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Anemia Sideroblastica

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Por:   •  14/11/2014  •  1.906 Palavras (8 Páginas)  •  722 Visualizações

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CONCEITO E DEFINIÇÃO

A anemia sideroblástica (AS) representa um grupo de desordens heterogêneas que possuem como característica comum, além de anemia, a presença dedepósitos de ferro nas mitocôndrias dos eritroblastos.

A mitocôndria “carregada” de ferro assume localização perinuclear nessas células vermelhas jovens, que recebem por isso o nome de Sideroblastos em Anel.

É uma forma rara de anemia, decorrente de anomalia provocada por incapacidade da medula óssea em produzir adequadamente células da linha eritrocitária, apesar da disponibilidade normal ou aumentada de ferro; a produção de hemoglobina é deficiente, observando-se na circulação a presença de sideroblastos, que são eritrócitos com grande saturação de ferro.

PATOGÊNESE E FISIOPATOLOGIA

DISTURBIO BASICO: SINTESE DE HEME

A patogênese das anemias sideroblásticas (independente da causa) tem como base um distúrbio da síntese do heme, desde que não seja a carência de ferro.

PRECISAMENTE:

Produção alterada do componente HEME da Hb; e defeito na produção de protoporfirina levando a um desequilíbrio entre suprimento de ferro e incorporação no HEME.

Com isso ocorre sobrecarga de ferro nas mitocôndrias.

O QUE QUE ACONTECE NORMALMENTE:

O heme é formado pela incorporação do ferro (no seu estado de íon ferroso) à protoporfirina IX.

LOCAL: no interior dos eritroblastos

Então, se tiver deficiências enzimáticas ou defeitos mitocondriais, a síntese do heme pode sofrer duas conseqüências:

1. prejuízo á síntese de hemoglobina, levando á hipocromia e anemia,

2. acúmulo de ferro na mitocôndria.

Existe um tipo de feedback negativo - o heme inibe a captação de ferro pelo eritroblasto. Se existirem as condições patologicas enumeradas, ou seja, pouco heme é formado, o ferro continua se acumulando cada vez mais na célula, daí, a formação dos sideroblastos em anel.

O ferro mitocondrial acumulado é potencialmente lesivo ao eritroblasto. Sé a medula sintetizar tais mutantes, a mesma medula destruirá-lhes, o mecanismo chamando-se eritropoiese ineficaz.

A eritropoese ineficaz causará acúmulo de ferro na médula óssea e anemia hipocrômica concomitante, como também causará hipersideremia; e uma saturação quase total da transferrina.

Isso explica o encontro de uma leve hiperplasia eritróide na medula óssea, sem elevação da contagem de reticulócitos periférica.

A anemia megaloblástica e as talassemias são outros exemplos de anemia relacionada á eritropoiese ineficaz.

A redução da síntese do heme, em conjunto com a eritropoiese ineficaz, estimula (por mecanismos desconhecidos) a absorção intestinal de ferro. Após vários anos, o paciente evolui com um estado de sobrecarga de ferro – chamado de hemossiderose ou hemocromatose. Para diferenciar da hemocromatose primária e da secundária a múltiplas transfusões, este tipo de sobrecarga corporal de ferro é denominada Hemocromatose Eritropoiética.É o mesmo fenômeno que ocorre nas talassemias.

Por isso, grande parte da morbidade das anemias sideroblásticas (especialmente as hereditárias) é a sobrecarga de ferro nos órgãos e tecidos, manifestando-se como:

• hepatoesplenomegalia

• lesão hepática

• lesão cardíaca.

Finalmente, cabe uma pergunta: de onde vem o distúrbio na síntese do heme? Não há distúrbio único para todas as anemias sideroblásticas!

A) No tipo hereditário (ligado ao cromossomo X), há uma mutação na primeira enzima da síntese porfirínica – a ALA sintase. Essa enzima catalisa reação limitante do processo: a síntese ALA (ácido do aminolevulínico), a partir da glicina e do succinil Côa. Essa enzima tem como principal cofator avitamina B6 (sob a forma de piridoxal 5-fosfato). O mutante ALA sintase só “funciona” quando altas doses (suprafisiológicas) de vitamina B6 são oferecidas ao paciente.

B) No tipo adquirido idiopático, não se conhece bem onde está o distúrbio na síntese do heme. Contudo há fortes indícios que mutações no DNA mitocondrial prejudicam a ação de uma enzima que converte o íon férrico em íon ferroso. O íon férrico não consegue ser incorporado á protoporfirina IX. Tais mutações podem determinar outras conseqüências nas células hematopoiéticas da medula, provocando uma síndrome mielodisplásica, que pode fazer parte do contexto das anemias adquiridas.

C) No tipo adquirido reversível, determinadas drogas ou distúrbios de oligoelementos podem atingir diretamente a síntese do heme.

• O etanol é o principal é o principal exemplo, podendo:

1. interferir na interação entre a piridoxina (vitamina B6) e a ALA sintase

2. inibir diversas enzimas da síntese protoporfirínica

3. promover disfunção mitocondrial

Outras drogas implicadas são:

• isoniazida,

• pirazinamida

• cloranfenicol

A deficiência do cobre provoca a anemia sideroblástica, provavelmente pelo fato da enzima mitocondrial que converte íon férrico em íon ferroso (citocromo oxidase) conter cobre em sua composição.

As principais causas de deficiência de cobre na prática médica são:

• nutrição parenteral total,

• gastrectomia

• reposição desnecessária de sais de zinco. O excesso de zinco induz a formação de uma proteína intestinal (metalotioneína) capaz de quelar tudo o cobre da dieta.

QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO

As hemácias circulantes, provenientes dos sideroblastos em anel da medula óssea, caracterizam-se por microcitose e hipocromia, o que reflete aprodução inadequada de hemoglobina (existe pouco Heme).

Entretanto o que frequentemente observamos na prática - duas populações de eritrócitos:

• uma

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