Células Tronco Humanas
Dissertações: Células Tronco Humanas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: CamilaDO26 • 4/12/2014 • 2.269 Palavras (10 Páginas) • 697 Visualizações
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o assunto “células-tronco” tem sido muito debatido, e é objeto frequentemente exposto na mídia. Como a maioria das grandes novidades, esta área está sendo superestimada se for considerada a realidade atual, entretanto não há dúvidas de que as suas potencialidades são enormes, e pode-se esperar um novo tipo de Medicina a partir da evolução dessas pesquisas. Na verdade, o que se tem hoje é uma série de perspectivas e os resultados obtidos nas experiências em animais de pequeno porte não podem, ainda, ser extrapolados para a espécie humana.
Em 1994, foram derivadas as primeiras células-tronco de blastoscistos humanos, a partir de embriões excedentes da fertilização in vitro. Criados para fins reprodutivos e doados para fins de pesquisa pelos casais, estes blastocistos foram mantidos em cultura até o estágio de duas células.
Em países onde estudos com células-tronco são permitidos, elas estão sendo utilizadas, em caráter experimental, no tratamento de diversas doenças como câncer, doenças do coração, doenças hepáticas, Alzheimer, diabetes, doenças renais, entre tantas outras. Entretanto, o uso de células-tronco embrionárias ainda é muito polêmico, pois para a retirada dessas células, tem que haver destruição do embrião e para muitos o embrião é considerado uma vida que se encontra em formação.
Quanto ao uso de células-tronco embrionárias, várias discussões podem entrar em cogitação. Nesta situação, a retirada das células é realizada em embriões com poucos dias de desenvolvimento. Esta retirada é feita na maioria das vezes com o sacrifício do embrião, o que estabelece um dilema ético. Grandes discussões têm sido realizadas sobre este dilema. Grupos religiosos, de especialistas em ética e de cientistas estão há bastante tempo discutindo de maneira mais ou menos veemente este problema. O sacrifício do embrião doador destas células totipotenciais, ou mesmo pluripotenciais, cria uma situação extremamente delicada e de difícil consenso.
Por estas razões apontadas, esta revisão do possível aproveitamento dessas células, a partir desse momento passa a ser exclusivamente direcionada ao estudo das células-tronco adultas. Existem na atualidade discussões éticas de grandes proporções que necessitam ser abordadas ao se estudar as células-tronco.
O QUE SÃO CÉLULAS TRONCO ?
Quando uma das primeiras células do embrião sofre uma mitose e se divide, as duas células resultantes têm a mesma constituição genética e as mesmas características. A embriogênese progride com a contínua multiplicação das células, aumentando o número das mesmas e o tamanho do embrião. O interessante é que dentro da célula mais primitiva, o zigoto, existe informação suficiente para que, na medida em que essas células forem se dividindo, aos poucos ocorra uma diferenciação, originando diferentes linhagens que formarão diferentes tecidos como: muscular, ósseo, nervoso, etc.
No interior do núcleo desta célula primitiva existe uma bagagem gênica completa, com capacidade de transmitir as informações necessárias para toda a vida do futuro ser que esta célula originará. Em um determinado momento, nesta contínua série de divisões mitóticas, inicia um processo denominado diferenciação celular. Este processo é de extrema importância pois permitirá que novas linhagens celulares passem a existir e já iniciem a estruturação de um complexo organismo. Este fenômeno de diferenciação celular permite, em última análise, que a célula resultante da divisão seja diferente da antecessora.
Durante muito tempo, os biólogos ensinavam a mitose como sendo a divisão de uma célula em duas exatamente iguais. Há relativamente pouco tempo, com os novos entendimentos propiciados pela moderna biologia celular, foi sendo definido um novo tipo de mitose. A mitose assimétrica. O conhecimento desta mitose assimétrica permitiu a ideação de um tipo de célula com características especiais. Esta célula ao se dividir origina uma célula que se diferencia e outra que mantém as mesmas características da original. Desta maneira, ela pode se diferenciar em outra, ao mesmo tempo em que pode manter suas características primordiais. Esta manutenção de características permite, no organismo adulto, que haja um grupo de células que ainda mantêm características ancestrais, ou precursoras, ou tronco. Por essa razão são denominadas células-tronco.
Este fato, que constantemente está ocorrendo em nosso organismo, possibilita um processo reparatório fantástico, fazendo-nos prever sua utilização em oportunidades diversas. Este fenômeno da diferenciação, ou não, das células no processo divisório, acrescido da existência, no adulto, de células precursoras, permite uma multiplicidade de situações que necessita avaliação detalhada.
O SURGIMENTO DAS CÉLULAS TRONCO
O surgimento dessas células se dá da seguinte maneira: o espermatozoide fecunda o óvulo, dando origem ao que chamamos de zigoto. O zigoto é uma célula totipotencial, ou seja, tem a capacidade de originar todo o indivíduo, com a sua complexa estruturação diferenciada. No decorrer da embriogênese, na medida em que ocorrem sucessivas mitoses vai se formando um conjunto celular denominado blastocisto (Figura 1). O grupamento celular central deste conglomerado apresenta células com capacidade de gerar qualquer outra célula, e por isto são consideradas pluripotenciais ,que se diferenciam originando os folhetos germinativos, que em seguida se diferenciam em tecidos (Figura 2) e órgãos do organismo.
Essas células originadas das mitoses do zigoto são as células-tronco, que também são chamadas de células-mãe ou células estaminais. Elas são células muito simples que têm a capacidade de se diferenciarem em qualquer tipo de célula, formando qualquer tipo de tecido e podem ser classificadas em células-tronco embrionárias e células-tronco adultas.
A diferença essencial entre uma célula totipotencial e outra pluripotencial é o fato de que a primeira (totipotencial) poderia até originar um novo indivíduo, enquanto que a segunda (pluripotencial) não teria essa capacidade. Ambas, têm a capacidade de gerar qualquer outra célula.
Figura 1- Desenvolvimento Humano Pré-implantação
FONTE: HOLLAND, Suzanne, LEBACQZ, Karen e ZOLOTH, Laurie. (Coords). As células-tronco
embrionárias humanas em debate. São Paulo: Loyola, 2006. 296p.
Figura 2 –
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