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Cuidado Humanizado Da Enfermagem à Criança

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Por:   •  28/3/2015  •  5.875 Palavras (24 Páginas)  •  589 Visualizações

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O CUIDADO COMPARTILHADO ENTRE A FAMÍLIA E A ENFERMAGEM À CRIANÇA NO HOSPITAL: uma perspectiva para a sua humanização

Giovana Calcagno GOMESa Alacoque Lorenzini ERDMANNb

a Professora do Departamento de Enfermagem da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Saúde da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (NEPES/FURG), membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração da Enfermagem e da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (GEPADES/UFSC). Bolsista da CAPES. b Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. Doutora em Enfermagem. Coordenadora do GEPADES/UFSC.

Gomes GC, Erdmann AL. El cuidado compartido al niño entre la familia y la enfermería en el hospital: una perspectiva para su humanización [resumen]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2005 abr;26(1):20.

Gomes GC, Erdmann AL.The child care shared between the family and the nursing tean in the hospital: a perspective for its humanization [abstract]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2005 abr; 26(1):20.

Gomes GC, Erdmann AL. O cuidado compartilhado entre a família e a enfermagem à criança no hospital: uma perspectiva para a sua humanização. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2005 abr;26(1):20-30. ARTIGO

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1 INTRODUÇÃO

Muitas são as situações em que se faz necessária a internação hospitalar da criança. Percebemos que o hospital, por ser um ambiente desconhecido, pode gerar nesta, medo e ansiedade, levando-a a apresentar novas necessidades sociológicas, físicas e afetivas. Por mais simples que seja o motivo, a hospitalização tende a levar a uma experiência negativa. O desconforto físico, moral, espiritual e o medo da morte podem gerar sofrimentos(1). Mais do que os adultos, as crianças encontram-se frágeis e possuem dificuldades de entender a doença, por estarem em desenvolvimento, por terem um grau de compreensão diferente e pela dependência que apresentam para sobreviver. “As reações das crianças frente à hospitalização dependem de cinco fatores: 1) o estágio evolutivo da criança; 2) o grau de sofrimento e mutilação e o significado que a doença tem para a criança e seus pais; 3) a relação pai e filho e a resposta da criança à reação dos pais; 4) a reação psicológica da criança aos procedimentos médicos e cirúrgicos, separações e hospitalizações e 5) a interferência da hospitalização em suas funções físicas, psicológicas e sociais”(2:265). A criança, quando internada, se vê retirada do ambiente que lhe era familiar, privada de dar continuidade a aspectos vitais do seu cotidiano, sobretudo o convívio de pessoas queridas, o andar, o passear, o conversar, o comer, dentre outros, e, tudo isso faz com que o seu sofrimento seja exacerbado, até porque, freqüentemente, é concentrada a atenção daqueles que cuidam no hospital, na tecnologia utilizada(3). Torna-se, então, um imperativo humanizar o ambiente hospitalar onde a criança está presente. Uma maneira de cooperar para tornar a hospitalização mais humana, é a incorporação da família no cuidado à criança. Acreditamos que a presença do familiar junto à criança, neste momento, a auxilia a uma me

lhor aceitação e adaptação da condição de internação no hospital, diminui a angústia do abandono que a criança possa vir a sentir em relação a outros membros da família que não se encontram com ela no hospital e favorece a formação do seu vínculo com os integrantes da equipe de saúde. A reciprocidade no cuidado à criança, entre a equipe de saúde e a família, pode favorecer uma melhor identificação das necessidades da criança possibilitando, assim, o planejamento de um cuidado mais integral, holístico e humano. A troca de experiências entre os cuidadores pode possibilitar um melhor relacionamento entre os profissionais, a criança e sua família, minimizando, possivelmente, a crise vivida e o sofrimento da família com a doença e a hospitalização. Assim, durante a internação hospitalar da criança o seu cuidado deve ser compartilhado entre os profissionais de saúde e sua família. Tanto a enfermeira como as famílias cuidam baseadas na sua visão de mundo, nos seus valores, crenças e experiências(4). Neste sentido, este artigo pretende tecer uma reflexão acerca da necessidade da humanização do cuidado à criança no hospital e apresenta como perspectiva o cuidado compartilhado entre a equipe de saúde e as famílias destas crianças.

2 O CUIDADO HUMANIZADO À CRIANÇA NO HOSPITAL

Cuidar de forma mais humanizada à criança, durante sua hospitalização, geralmente, exige que ocorra uma mudança na abordagem assistencial realizada nas unidades de internação pediátricas. Precisamos passar de uma abordagem voltada apenas para a criança para outra voltada para a criança e para sua família. Exige que conheçamos como sua família a cuida, quais são suas possibilidades, quais os seus limites de atuação e que forças ela é capaz de mobilizar para resolver problemas de saúde.

Gomes GC, Erdmann AL. O cuidado compartilhado entre a família e a enfermagem à criança no hospital: uma perspectiva para a sua humanização. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2005 abr;26(1):20-30.

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O cuidado humano à criança requer a interação com a sua família da forma mais integral possível: ouvindo-a, percebendo a sua problemática, suas perspectivas; as relações que existem entre seus membros e o mundo social no qual se inserem, refletindo a respeito de suas necessidades, negociando, com ela, possíveis alternativas para solucionar seus problemas. Percebemos que o cuidado humanizado demanda uma atitude mais aberta e flexível do profissional, pois este é um cuidado que tem que ser afetuoso, eficiente e eficaz, de estar junto com as pessoas nos processos interativos de ajuda na busca por um viver melhor. Precisamos aprender a dividir tarefas, a vencer nossas próprias resistências, a negociar, a dividir espaços, tanto com a equipe como com as famílias, até mesmo no sentido de despirmo-nos de nossos preconceitos para trabalhar com as famílias, permitindo e aceitando suas escolhas, possibilitando que se tornem sujeitos de sua própria história. Será que humanizar o cuidado nos torna menos profissionais? Acreditamos que a humanização do cuidado não nos impede de sermos profissionais, como muitos podem pensar. Entendemos que não existe outra forma de cuidar de seres humanos que não seja a humanizada. Ser enfermeiro é lidar com seres humanos e não somente

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