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Controle de Artrópodes

Por:   •  12/8/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.112 Palavras (9 Páginas)  •  847 Visualizações

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Programa de controle de roedores e artrópodes

1- Introdução:

Dizemos que há uma superpopulação de determinada espécie quando o número de indivíduos, por algum motivo, aumenta de maneira a causar um desequilíbrio no ecossistema podendo prejudicar, inclusive, a sobrevivência de outras espécies.

O crescimento da espécie tende a se estabilizar quando o número de indivíduos atinge a capacidade suporte daquele ecossistema ou quando as condições anormais que favoreceram seu crescimento acelerado modificam-se. Mas, na maioria das vezes, para que a quantidade de indivíduos retorne a um nível considerado normal é necessário que sejam tomadas providências para impedir sua proliferação.”

                     Historicamente, a fixação do homem à terra, gerando excedentes alimentares a partir do advento da agricultura,e o desenvolvimento dos povoados, cidades até as megalópoles, criaram condições ideais à ligação comensal dos roedores com o homem, originando um processo de sinantropia1. Esta sinantropia, ou seja, a relação do homem/animal, dos roedores e a precariedade dos processos de urbanização, com problemas crescentes de disposição de resíduos sólidos, drenagem adequada de águas pluviais e de construção e tratamento de esgotos, exigem a integração das ações da municipalidade e da comunidade como mecanismo básico para a implantação de um programa de controle de roedores capaz de resultados consistentes.

                     Leptospirose, peste e as hantaviroses são doenças de importância epidemiológica no Brasil transmitidas pelos roedores. Ocorrem, em média, cerca de 3.200 casos de Leptospirose humana no país anualmente, com letalidade em torno de 12%. Já os casos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus vêm ocorrendo no país desde 1993, com alta letalidade tendo o roedor silvestre como reservatório.

                     Um manual de controle de roedores e artrópodes deve basear-se na constatação simples e objetiva de que a proliferação destes animais ocorre porque o homem, e a sociedade como está organizada, fornecem, de forma abundante, o que os roedores/artrópodes necessitam para sobreviver: alimento, água e abrigo proporcionando conseqüentemente, um desequilíbrio populacional destes animais gerando prejuízos econômicos e a transmissão de graves doenças ao homem e aos animais domésticos ou de criação.

Ambiente propício à instalação de roedores, com água, abrigo e alimentos disponíveis.

                     A forma mais inadequada e onerosa de combater roedores é a realização de campanhas de desratização em períodos críticos, só pela aplicação de raticidas. A determinação da área de controle deverá privilegiar sempre a implantação do sistema como um todo, evitando a pulverização de recursos que impedirá a consolidação dos resultados a serem alcançados.

2 – Passos do programa - Roedores:

- Diagnóstico de situação do problema roedor:

“Existem cerca de 2.000 espécies de roedores no mundo, representando ao redor de 40% de todas as espécies de mamíferos existentes. Os roedores vivem em qualquer ambiente terrestre que lhes dê condições de sobrevivência. Apresentam extraordinária variedade de adaptação ecológica, suportando os climas mais frios e os mais tórridos, nas regiões de maior revestimento florístico e nas mais estéreis; suportam grandes altitudes e em cada região podem mostrar um grande número de adaptações fisiológicas. Algumas espécies são consideradas sinantrópicas por associarem-se ao homem em virtude de terem seus ambientes prejudicados pela ação do próprio homem.”

“Os roedores são caracterizados pela dieta onívora e pelo crescimento contínuo dos dentes incisivos.”

Inspeção:

                     A inspeção é realizada em toda área a ser protegida contra estes roedores, além de uma análise de fatores externos (vizinhança) que podem estar contribuindo para a infestação. Um estudo das instalações se faz necessário com a confecção de um croqui – planta ou projeto feito a mão – para demarcação das áreas críticas, além de uma entrevista com as pessoas familiarizadas com a rotina do local e as atividades visíveis dos roedores. A inspeção fornecerá informações que ajudarão na identificação da espécie presente, nível de infestação, dimensionamento dos fatores que favorecem a presença desses animais: alimento, água e abrigo.

                     Alguns sinais deixados por roedores auxiliam na sua identificação, tais como: fezes, danos ocasionados, marcas deixadas no local, trilhas, pegadas, tocas e constatação visual de roedores vivos ou mortos. A determinação do nível de infestação irá auxiliar no dimensionamento do controle a ser realizado, podendo ser realizado através de armadilhas para captura, alimento consumido ou avaliação da presença de sinais de atividade dos roedores.

Elaboração de um programa de controle de roedores:

                     Um programa de controle de roedores deve ter como base o diagnóstico do município ou parte dele quanto à prevalência das espécies existentes, grau de incidência de doenças por eles transmitidas, assim como as condições socioeconômicas e sanitárias da cidade em questão.

                     O objetivo primordial é a redução no número de agravos à saúde, bem como, nos prejuízos econômicos que certamente causam:- queda na oferta de alimentos, severos danos às estruturas e materiais em virtude do hábito de roer, assim como, altos custos médicos no tratamento de doentes, quando da ocorrência de doenças transmitidas por roedores nas comunidades.

Para que se possa dar início ao programa deve-se dispor de algumas informações que servirão de base a esta proposta:

1. Caracterização da área:

1.1: Dados demográficos:

→ População urbana e rural;

→ Taxa de crescimento da população;

→ Densidade demográfica;

1.2: Dados geográficos e pluviométricos:

→ Extensão territorial total ou da área proposta para o controle;

→ Área urbana e rural, número de distritos, número de bairros e número de imóveis;

→ Bacia hidrográfica − para avaliação de áreas inundáveis (se existirem), considerando-se a veiculação hídrica da leptospirose;

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