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Capim

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Por:   •  4/6/2014  •  Seminário  •  886 Palavras (4 Páginas)  •  388 Visualizações

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Capim dourado, o ouro do Jalapão. Por Cyro Watari

Uma maneira de enriquecer ainda mais a sua viagem é aprofundar-se na cultura de um povo. Seja no seu país ou em outro, recomenda-se informar-se anteriormente, a fim de evitar gafes ou situações constrangedoras.

Não existe cultura melhor ou pior, existem sim as diferenças. O importante é interagir, respeitar e experimentar o novo.

No Jalapão, uma das regiões mais pobres do Brasil, localizado no estado do Tocantins, com a crescente demanda do turismo nos últimos anos, vem ocorrendo uma verdadeira revolução.

Jalapão – cerrado

Foto Valdinei Costa

Moradia de adobe e cobertura de palha

Foto Valdinei Costa

Os moradores a cada ano vêm trocando as práticas tradicionais da lavoura e pecuária por uma nova atividade econômica: o artesanato do capim-dourado que chama a sua atenção por sua cor de ouro.

Artesã na arte do capim dourado

Foto Alfrânio Fassina

Lojinha da comunidade de Mumbuca

Foto Valdinei Costa

Nesses povoados centenários, cujo número de habitantes não chega a exceder o de seus anos de existência, todas as necessidades eram supridas por ela própria, de panelas de barro a chapéus para proteger do Sol escaldante que castiga os roçados nos meses de seca, quando a temperatura ultrapassa facilmente os 35 graus.

A história do capim dourado teve origem na comunidade de Mumbuca, descendentes de escravos vindos da Bahia após a abolição.

Crianças da comunidade de Mumbuca

em meio ao capim dourado

Foto Alfrânio Fassina

"Minha mãe aprendeu o artesanato com os índios", conta Guilhermina Ribeiro da Silva, a dona Miúda, de 77 anos, moradora de Mumbuca desde que nasceu, e hoje, a maior liderança da comunidade. Aos 14 anos, começou a praticar a técnica.

Naquela época, porém, o artesanato era destinado apenas ao uso doméstico. Das fibras do capim, costuradas com as do buriti, outra espécie típica da região, surgiam os chapéus que protegeriam os lavradores na roça. Além disso, ele era matéria-prima para fabricar cestas, bolsas e utensílios de cozinha.

A arte de trançar suas fibras estava circunscrita a dona Miúda e outras poucas artesãs, que trabalhavam também com a macaúba, a piaçava e o próprio buriti.

A professora Ana Claudia

e o capim dourado

Foto Valdinei Costa

A matriarca da comunidade foi á única mulher que buscou outro destino para parte de sua produção. "Eu vi que o capim ia dar progresso", afirma. Com a ajuda dos filhos, viajava até as cidades próximas, e a outras nem tanto, para comercializar as peças produzidas por ela. "Ia com o burro de carga, um saco de cada lado, vender o artesanato em nas cidades vizinhas.

Dona Miúda

Foto Alfrânio Fassina

Artesanato de capim dourado

Foto Alfrânio Fassina

A partir do ano de 2000, os turistas começaram a chegar e os destinos do artesanato não mais se limitaram às cidades vizinhas, expandindo-se para as grandes capitais e até o exterior. O governo do estado do Tocantins passou a incentivar a produção e após uma consulta à comunidade de Mumbuca, foi realizada uma oficina de cinco dias para tornar as peças "compatíveis"

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