Behaviorismo
Tese: Behaviorismo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: castelobranco • 25/6/2014 • Tese • 4.128 Palavras (17 Páginas) • 401 Visualizações
CAPÍTULO 3
O Behaviorismo1
O ESTUDO DO COMPORTAMENTO
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson, em artigo publicado em 1913, que apresentava o título “Psicologia: como os behavioristas a vêem”. O termo inglês behavior significa “comportamento”; por
isso, para denominar essa tendência teórica, usamos Behaviorismo — e, também, Comportamentalismo, Teoria Comportamental, Análise Experimental do Comportamento, Análise do Comportamento.
Watson, postulando o comportamento como objeto da Psicologia, dava a
esta ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando — um objeto observável, mensurável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos. Essas características foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência, rompendo definitivamente com a sua tradição filosófica. Watson também defendia uma perspectiva funcionalista para a Psicologia, isto é, o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio. Certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus ambientes por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos. Watson buscava a construção de uma Psicologia sem alma e sem mente, livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar. Apesar de colocar o “comportamento” como objeto da Psicologia, o Behaviorismo foi, desde Watson, modificando o sentido desse termo. Hoje, não se entende comportamento como uma [pg. 45] ação isolada de um sujeito, mas, sim,
como uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu “fazer” acontece. Portanto, o Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o
indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente
(as estimulações).
Os psicólogos desta abordagem chegaram aos termos “resposta” e
“estímulo” para se referirem àquilo que o organismo faz e às variáveis ambientais
que interagem com o sujeito. Para explicar a adoção desses termos, duas razões
podem ser apontadas: uma metodológica e outra histórica.
A razão metodológica deve-se ao fato de que os analistas experimentais do
comportamento tomaram, como modo preferencial de investigação, um método
experimental e analítico.
Com isso, os experimentadores sentiram a necessidade de dividir o objeto
para efeito de investigação, chegando a unidades de análise.
A razão histórica refere-se aos termos escolhidos e popularizados, que
foram mantidos posteriormente por outros estudiosos do comportamento, devido ao seu uso generalizado.
Comportamento, entendido como interação indivíduo-ambiente, é a unidade
básica de descrição e o ponto de partida para uma ciência do comportamento. O homem começa a ser estudado a partir de sua interação com o ambiente, sendo tomado como produto e produtor dessas interações.
A ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO
O mais importante dos behavioristas que sucedem Watson é B. F. Skinner
(1904-1990).
O Behaviorismo de Skinner tem influenciado muitos psicólogos americanos e
de vários países onde a Psicologia americana tem grande penetração, como o
Brasil. Esta linha de estudo ficou conhecida por Behaviorismo radical, termo
cunhado pelo próprio Skinner, em 1945, para designar uma filosofia da Ciência do Comportamento (que ele se propôs defender) por meio da análise experimental do comportamento.
A base da corrente skinneriana está na formulação do comportamento
operante. Para desenvolver este conceito, retrocederemos um pouco na história do Behaviorismo, introduzindo as noções de comportamento reflexo ou
respondente, para então chegarmos ao comportamento operante. Vamos lá. [pg. 46]
O COMPORTAMENTO RESPONDENTE
O comportamento reflexo ou respondente é o que usualmente chamamos de
“não-voluntário” e inclui as respostas que são eliciadas (“produzidas”) por estímulos antecedentes do ambiente.
Como exemplo,
podemos citar a contração das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos, a salivação provocada por uma gota de limão colocada na ponta da língua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge, as famosas “lágrimas de cebola” etc.
Esses comportamentos reflexos ou respondentes são interações estímuloresposta (ambiente-sujeito) incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do organismo que independem de “aprendizagem”. Mas interações desse tipo também podem ser provocadas por estímulos que, originalmente, não eliciavam respostas em determinado organismo.
Quando tais estímulos são temporalmente pareados com estímulos eliciadores
podem, em certas condições, eliciar respostas semelhantes às destes. A essas
novas interações chamamos também de reflexos, que agora são condicionados devido a uma história de pareamento, o qual levou o organismo a responder a estímulos que antes não respondia. Para deixar isso mais claro, vamos a um exemplo: suponha que, numa sala aquecida, sua mão direita seja mergulhada
numa vasilha de água gelada. A temperatura da mão cairá rapidamente devido ao encolhimento ou constrição dos vasos sangüíneos, caracterizando o
comportamento como respondente. Esse comportamento será acompanhado de uma modificação semelhante, e mais facilmente mensurável, na mão esquerda, onde a constrição vascular também será induzida. Suponha, agora, que a sua mão direita seja mergulhada na água gelada um certo número de vezes,
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