria, ou não se usa os serviços dos alfaiates e sim adquirimos roupas produzidas em série, a sociedade se reinventa de forma retrógrada, condenando o trabalho dedicado do artesão e premiando as manufaturas produzidas com matérias primas baratas e mão de obra não especializada. Da mesma forma as famílias pretendem, negligentemente, entregar seus filhos à uma instituição com a esperança de receber de volta seres completamente formados.
Nessa época marcada pelo consumismo, a escola tende a se adequar à nova ordem e assumir o papel que outrora fora da família, fornecendo aos educandos mais do que somente a escolaridade formal, participando de sua formação básica de princípios, caráter, personalidade e de todos os outros itens da educação familiar que foram abandonados pela educação doméstica moderna. Neste novo modelo, mais do que nunca e com suma importância, a escola formará o indivíduo como um todo, não só como estudante, mas cumprirá o papel do genitor e fornecerá todos os conteúdos aos seus alunos, tendo então, em seu conteúdo programático, uma agenda abrangente de assuntos comportamentais antes considerados de alçada familiar.
Tal mudança na atuação escolar pode não ser oficial, mas é constatada no comportamento social contemporâneo, quando os pais de crianças do ensino infantil cobram das professoras dos seus filhos que elas o repreendam quando ele diz um palavrão ou lhe perguntam a razão da criança estar mais agressiva. Entrega-se o pátrio poder a organizações que acolhem nossos filhos na esperança de que estas executem, com competência, a tarefa dos pais, já que eles não têm mais tal habilidade.
Considerando sua responsabilidade social, o estado incluiu, na Lei n° 11.684/2008, as disciplinas de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, a fim de garantir que estes possuam conhecimento básico para desenvolver o espírito crítico, compreender seu papel na história, ter consciência das suas ações e tolerância com as diversidades, promovendo reflexões sobre o indivíduo, o grupo e a sociedade, readquirindo as habilidades de inserir princípios básicos e indispensáveis na sua formação social e das próximas gerações.
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