Caracterização dos aspectos físicos das bandas observadas e observação dos principais grupos de seres vivos presentes na faixa mesolítica da costa rochosa
Trabalho acadêmico: Caracterização dos aspectos físicos das bandas observadas e observação dos principais grupos de seres vivos presentes na faixa mesolítica da costa rochosa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: michelekempim • 9/9/2014 • Trabalho acadêmico • 2.178 Palavras (9 Páginas) • 462 Visualizações
RELATÓRIO AULA DE CAMPO
PRAIA DA DIREITA, ILHA DO BOI, VITÓRIA - ES
Trabalho acadêmico elaborado para obtenção de nota parcial referente à disciplina Ecologia de Ecossistemas e Zoologia dos Invertebrados II, do curso de graduação de Ciências Biológicas Ministrada pela Prof.Drª
VITORIA
2013
Sumário
1. INTRODUÇÃO 3
2. OBJETIVOS 5
3. MATERIAL E MÉTODOS 5
3.1. Caracterização da área de estudo 5
3.2. Método dos quadrantes 6
3.3. Mensuração dos fatores abióticos 6
3.4. Tratamento dos dados 7
4. RESULTADOS 7
4.1. Descrição dos microhabitats 7
4.2. Quantificação da flora e fauna 8
5. DISCUSSÃO 9
5.1 Registro Fotográfico 11
6. Referências 23
1. INTRODUÇÃO
A evolução geomorfológica de áreas costeiras rochosas ocorre através do recuo contínuo de falésias e a formação de plataformas costeiras (shore platforms), e é fortemente influenciada pelas características litológicas e estruturais dos afloramentos, bem como por sua resposta ao intemperismo e à erosão (Thornton & Stephenson, 2006).
As áreas costeiras são consideradas como uma interface terra, ar e mar, constituídos por uma série de limites ou gradientes cuja extensão varia de centímetros a quilômetros, bem como no tempo e no espaço (Coutinho & Zalmon, 2009).
Dentre os ecossistemas presentes entre marés e na zona costeira, os costões rochosos são considerados um dos mais produtivos e importantes por abrigarem numerosas espécies de reconhecida importância ecológica e econômica, tais como: mexilhões, ostras, crustáceos, algas e peixes (Coutinho & Zalmon, 2009). Isso se deve ao fato de possuírem grande concentração de nutrientes que servem de alimento para uma grande variedade de animais (McConnaughey, 1974). Assim, são locais de alimentação, crescimento e reprodução de um grande número de espécies vinculadas por fortes interações biológicas, em função da limitação de substrato ao longo de um gradiente existente entre estes o habitat terrestre e o marinho (Coutinho & Zalmon, 2009).
A existência de maré na região dos costões rochosos e, consequentemente, o ciclo de emersão e submersão, promove várias adaptações à exposição ao ar e à perda de água por dessecação durante a emersão, principalmente nos organismos que habitam a região superior do costão submetida às condições termais e ao clima (Coutinho & Zalmon, 2009).
Assim, sua distribuição se dá em faixas horizontais distintas em toda a extensão vertical do costão, sendo cada faixa conhecida por zona (Coutinho & Zalmon, 2009). Embora a zonação de espécies segundo um gradiente ambiental não seja uma propriedade exclusiva dos costões rochosos, nestes ambientes ela é particularmente precisa e espacialmente condensada (Coutinho & Zalmon, 2009). Do mesmo modo, cada costão possui uma zonação própria, cuja abundância das populações está relacionada à adaptação das espécies às condições ambientais locais, como diferentes latitudes, níveis de maré e exposição ao ar (Vilano & Souza, 2012).
Esta zonação apresenta uma distribuição vertical bem definida, sendo que as faixas se dispõem paralelamente à linha d’água, diretamente influenciadas por fatores físicos e biológicos (Nybakken, 1997). Com relação aos fatores físicos, destacam-se a ação de ondas, variações de maré e temperatura influenciando os organismos na capacidade de resistir à dessecação e, também, suportar gradientes de temperatura. Tratando-se dos fatores biológicos, os mais importantes são competição, predação, herbivoria e o recrutamento de novos indivíduos (Little & Kitching, 2000).
Segundo Coutinho & Zalmon (2009), a região mais exposta do costão rochoso, é o supralitoral onde permanece exposta ao ar e recebe respingos de água (Coutinho & Zalmon, 2009). Nesta faixa, os fatores abióticos como temperatura e radiação solar possuem grande importância na distribuição dos organismos, os quais são muito adaptados à perda de água e à variação da temperatura (Nybakken,1997).
A região do mesolitoral compreende a faixa que está sujeita a oscilação da maré, submersa durante a maré alta e exposta durante a maré baixa (Almeida, 2008). Em costões com variações de marés, o limite inferior dessa zona estende-se até um pouco acima da baixamar das marés de primavera, porém, os limites do mesolitoral, assim como os do supralitoral, são ampliados com o aumento da ação de ondas, levando também a um aumento na biodiversidade (Coutinho & Zalmon, 2009).
É no mesolitoral que podem ocorrer às poças de maré, a água do mar fica represada durante a maré baixa e que apesar de sujeitas a grandes alterações das variáveis ambientais podem vir a apresentar um aumento da diversidade da flora e fauna que irá apresentar integrantes típicos do infralitoral (Almeida, 2008).
Dada à importância dos costões rochosos, levantamentos faunísticos e florísticos neste ambiente podem fornecer importantes subsídios para avaliações ambientais, distribuição espacial, abundância e diversidade de espécies, bem como as interações ecológicas que esse local apresenta.
2. OBJETIVOS
O presente trabalho teve por objetivo reconhecer a zonação de um costão rochoso, caracterizar os aspectos físicos das diferentes faixas observadas e observar os principais grupos de seres vivos presentes na faixa mesolitoral de um costão rochoso analisando suas adaptações para as condições ambientais em diferentes micro habitats.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Caracterização da área de estudo
O costão rochoso adjacente à Praia da Direita da Ilha do Boi, município de Vitória, ES (20º19’S e 40º20’W) (Figura 1) consiste
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