Bioquimica Da Saliva

BIOQUÍMICA ODONTOLÓGICA

Governador Valadares

Setembro de 2004

1.0- INTRODUÇÃO

A bioquímica odontológica estuda a composição e as reações químicas das substâncias do meio bucal e dos dentes, bem como todos os processos bioquímicos direto ou indiretamente relacionados à saúde geral do sistema buco-dental.

Relacionados ao sistema buco-dental temos: a saliva, que é o líquido que umedece a cavidade bucal; o meio bucal, onde é importante salientar que dentro existem vários reações químicas; o Tártaro, que é a concreção pétrea que se deposita nos espaços interdentários e dento-gengivais; e Cárie Dental, que é essencialmente um fenômeno de superfície e nele intervém obrigatoriamente as bactérias.

2.0- OBJETIVOS

Obter um estudo mais detalhado da bioquímica na área odontológica;

Entender as inúmeras reações químicas que irão dar origem a muitos problemas odontológicos.

3.0- BIOQUÍMICA DA SALIVA

A saliva é o líquido resultante da secreção combinada de todas as glândulas salivares, banhando os tecidos da cavidade oral de modo que possa exercer suas variadas funções. Não se deve esquecer que cada glândula possui seu determinado tipo de secreção as quais juntas irão formar a saliva total.

De um modo geral , a saliva é constituída de componentes inorgânicos (como Cálcio e o Fósforo), de componentes orgânicos (como proteínas , enzimas e carboidratos) e é composta também de alguns elementos celulares, como células epiteliais, leucócitos e microorganismo além de restos alimentares.

E é essa constituição química da saliva que vai determinar suas variadas funções garantindo as condições de saúde na cavidade oral. Em tais funções, temos a ação digestiva (provocada pelas enzimas digestivas encontradas na cavidade oral), temos uma função lubrificantes ocasionando o menor atrito entre as estruturas facilitando a deglutição e a fala, atua também na solubilização dos alimentos, apresenta ação bactericida, mantêm uma faixa de pH neutro constante devido aos seu efeito tampão e a saliva atua também na remineralização do dente.

3.1.- Importância da Saliva

Não ha duvida de que a saliva tem grande influencia no processo carioso e na rigidez do tecido periodontal, o que se pode comprovar por experimentos com animas nos quais as glândulas salivares são cirurgicamente removidas. Nesses casos podemos destacar alguns fatores possivelmente envolvidos, tais como:

Modificação nos hábitos de consumo de Água e alimentos;

Maior tempo de mastigação;

Maior retenção de alimentos;

Possíveis modificações na flora bacteriana oral;

Maturação do esmalte;

Remineralização das lesões de carie;

Em humanos é relativamente comum caso de xerostomia por diminuição ou falta de secreção salivar quando então de observa um aumento no índice de carie, com rápida destruição dos dentes. A Xerostomia pode ocorrer como conseqüência de uma serie de condições patológicas, por exemplo:

Sarcoidose (pode reduzir as funções das glândulas salivares);

Síndrome de Sjogren;

Radioterapia da cabeça e pescoço (caries rompantes, atípicas);

Remoção cirúrgica das glândulas salivares devido a neoplasmas;

Administração crônica de anti-colinérgicos ou parassimpatoliticos;

Diabete Mellitus;

Doença de Parkinson;

Ausência congênita ou a má formação;

Infecção virótica aguda;

Ansiedade, Cansaço mental e depressão;

A Chamada Xerostomia fisiológica ocorre em todas as pessoas durante o sono porque as glândulas salivares não secretam espontaneamente quantidade razoável de saliva.

Em casos de xerostomia pode se lançar mão do uso de saliva artificial que tem por finalidade maior trazer um certo conforto ao paciente em termos de lubrificação e limpeza da cavidade oral. As diferentes formulações de saliva artificial também repõe determinados constituintes inorgânicos (Cálcio, Cloreto, Magnésio e Fosfato), mas não pode repor constituintes orgânicos de grande importância para a proteção das estruturas orais como é o caso das imunoglobulinas, lisozima, amilase. Além da saliva artificial, alguns dentistas recomendam mastigar cera e parafina e a ainda chupar tabletes estimuladores de saliva.

3.2.- Descrição das Glândulas salivares

As glândulas salivares são glândulas de natureza exócrina, cujas secreções fluem para a cavidade bucal; e em níveis histológicos, glândulas são constituídas por elementos parenquimatosos, revestidos e suportados por tecidos conjuntivos.

Há 3 pares de glândulas localizadas extra oralmente conhecidas como glândulas salivares maiores: Glândulas Parótidas, Submandibulares e Sublinguais, e existem também numerosos glândulas pequenas , largamente distribuídas na mucosa e submucosa oral, conhecidas como glândulas salivares menores: Glândulas labiais, bucais, palatinas e linguais.

As características dos fluidos de cada glândula está relacionados com os seus tipos celulares, e sua distribuição, em unidade secretores terminais. As células serosas são especializadas na secreção de proteínas, enquanto as células mucosas estão mais relacionadas com secreção de carboidratos e existem ainda uns outros tipos, as células mioepiteliais que são contrateis e ajudam no esvaziamento da secreção das unidades secretoras e dos ductos glandulares.

As unidades secretoras terminais são o agrupamento das células secretoras. Logo a glândula parótida é exclusivamente serosa por apresentar somente unidades secretoras serosas. Já a glândula submandibular é mista pois apresenta unidades secretoras serosas e mucosas, porém com predomínio das unidades serosas, e a glândula sublingual também