Autopsia E Necropsia
Artigo: Autopsia E Necropsia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: geicecosta • 29/10/2014 • 1.641 Palavras (7 Páginas) • 2.317 Visualizações
AUTÓPSIA E NECRÓPSIA
INTRODUÇÃO
Segundo Finkbeiner (2006a), o surgimento do exame necroscópico está diretamente ligado a história da anatomia humana da medicina. Por volta de 4000 a.C os primeiros livros de medicina descreviam as lições anatômicas que foram feitas a partir das observações de animais mortos por caçadores, abertos por açougueiros e cozinheiros da antiguidade.
Os antigos hebreus guiados pela lei talmúdica não comiam nenhum animal que tivesse morrido por si mesmo (sem causa definida), sendo necessário o exame dos mesmos, visando descobrir possíveis evidências relacionadas à morte. O estudo anatômico da doenças evoluiu lentamente a partir de dissecções até a realização de necropsias propriamente ditas.
Segundo Amat (2003/2005), no século XVIII,a necropsia começa a contribuir com a medicina, correlacionando às condições clínicas com as patológicas.
Conceitos de necropsia
A palavra necropsia é oriunda do grego nekrós (significando morte) e ópsis (significando vista) exame este realizado após a morte de um individuo. o termo autópsia é sinônimo, tendo esta por significado “ver por si mesmo”,derivando das palavras gregas autos (de si próprio) e opsis (vista).
Necropsia ou autópsia significa o exame post mortem sistemático dos órgãos ou de parte deles para determinar a causa da morte e conhecer as lesões e doenças existentes no indivíduo. A mesma pode se subdividida em dois tipos: a necropsia anátomo-clinica ou anatomopatológica ou ainda não judicial e a necropsia forense ou medico legal ou judicial.
Necropsia anátomo-clinica: Realizada por um médico anatomopatologista e tem como principal finalidade estudar as alterações morfológicas dos órgãos e tecidos a fim de se obter informações sobre a natureza, a extensão, as complicações da patologia e suas consequências. A necropsia é completa quando os órgãos são dissecados examinados detalhadamente esta é realizada geralmente em grandes centros médicos principalmente em faculdades de medicina, onde se procura não só determinar a causa da morte, mas também correlacionar os achados morfológicos com os clínicos. Constitui a maior fonte de ensino em patologia e serve como valioso instrumento de pesquisa, contribuindo para um eficaz controle de qualidade de diagnóstico e de tratamento, possíveis erros e suas causas e buscando sua correção. Pode-se ainda ressaltar outros objetivos da realização de necropsias: servir de fonte de material de ensino e pesquisa para médicos residentes, alunos e professores; contribuir para elaboração de estatísticas precisas quanto às mortes e patologias; reconhecer quadros de novas doenças e padrões de lesão; revelar a eficácia do tratamento; esclarecer os casos sem diagnóstico clinico firmado ou nos quais a morte do paciente foi inesperada.
A necropsia fetal,sendo considerada em subtipo da autópsia clinica, é o exame necroscópico realizados em fetos que foram a óbito antes do nascimento, considerando os critérios biológicos, temporal e de viabilidade para a sua realização.
A necropsia pode também ser parcial, quando apenas alguns órgãos são removidos através de incisões regionais, de reabertura de incisões cirúrgicas previas ou de punção com agulha.
Necropsia Forense: Realizada por médico legista, primordial na investigação criminal, concentra em determinar o diagnóstico da causa jurídica da morte, o tempo e como ocorreu à morte na confirmação das hipóteses de homicídio,suicídio ou acidente,bem como o exame e a descrição minuciosa das lesões externas e internas, além da inspeção e coleta de provas no local que o cadáver foi encontrado.Fornecendo assim através da discussão e conclusão, subsídios para que fatos de interesse da administração da justiça sejam revelados tais como caracterização do crime, o tempo estimado de morte e a identificação da vitima.
A necropsia médico-legal visa atender aos quesitos cadavéricos investigando a causa da morte, o instrumento ou meio que produziu a morte, se foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura. A necropsia médico legal é obrigatória por lei regulamentada no artigo 162 do código de processo penal e pelo Decreto-lei n°3.689/41,e pela Resolução CFM n°1.290/89 que amplia essas necropsias ditas como suspeitas, sobretudo quando se trata de morte violenta (Homicídio, suicídio, acidentes de transito ou do trabalho etc.) Nesses casos, além da retirada de órgãos para exame morfológico, faz-se coleta de sangue e de secreções para análise toxicológica.
Técnicas utilizadas na Necropsia
As técnicas para a realização de necropsias, tanto na esfera anátomo-clínica quanto a forense são as mesmas, oriundas das quatro técnicas básicas ou suas variantes (Técnica de Virchow, Rokitansky, Ghon e Letulle).
Segundo Honório (2010), as técnicas mais usadas são as de Virchow e Letulle nos IMLs, a técnica de Rokitansky é muito pratica em exames no IML e SVO, devido sua praticidade. Quando em morte natural, o medico vai examinar a fundo o ponto de óbito ou seja; vai direto na causa da morte.Na técnica de Letulle. A retirada completa serve para exames detalhados de vísceras e muito útil também em SVO.A técnica de Virchow é mais usada em IML para casos de morte natural, onde se examina por dentro, mas pra retirar vai direto na causa da morte.A técnica de Ghon é mais usada em SVO, principalmente nos Hospitais escola.
Técnica de Rokitansky:
Carl Rokitansky (1804-1878) estabeleceu as bases estruturais das doenças e a técnica de necropsia com o estudo sistemático de cada órgão. Em 1866, já tinha feito mais de 30 mil necropsias. Na sua técnica, os órgãos são examinados “in situ” ou seja, dentro do cadáver, um a um. Desta forma, nesta técnica são realizados vários cortes em todos os órgãos internos, para depois eles serem retirados, um por um.
Técnica de Virchow:
Em 1874, o Dr Rudolf Virchow, médico polonês, padronizou a técnica de necrópsia, cuja base é utilizada até os dias atuais. Na técnica de Virchow os órgãos são retirados um a um, são pesados e examinados separadamente. A abertura do tórax e abdome é a padrão (biacrômio esterno pubiana) e a do crânio, também (bimastóidea vertical). Após o exame dos órgãos, eles são colocados novamente dentro do cadáver.Este método é o mais recomendado para se mostrar as alterações patológicas de cada órgão, porem prejudica a relação topográfica entre ele o seu comprometimento.
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